quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Novo rumo para o Goiás?

Nova diretoria eleita. Foto: Rosiron Rodrigues

Após um ano turbulento o Goiás flerta com um 2012 mais tranquilo e pode voltar a ser vencedor. Essa é a expectativa da nova diretoria executiva do esmeraldino que foi aclamada ontem(21), na Serrinha.

Nos últimos meses o caldeirão verde ferveu. 2011 era pra ter sido o ano da reerguida para o Goiás, isso não aconteceu e fez com que a paciência do torcedor ultrapassasse o limite.

Quando Hailé Pinheiro assumiu a presidência executiva ainda em 2010, o lendário dirigente afirmou que estava pegando o cargo para sanear as dívidas do clube. Veio o rebaixamento e depois a Série B, e olha que nesse caminho ainda teve o vice da Sulamericana.

Hailé não falou em momento algum em subir o Goiás para a Série A e não o fez. O torcedor ficou na bronca e pediu a saída da família Pinheiro quando o alviverde flertou com a Série C. Mas ontem, Hailé disse folcloricamente que subir para a Série A é muito fácil. E deixou para o próximo.

A missão é tratada como objetivo principal para a nova diretoria que também almeja vencer novamente o Campeonato Goiano e tirar do Atlético o tricampeonato. Além disso, João Bosco assumiu o compromisso de fortalecer as categorias de base do clube e viabilizar o projeto de construção de uma arena multiuso na Serrinha.

O nome do advogado João Bosco Luz é de convergência dentro do Goiás e dos vices Adriano Oliveira e Sérgio Rassi também. A nova diretoria espera unir os conselheiros do Goiás para que o clube volte a ser a principal referência no futebol dentro do Centro-Oeste.

Hailé Pinheiro foi emblemático ao dizer que precisa dar espaço para os mais jovens e promete que sua saída do clube está próxima. Mas a nova diretoria quer Hailé como consultor, como líder.

O Goiás precisa mostrar que vive sem Hailé Pinheiro e está nas mãos do competente advogado e seus vices mostrar que isso é possível. O torcedor do Goiás tem motivos para renovar as esperanças e sonhar com um 2012 melhor do que 2011, o que convenhamos não é muito difícil. 

domingo, 18 de dezembro de 2011

Abismo entre duas realidades

Jogadores comemorando um dos gols: coletividade um dos segredos

Existe um abismo entre o futebol brasileiro e o futebol praticado pelo Barcelona. Embora o técnico Pep Guardiola não canse de dizer que foi incentivado pelo jeito de jogar canarinho, o que ficou explicitado após a goleada previsível e justa do time catalão sobre o Santos é que o nível não é o mesmo. O futebol brasileiro parou no tempo.

O Barcelona criou o seu jeito de jogar e o faz como ninguém. Soube se espelhar no que viu de bom em outras escolas, como a brasileira, a argentina e a holandesa. Com tudo isso montou seu próprio estilo e apresenta o melhor futebol que eu já vi. Para isso soube criar suas peças e contratar de forma cirúrgica.

Isso tudo já era sabido, faltava o parâmetro. Pode até ser que em um jogo não possamos medir a diferença entre o futebol apresentado no Brasil (e o Santos tem o melhor futebol jogado por aqui) e o melhor do mundo. Mas é inegável que a perspectiva do que foi visto em Yokohama, no dia 18/12/2011 seja bem próximo da realidade.

O Santos em momento nenhum passou perto de ser favorito. Tinha 1% de chance contra 99% do Barça. O problema é que o Peixe não mostrou nem a força dessa porcentagem atribuída. Foi dominado, levou um banho de bola. Neymar mostrou maturidade ao aceitar isso com os olhos marejados de quem sabe que poderia (e poderá) ser diferente um dia.

A equipe da Vila Belmiro é a que mais se aproxima do que faz o Barcelona. Tem apostado na base e revelado bons jogadores nos últimos anos. Com o tempo e o trabalho sendo bem feito colherá mais frutos e pode quem sabe diminuir essa diferença que hoje é gigantesca.

O futebol brasileiro vive uma crise, mas não dá para querer ser um Barcelona. O time entrou para o rol dos maiores de todos os tempos.

MURICY NÃO ERROU

Muitos apontaram que Muricy errou ao mudar o jeito de jogar do Santos justamente para a decisão. Ele não errou. Enfrentar o melhor time do mundo requer cautela.

Tá certo que o forte do Santos sempre foi o futebol ofensivo e dizem que a equipe paulista mudou seu jeito de jogar. Não mudou. Foi pura imposição do adversário.

Na vitória apertada sobre o Kashiwa Reysol foram apresentadas deficiências graves no lado esquerdo da defesa. Além do mais Elano se mostrou fora de ritmo, foi nulo. Muricy mudou o esquema tático, dando na verdade mais liberdade para o seu time chegar ao ataque, maior volume no meio-campo e mais poder de compactação.

Na prática, o Santos vem jogando com três zagueiros com Durval deslocado na esquerda. No jogo contra o Barcelona, Durval atuou como zagueiro de ofício na linha de três e com isso deu liberdade para Léo. Do outro lado Danilo pôde atacar mais. Na teoria Ganso ficaria mais solto e poderia deixar Borges e Neymar mais vezes na cara do gol.

Só que contra esse Barcelona não existe modelo pronto. A capacidade de adaptação e movimentação blaugrana é impressionante. Portanto, não foi o Santos que deixou de jogar, foi o adversário que impôs essa condição. Palmas para eles.