terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Hélio dos Anjos ganha chance com Marino

Marino em treino no CCT do Urias Magalhães. Foto: Diário da Manhã


O Atlético perdeu a primeira na temporada, para o Goianésia, fato que por ter sido no início da temporada pode até ser tragável. No entanto é preciso abrir o olho para este tipo de derrota. O Dragão tem o melhor elenco do futebol goiano e quando pegar ritmo de competição fará boas exibições pelos gramados do Estado, coisa que ainda não aconteceu.
 
É bom frisar que o time foi o último a se apresentar para a pré-temporada e alguns jogadores chegaram durante essa fase e ainda estão aquém dos demais companheiros, tudo normal para esta época do ano. Nos três primeiros jogos, duas vitórias e uma derrota.
 
Contra o Rio Verde tomou sufoco do time que hoje é o lanterna chegando a levar dois gols do “gordinho” Nonato. Diante da Anapolina, em casa, com um campo muito bom e sem calor, a equipe suou para vencer. Teve um bom primeiro tempo, mas na segunda etapa sofreu pressão do adversário ao ponto de conquistar a vitória somente nos acréscimos. Em Goianésia, um time apático no primeiro tempo, no segundo cresceu tardiamente.
 
Para o jogo contra o Crac de Catalão o técnico Hélio dos Anjos não contará com o volante Pituca, o jogador será poupado por apresentar um desgaste físico acentuado. Pode ser o início da saída dele do time titular.
 
Hélio dos Anjos tem dito nesta temporada que quer um setor de meio-campo com mais agilidade, mobilidade e leveza. No compromisso desta quarta-feira Marino atuará como um primeiro volante. Não é novidade para o jogador que já jogou assim no Oeste de Itápolis e  de forma semelhante no próprio Atlético.
 
A semelhança é pelo fato do jogador ter exercido o papel de um primeiro jogador de meio-campo, porém posicionado com o próprio Pituca ao seu lado fazendo a mesma função, no jogo do ano passado contra o Botafogo. Na ocasião, os dois volantes revezavam na marcação de Maicosuel e Elkeson. Desta vez Marino será o único primeiro volante do rubro-negro.
 
Lembrando que em 2011 o Atlético tinha Agenor como o típico cão de guarda, mas com a chegada de Hélio dos Anjos, Agenor foi perdendo espaço para Pituca que é um jogador de menor poder de marcação com melhor passe em relação a Agenor.
 
Pode ser que isso aconteça agora com Marino ganhando o espaço de Pituca. Desta forma o meio-campo teria dois volantes de mais mobilidade abertos no losango desenhado por Hélio, podendo ser Ernandes ou Fernando Bob pela esquerda e Bida atuando pela direita, com Joílson como peça de reposição.
 
É uma formação interessante ofensivamente falando. Com Rafael Cruz e Paulinho trabalhando ultrapassagens com esses volantes abertos e dando liberdade para Elias, centralizado se enfiar na linha de frente com William e Felipe ou Dioguinho.
 
O problema é lá atrás. O Atlético sentiu mais do que se imaginava a saída de Anderson para o Fluminense e quem diria de Feltri para o Vasco. Paulo Henrique não tem sido tão sólido e Gilson ainda não consegue ser o mesmo de 2011. A questão do Gabriel ainda é muito cedo para uma análise mais apropriada. A esperança do rubro-negro ainda reside nos dois jogadores que faltam para serem regularizados, o beque Leonardo e o lateral Paulinho, que por sinal vêm treinando muito bem.
 
Para o clássico de domingo contra o Goiás não haverá rodízio e se Hélio não perder nenhum jogador por suspensão ou lesão deveremos ter um esboço do que será o Atlético para o campeonato.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Jogos que vi em 2012 - Goianão - Goianésia 2 x 1 Atlético #05

Gol de Elias não foi o suficiennte. Foto: Sílvio Túlio

A bola no travessão mandada por Pituca logo no primeiro minuto indicaria que o Atlético teria vida fácil em Goianésia, certo? Errado. O rubro-negro encontrou pela frente um adversário muito determinado e não conseguiu reverter isso. No Valdeir José de Oliveira parecia haver um sol para cada pessoa presente, e com vontade de esturricar todo mundo. O sol era forte como a marcação do Goianésia.
 

O Azulão do Vale exercia uma pressão na saída de bola e o Atlético sentia dificuldades para sair jogando. As dimensões reduzidas do gramado facilitava o jogo para os mandantes e dificultava a vida do Dragão. Time de toque de bola precisa de espaço e o rubro-negro não tinha.
 

Em um dos contra-ataques, logo aos quatro minutos, o Goianésia abriu o placar. Após cobrança de escanteio a defesa vacilou e o zagueiro Júnior Soares conferiu de cabeça. O Atlético foi atrás do prejuízo mas esbarrou no goleiro Reinaldo em tarde inspirada.
 

No primeiro tempo alguns jogadores do Dragão tiveram atuações apagadas. Casos de Juninho, Marcão, Ernandes e Paulo Henrique. O Goianésia explorava os contra-ataques. Em uma jogada criada pela esquerda o lateral Maninho ganhou da marcação e tocou para Diego, o meia teve tranquilidade para se desvencilhar da marcação e bater forte na gaveta de Márcio. Festa no interior, Goianésia 2 a 0.
 

Para o segundo tempo Hélio trocou a dupla de ataque, Diogo Campos e o estreante William no lugar de Juninho e Marcão. O time melhorou. O Dragão teve mais atitude e foi para cima do adversário e atrás do prejuízo. Com o Goianésia visivelmente cansado o rubro-negro cresceu no jogo.
 

Foi interessante perceber a movimentação do time. Elias por dentro, pela direita, pela esquerda. Bida no losango pela esquerda, depois pela direita. O time começou a ficar mais móvel e isso deve ser observado melhor em jogos no Serra Dourada.
 

Todo o esforço do Dragão foi recompensado aos oito minutos quando Elias tabelou com Diogo Campos pela direita e bateu na saída de Reinaldo. Nivaldo Lancuna fez as alterações em seu time oxigenando a equipe e colocando um atacante rápido para puxar os contra-ataques. A estratégia deu certo e segurou o resultado vitorioso. A primeira vitória do Azulão representou ao mesmo tempo o primeiro revés do Atlético, que precisa melhorar em alguns setores, principalmente na defesa.
 

FICHA TÉCNICA:

Local: Estádio Valdeir José de Oliveira, em Goianésia (GO)

Arbitragem: Wílton Pereira Sampaio Asp/FIFA (GO)

Assistentes: João Patrício (GO) e Guimarães Ribeiro (GO)

Goianésia: Reinaldo; Acácio, Júnior Soares, Preto Marabá e Maninho; Lê, Diogo Marzagão, Jefferson (Danilo) e Diego (Cleuber); Jonathan e Cris. TÉC: Nivaldo Lancuna

Atlético: Márcio; Rafael Cruz, Gilson, Paulo Henrique e Ernandes; Pituca, Marino, Bida e Elias; Juninho (Diogo Campos) e Marcão (William). TÉC: Hélio dos Anjos
 

Gols: Júnior Soares aos 4’ e Diego aos 30’ do 1º T (Goianésia); Elias aos 8 do 2º T (Atlético)
 

Cartões Amarelos:  Preto Marabá, Diego, Diogo Marzagão, Reinaldo (Goianésia); Paulo Henrique, Marino (Atlético)
 

Público Pagante: 1.334   
 

Renda: R$ 24.580,00

sábado, 28 de janeiro de 2012

Jogos que vi em 2012 - Goianão - Goiás 3 x 1 Vila Nova #04

Público muito pequeno no Serra Dourada. Foto: Guarany Neto


Para começo de conversa o clássico decepcionou no quesito presença de público mais uma vez. O Goiás embalado e o Vila chegando de uma quebra de jejum não foi o suficiente para levar o público ao Serra Dourada. O que foi visto no primeiro tempo nas arquibancadas do Serra Dourada pode ser um dos motivos para o público minguar cada vez mais. Pancadaria lamentável entre membros de duas facções diferentes que torcem pelo mesmo time. Mais uma vez, lamentável.

Em campo, o que se viu foi um desnível técnico entre as duas equipes. O Goiás bem melhor e mais sóbrio que o Vila Nova. Isso não quer dizer que o Goiás já é um time forte e que não vai ter problemas na temporada, longe disso ainda. Porém, a fragilidade do rival tornou a diferença técnica mais acentuada.

O Vila Nova apresentou muitas dificuldades no seu lado esquerdo de marcação. O ala Assis, o zagueiro Rafael Pedro e o volante Luís Marques não se entendiam e Ricardinho ajudava pouco. O Goiás se aproveitou disso e chegou ao gol aos seis minutos. David cruzou da ponta-direita, Ernando subiu e escorou de cabeça deixando Amaral à vontade para abrir o placar. O volante esmeraldino teve liberdade para fazer o gol, Tiago Irineu ficou só olhando.

O Goiás continuou dono do jogo e aos 24 minutos, novamente pela direita chegou ao segundo. Felipe Amorim cruzou para Marcos Paulo que cabeceou e ainda teve tempo e espaço para pegar o rebote, ampliando para o esmeraldino. Com a vantagem o Goiás passou a administrar até chegar o intervalo. O sol era muito forte e o ritmo ficou lento.

Para a segunda etapa Cavalo fez duas modificações e colocou o time para frente. Saiu do 3-5-2 para o 4-3-3. O atacante Dinei que teve três chances no primeiro tempo, sendo uma claríssima, ficou no vestiário. O atacante Cairo entrou em seu lugar e melhorou o time, a outra alteração foi a entrada do atacante Marion na vaga do zagueiro amarelado Thiago Irineu.

A mudança surtiu efeito e em três minutos o Vila Nova fez mais do que nos primeiros quarenta e cinco. Logo no primeiro ataque Rondinelly quase marcou. Aos três minutos o meia cobrou falta da esquerda e fez um gol espírita, a arbitragem assinalou para Patric, que só fez isso no jogo.

Com o susto o Goiás voltou ao ataque e Egídio fez o terceiro do verde jogando um balde de água fria no time vilanovense. O lateral tabelou com Iarley e invadiu a área, o camisa seis aproveitou da indecisão da defesa colorada e mandou na gaveta.

Depois disso o Goiás tocou a bola e ainda conseguiu alguns conta-ataques. O Vila não teve forças para criar mais nada e perdeu mais um clássico.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO)

Arbitragem: Eduardo Tomaz (GO)

Assistentes: Fabrício Vilarinho (FIFA/GO) e Édson Antônio (GO)

Goiás: Harlei; Peter, Rafael Tolói, Ernando e Egídio; Amaral, Marcos Paulo (Alan Bahia), David (Ramón) e Ricardo Goulart (Netinho); Felipe Amorim e Iarley. TÉC: Enderson Moreira

Vila Nova: Júlio César; Rafael Pedro, Rafael Vaz (Evandro) e Tiago Irineu (Marion); Nêgo, Luís Marques, Ricardinho, Rondinelly e Assis; Patric e Dinei (Cairo). TÉC: Roberto Cavalo

Cartões Amarelos: Tiago Irineu, Rafael Pedro (Vila Nova); Marcos Paulo, Rafael Tolói, Ramón (Goiás)

Gols: Amaral aos 6’, Marcos Paulo aos 23’ do 1ºT; Egídio aos 9’ do 2º T(Goiás); Patric aos 3’ do 2ºT (Vila Nova)

Público Pagante: 8.410

Renda: R$ 132.005,00

O fator Elias

O novo "velho" camisa 10 do Dragão. Foto: Assessoria


O meia Elias ganhou condição de jogo e o técnico Hélio dos Anjos ganhou a chamada dor de cabeça boa. Aliás, a melhor que já teve desde que assumiu o Dragão no meio do ano passado. O treinador tem em mão um jogador de bom passe, criativo, driblador e finalizador. Não é nenhum craque, mas um toque mais criativo em um time bem montado e funcional.

Há alguns posts atrás afirmei que o Atlético ia mudar de cara, essa mudança passa necessariamente pela contratação de duas peças que serão importantes durante a temporada, Elias e William. Eu já explico. No ano passado, a meiuca rubro-negra tinha boa movimentação e bom passe, no entanto o time sofria quando tinha pela frente adversários que jogavam encolhidos, sobretudo no Serra Dourada.

Tanto que o centroavante do time, no caso Anselmo, tinha que voltar para ajudar na criação. Vítor Júnior dono da 10 em grande parte da temporada não tinha a característica de criar, era mais de condução. Com Elias será diferente e o novo centroavante do Dragão pede mesmo que o meia seja diferente.
William é um jogador de decisão, necessita que criem para ele finalizar e o Hélio sabe disso. Tanto sabe que vem trabalhando com Marcão que tem características um pouco parecidas com a de William, porém o Guerreiro tem mais qualidade.

Voltemos a falar de Elias. Com ele Hélio terá mais opções de escalações ou até mesmo de mudar o jeito de jogar dentro da partida sem fazer alterações, o que é muito importante para um time vencedor. Além de ser um jogador mais cerebral, Elias é bom na bola parada e tem faro de gol. A sua média de gols com a camisa do Atlético aponta isso, média de atacante. Foram 42 gols em 104 jogos o que leva a uma média de 0,4 gol por partida. Felipe, por exemplo, tem média inferior, 0,32 fruto de 14 gols em 43 jogos.

Vamos às opções que Hélio terá e está pensando. O treinador deixou escapar que pode jogar com um único atacante, mas disse que não está pensando nisso. Só que o fato dele falar que não está pensando indica que ele tem isso em mente também. Vejamos:

Opção no 4-3-1-2

É a que o time vem jogando, com uma linha de quatro na defesa, três volantes sendo que dois avançam muito, um meia e dois atacantes. O time jogará assim em Goianésia e jogou nas duas primeiras rodadas:

1- Márcio; 2- R.Cruz, 3-Gilson, 4- Leonardo, 6- Paulinho;
8-Pituca, 7- Bida, 5-Marino, 10- Elias; 9-William e 11- Felipe



Essa opção tem a variável com Elias jogando no ataque ao lado de William e Bida ficando como armador, com isso os dois volantes recuariam mais e jogariam como primeiro e segundo homens de meio-campo tradicionais. Dessa forma, se o time estiver atrás do marcador e precisar ser mais ofensivo, o técnico tira um dos volantes e coloca um atacante pela ponta, Diogo Campos, Felipe ou Juninho, depende da situação de jogo. O esquema ficaria assim:

4-2-1-3

1- Márcio; 2-R.Cruz, 3-Gilson, 4-Leonardo, 6- Paulinho
5-Marino, 8-Pituca, 7-Bida; 10-Elias, 11-Felipe e 9- William

A outra formação e acredito que essa será mais usada em jogos fora de casa no Brasileirão é de William como único atacante com Bida e Elias o municiando. Com isso os laterais terão força para atacar ou até mesmo os volantes fazer o trabalho de triangulação e ultrapassagem com os meias.

Seria um 4-3-2-1

1- Márcio; 2-R.Cruz, 3-Gilson, 4-Leonardo, 6- Paulinho
8-Pituca, 11-Marino, 5-Ernandes ou Bob, 10- Elias, 7- Bida e 9- William

Hélio terá muitas opções e está treinando para que seu time fique melhor ainda do que no ano passado. Se fracassar com essas opções não poderá reclamar. Sua missão é não fazer o seu discurso falir junto aos jogadores que em sua maioria já estão sob seu comando há seis meses.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O clássico das arquibancadas

Clássico Goiás x Vila Nova em 2011. Foto:  Carlos Costa


O clássico das arquibancadas goianas terá o seu primeiro capítulo em 2012 amanhã, às 17 horas no Serra Dourada. Há alguns anos o clássico passou a ser disputado só na paixão dos torcedores, tamanha a disparidade técnica que se viu entre o Goiás e o Vila Nova.

É inegável que as torcidas colorada e esmeraldina são as mais numerosas do futebol goiano. No entanto, após a ascensão atleticana o Vila Nova passou a ser a terceira força no quesito resultado e qualidade técnica demonstrada em campo.

Mesmo com essa vantagem histórica do Goiás no confronto frente ao Vila, o clássico mexe com a paixão do torcedor. O gol sofrido pelo rival em outros jogos é comemorado como um gol do próprio time.

No ano passado Goiás e Vila se enfrentaram seis vezes, o Goiás saiu invicto. Em 2012 a previsão era a mesma. O Goiás se reforçou bastante e fez uma boa pré-temporada refletida nas duas primeiras rodadas com duas vitórias (fato que não acontecia desde 2004 quando o Goiás venceu o Anápolis e o Goiatuba), nove gols marcados e dois sofridos.

O Vila Nova amargava um jejum de mais de quatro meses sem saber o que era uma vitória, até que na última quarta-feira o Tigrão bateu o Rio Verde por 3 a 0 e acendeu novamente o ânimo pelos lados do OBA, justamente na semana que antecede o clássico de maior rivalidade do Centro-Oeste.

O Goiás terá como trunfo a manutenção do time titular e do bom momento ofensivo que vive. Além disso, a equipe quer uma boa vitória no clássico para engrossar o couro já que tem pela frente a sequência mais dura na tabela. Clássico com o Vila Nova, jogo contra o Itumbiara fora de casa e clássico diante o Atlético, tudo isso em nove dias.

Pelo lado do colorado, uma vitória sobre o Goiás é o combustível necessário para o time sair da crise e começar a respirar ares mais esperançosos para uma temporada que precisa ser de recuperação.

Em tempo, o que se espera é um clássico bem disputado em campo e que a paz esteja presente em Goiânia neste sábado. Que a guerra entre as facções organizadas que vitimou fatalmente tantas pessoas nos últimos anos, não se repita. O futebol não merece isso.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Jogos que vi em 2012 - Goianão - Atlético 2 x 1 Anapolina #03

Pituca disputa a bola com adversário. foto: Diário da Manhã

Foi difícil mas o Atlético consegui sua segunda vitória no Goianão e manteve 100% de aproveitamento na temporada. O jogo contra a Xata, que honrou o apelido, foi mais perigoso que o da estreia e o Dragão só conseguiu a vitória nos acréscimos.

O primeiro tempo da partida indicava que o triunfo seria certo e com alguma facilidade. O rubro-negro impôs seu jogo, teve maior posse de bola e algumas chances de gol. Ernandes foi o lateral mais acionado e o gol saiu pelo seu setor. O volante/lateral que minutos antes havia acertado belo chute e exigido boa intervenção do goleiro adversário, desta vez, aos dezesseis minutos, cortou a marcação e cruzou de pé direito na medida. Restou a Marcão cabecear bem (fato raro) e abrir o placar. O camisa nove divide a artilharia com André Leonel do Crac, ambos com três gols.

O time continuou mandando no jogo até o intervalo. Nos primeiros 45 minutos a Anapolina pouco fez e o goleiro Rafael nem chegou a transpirar. Já no segundo tempo o time do interior veio mais animado e encontrou um Atlético mais contido e principalmente, mais cansado.

O Dragão foi o último a começar a pré-temporada e até ontem estava com vinte e três dias de preparação. Teve que correr muito no sábado para virar o jogo contra o Rio Verde e trabalhou pesado na segunda e terça-feira desta semana. Um pouco do cansaço foi refletido na morosidade do time no início do segundo tempo, acentuada pela expulsão de Fernando Bob ainda aos 14 minutos.

A Anapolina gostou do jogo, o garoto Rayllan colocou fogo no jogo com a sua agilidade. A Xata chegou ao empate com gol de Rodrigo Ítalo que teve espaço para chutar. E a Anapolina ainda teve chance de chegar ao segundo mas Rayllan não passou para Diogo Galvão e deixou o companheiro furioso.

Aí é que a estrela do Hélio brilhou. No momento em que a Anapolina fez o gol Thiaguinho já estava pronto para entrar em campo. Hélio segurou a substituição e a fez minutos mais tarde. Quando Bruno Rezende levantou a placa indicando a saída de Diogo Campos a chiadeira na tribuna de honra do Atlético no Serra Dourada foi total. Todos com medo de um possível encolhimento demasiado do Atlético.

Mas foi dos pés de Thiaguinho que veio o gol da vitória e aos 46 minutos. Em jogada exaustivamente trabalhada no treino tático de segunda-feira, Ernandes fez boa jogada no fundo e passou para Gilson (nos treinos seria um volante, no caso Bob pela esquerda) que rolou para Thiaguinho chutar bem e fazer o gol.

O resultado foi importante e manteve o Atlético com 100% e agora na terceira colocação com seis pontos e saldo positivo de três gols. Atrás apenas de Itumbiara e Goiás que estão com a mesma pontuação, porém com melhor saldo. Hélio será forçado a mudar a escalação e pode ter Elias fazendo a reestreia. Vamos aguardar para ver nos treinamentos o que o treinador está pensando.

O Atlético volta a campo no próximo domingo, às 17 horas, quando visita o Goianésia pela terceira rodada do Goianão 2012.

Em tempo: O zagueiro Gabriel estreou e teve uma atuação discreta, mas bem melhor que a de Paulo Henrique contra o Rio Verde. No entanto, acredito que o titular ao lado de Gilson será Leonardo, assim que tiver condições de ser escalado.

O público não foi dos piores devido às condições: preço do ingresso, horário do jogo e TV aberta para a praça.
 
FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO)

Arbitragem: Osimar Moreira (GO)

Assistentes: Jesmar Miranda (GO) e Hederson Leão (GO)

Atlético: Rafael; Rafael Cruz, Gilson, Gabriel e Ernandes; Pituca, Marino, Fernando Bob e Bida; Marcão e Diogo Campos (Thiaguinho). TÉC: Hélio dos Anjos

Anapolina: Edinho; Duda, João Lima, Serginho e Rodrigo Ítalo; Amaral, Emerson Cris, Juninho (Diogo Galvão) e Diego Recife (Rayllan); Simão (Paraná) e Tiago Marabá. TÉC: Luiz Carlos Barbieri

Gols: Marcão aos 16’ do 1º T e Thiaguinho aos 46’ do 2º T (Atlético); Rodrigo Ítalo aos 23’ do 2º T (Anapolina)

Cartões Amarelos: João Lima, Simão, Serginho, Duda, Tiago Marabá (Anapolina); Ernandes, Gilson (Atlético)

Cartões Vermelhos: Fernando Bob (Atlético); Duda (Anapolina)

Público Pagante: 1.085

Renda: R$ 16.790,00

domingo, 22 de janeiro de 2012

Jogos que vi em 2012 - Goiás 5 x 0 Aparecidense #02


Estreia do Goiás na Serrinha tem sido sempre jogo de muitos gols. Coincidentemente sempre com o número cinco no placar final. Em 2010, o Goiás perdeu para a Anapolina por 5 a 2. No ano passado caiu para o Crac de Catalão por 5 a 1. O torcedor mais supersticioso estava ressabiado. Bastou apenas quarenta e cinco minutos para a desconfiança dar lugar ao sorriso verde.

Com uma atuação segura e convincente o Goiás bateu a Aparecidense por 5 a 0. Treinando desde o dia 27 de dezembro, o esmeraldino mostrou um entrosamento incomum para início de temporada, principalmente se tratando de um time com cinco reforços no time titular. Ponto para Enderson Moreira que está sabendo trabalhar seu elenco.

O Goiás entrou em campo armado no esquema 4-2-2-2, com Ricardo Goulart e David formaram a dupla de meias sem guardar posições. Amaral e Marcos Paulo foram volantes seguros e que tiveram bom passe na saída de jogo, Amaral ainda contribuiu com sua jogada forte, a bola aérea que lhe rendeu um gol, segundo do Verdão no jogo.

O lado esquerdo do Goiás era de Egídio, o novo lateral do Goiás tinha liberdade para atacar e teve boa presença ofensiva retirando elogios dos torcedores presentes, tão carentes de um jogador confiável na posição. O esmeraldino teve que aturar Digão, Andrezinho, Gérson e Marcão improvisado no setor em 2011.

Do lado direito Peter estava mais contido e ficou mais na defensiva. Felipe Amorim era o jogador mais agudo pelo setor, no entanto Peter fez boas jogadas e foi ao fundo algumas vezes.

No setor de ataque Felipe Amorim fez uma boa partida com muita mobilidade pelos dois lados do campo e oportunismo para marcar o terceiro do Goiás no jogo. Já Iarley segue um pouco abaixo de sua própria média, normal para um jogador veterano em começo de temporada. Com a mobilidade de David e Ricardo Goulart a parte ofensiva do esmeraldino foi o ponto forte, com várias tabelas e criações de jogadas.

A defesa foi pouco exigida e Tolói ainda marcou um de pênalti e perdeu outro cara a cara com o goleiro Flávio Mendes. No segundo tempo  em ritmo de treino o Goiás ainda fez mais um gol com Alan Bahia que fez um bonito gol da entrada da área.

A Aparecidense do técnico Leonardo Souza pouco mostrou, entrou em campo em um 4-3-2-1, que se mostrou frágil no setor de marcação. Na criação Zé Carlos e Raphael Luz ficaram apagados. No ataque o solitário Alex Dias mostrou que sua volta ao futebol pode ter sido precipitada. É cedo para afirmar isso ainda, levando em consideração que o jogador ficou um ano sem atuar é preciso dar mais algum tempo para o Pantaneiro.

P.S: A graça da partida fica por conta da mancada do árbitro goiano aspirante a FIFA, André Luiz Castro. Com o jogo resolvido e com a pressa de acabar logo o jogo, André deu o apito final aos 43 minutos do segundo tempo. Percebendo o mal entendido, o juiz pediu desculpa para todos e depois de dois minutos encerrou a peleja.


FICHA TÉCNICA
Local: Estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia
Árbitro: André Luiz Casto (Asp/Fifa)
Assistentes: Fabrício Vilarinho (Fifa) e Cleyton Pereira
Cartões Amarelos: Felipe Amorim e Marcos Paulo (Goiás); Flávio Mendes e Martoni (Aparecidense)
Gols: David, Amaral, Felipe Amorim, Rafael Toloi e Alan Bahia (Goiás)
Público Pagante: 3.542
Renda: R$ 54.480,00
GOIÁS : Harlei; Peter, Ernando, Rafael Toloi e Egídio; Amaral, Marcos Paulo (Alan Bahia), David, Ricardo Goulart (Marinho); Iarley (Ramon) e Felipe Amorim. Téc: Enderson Moreira
APARECIDENSE: Flávio Mendes; Leonardy, Carlão, Martoni e Alysson; Ricardo Araújo, Renato Xavier, Johnathan, Zé Carlos (Ernane) e Raphael Luz; Alex Dias (Tatu). Téc: Leonardo Souza

Jogos que vi em 2012 - Rio Verde 2 x 4 Atlético #01

Esse post abre uma série de textos sobre todos os jogos que acompanharei na íntegra, in loco ou pela TV. O primeiro deles foi a abertura do Campeonato Goiano 2012. Espero que gostem das análises.

Marcão comemora um de seus gols. Foto: Sílvio Túlio


Tarde de sábado abertura de Campeonato Goiano, festa no interior. A cidade de Rio Verde recebeu o Atlético e ofereceu ao visitante um calor minimamente escaldante. Não era o tempo mais indicado para a prática de futebol, sobretudo para um time (Atlético) que vinha de apenas 17 dias de preparação na pré-temporada.

Um dos trunfos do Rio Verde era a diferença no tempo de preparação, a equipe do interior treina desde o dia cinco de dezembro e isso poderia aparecer em campo. Poderia. Só que quem cansou foi justamente o Rio Verde no segundo tempo. O Verdão do Sudoeste não soube dosar o gás, já o Atlético foi inteligente e conseguiu se manter praticamente inteiro durante todo o jogo.

Na primeira etapa os donos da casa foram com tudo para cima e conseguiram dar um susto no Dragão. O veloz atacante Moisés deu trabalho para a defesa atleticana, sobretudo ao lado esquerdo do setor defensivo onde estavam Fernando Bob, Ernandes e Paulo Henrique. Moisés e Velber criavam as chances para Nonato. O sempre gordinho atacante era perigoso, mandou uma bola no travessão e outra para as redes. O Rio Verde foi para o vestiário com a vantagem.

No segundo tempo o Atlético veio com uma mudança que mudou de verdade o panorama do jogo. Diogo Campos entrou no lugar do apagado Juninho. O jovem prata-da-casa colocou fogo no jogo. Começou a jogada do gol de empate feito por Gilson e deu duas assistências para os gols de Marcão. Outro destaque foi o volante Marino, dono de um fôlego invejável, Marino parece ter saído na frente por um lugar nesse meio-campo do Dragão.

Nonato ainda fez outro gol, que foi responsável por colocar o Rio Verde de volta à frente do placar, porém o Dragão tomou conta do jogo e fez três gols em 13 minutos.

O Atlético mostrou que seu conjunto e entrosamento pode e deve ser o diferencial no decorrer da temporada, ainda mais quando isso se aliar ao bom condicionamento físico. Em tempo, algumas coisas devem mudar no time. Leonardo entra no lugar de Paulo Henrique, William e Elias entram no time, deve sobrar para Marcão e Fernando Bob ou Marino. Na outra vaga do ataque Felipe deve ser o titular, mas Diogo Campos vive boa fase e deve ser figurinha certeira na maioria dos jogos.


FICHA TÉCNICA

Data:  21 de janeiro de 2012

Local: Estádio Mozart Veloso do Carmo, em Rio Verde (GO)

Arbitragem: Elmo Resende (GO)

Assistentes: Cristhian Passos (GO) e Bruno Pires (GO)

Atlético: Rafael; Rafael Cruz, Gilson, Paulo Henrique e Ernandes; Pituca, Marino, Fernando Bob (Joílson) e Bida (Thiaguinho); Juninho (Diogo Campos) e Marcão. TÉC: Hélio dos Anjos

Rio Verde: Wágner Bueno, Marcelo Goiano (Felipe Gaúcho), Wiliam, André Lima e Jorge Henrique; Márcio Sena (Juninho), Wilton Goiano, Vina e Velber (Keninha); Nonato e Moisés. TÉC: Betão Alcântara

Gols: Nonato aos 20’ do 1º e aos 2’ do 2º T (Rio Verde); Gilson a 1’ do 2º T, Marcão aos 6 e aos 19’ do 2º T e Marino aos 13’ do 2ºT (Atlético)

Cartões Amarelos: Bida e Paulo Henrique (Atlético), Jorge Henrique (Rio Verde)

Público Pagante: 4.327
Renda: R$ 81.220,00

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Atlético vai mudar de cara

Jogadores em treino coletivo: Foto: Assessoria

O Atlético está prestes a iniciar uma nova temporada, estreia sábado no Campeonato Goiano contra o Rio Verde. Pesa sobre o rubro-negro a defesa do tricampeonato inédito no estadual. O Dragão é o grande favorito ao título, mas dentro do clube a palavra “favoritismo” não entra, pelo menos no discurso de Hélio dos Anjos. O comandante técnico prefere dizer que o time carrega a “responsabilidade” de ser campeão por ser um time de Série A.

É bem por aí mesmo. O Atlético manteve a base como tem feito nos últimos anos e tem como arma principal o entrosamento dos atletas, além de uma estrutura tática bem definida. Algumas peças importantes saíram e outras chegaram, o elenco ganhou qualidade. No entanto, a proposta de jogo que deu certo em 2011 deverá ser mudada. No ano passado, sobretudo na Série A, o Atlético contava com Anselmo e essa será a diferença.

O Dragão terá que ser mais criativo no meio-campo e mais incisivo nas laterais para que William funcione fazendo os gols que sabe fazer. Com Anselmo e Vítor Júnior no time era diferente. O meia que foi parar no Corinthians tem como característica a condução em velocidade, mas é pouco criativo. Essa deficiência era suprida pela inteligência de Anselmo, que saía do comando de ataque para criar jogadas e muitas das vezes concluí-la em seu desfecho.

Com Elias e William muda a proposta de jogo. Elias é mais cerebral, apesar de ser agudo em jogadas laterais e se dar bem como um segundo atacante. Portanto, Felipe e Juninho fiquem de olho para não perder a posição para o novo camisa 10. Com William no ataque o time terá que criar para que ele finalize. Por isso a necessidade de um meio-campo mais criativo, de menor condução e de maior troca de passes. Se funcionar, aquele trauma vivido pelo rubro-negro no Serra Dourada em boa parte da Série A tem seus dias acabados, pois o time penava para criar chances claras de gol apesar de manter a posse de bola.

Fato é que o time está mais robusto, com o elenco mais recheado e promete dar mais trabalho na temporada. É meu favorito ao título de campeão goiano pela manutenção da base e pela capacidade individual de seus atletas, porém não pode nem pensar em salto alto. É bom não se esquecer do Goiás, maior rival tecnicamente falando na atualidade.

No ano passado com elencos muito mais distintos o equilíbrio marcou a decisão do Goianão entre Goiás e Atlético, esse ano deve ser ainda mais acirrado.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O tri de Messi

Messi com o troféu Melhor do Mundo 2011 - Foto: Fifa

O mundo é de Messi. O mundo da bola está cada vez mais rendido ao argentino do Barcelona. Pela terceira vez seguida, Messi conquista o prêmio de melhor jogador do planeta. Com a conquista ele se iguala a craques como Ronaldo e Zidane que também são tricampeões do título.

Só que o camisa 10 do Barcelona entrou para a história como o primeiro a conseguir o feito de ganhar como melhor do mundo por três vezes seguidas. É espantoso o talento e o potencial de Messi.

Mais extraordinário ainda é saber que estamos falando de um jogador de 24 anos de idade. No momento é difícil apontar algum jogador que esteja no mesmo patamar de Messi. Na Liga Espanhola existe o embate com Cristiano Ronaldo, último ganhador do prêmio da FIFA antes da hegemonia “messiânica”.

De fato Cristiano Ronaldo é um craque, o português tem números incríveis e é mais goleador do que Messi. No entanto, o argentino é mais completo, pouco individualista, até porque o futebol praticado pelo Barcelona favorece quem joga coletivamente.

Nos momentos de evidência procuramos as respostas, entender os fatos. Há quem diga que se Messi trocasse de time com CR9 o português seria o melhor do mundo. Acredito que não. Porém, não vejo outro jogador no futebol mundial a ameaçar o trono de Messi a não ser Cristiano. Nesta temporada se for bem com Portugal na Euro e na Champions com o Real, pode ser que La Pulga seja enfim destronado, mas não apostaria nisso de imediato.

Outros candidatos são campeões do mundo e jogam com Messi. Xavi e Iniesta são jogadores magníficos, peças vitais para o time do melhor treinador de 2011 ganhar tudo como vem fazendo. Mas como jogam mais longe do gol, sempre terão menos destaque aos olhos do torcedor comum.

Outra bola levantada é em relação à Messi não ir bem com a seleção argentina. Não é bem por aí. Se puder assista jogos do dele com a camisa da Argentina e repare individualmente as atuações do jogador. Sempre acima da média. O problema é que faz muito tempo que os argentinos não montam uma equipe que consiga dar liga.

A verdade é que ainda temos tempo para cobrar isso de Messi. Ronaldo arrebentou em uma Copa do Mundo em 2002, tinha 25 anos e estava prestes a completar 26. Zidane comandou os azuis da França em 98 quando o craque tinha 26 anos. Romário em 1994 tinha 28, Garrincha em 62 tinha 29, Maradona em 1986 de 25 para 26, como Ronaldo. A exceção talvez tenha sido Pelé em 1958, porque ele é uma grande exceção.

Messi tem 24 anos ainda, vai chegar à próxima Copa do Mundo com 27 anos de idade e pode enfim conseguir o título que “tanto” faz falta e que talvez seja a chave de entrada para o panteão dos maiores da história do futebol em todos os tempos.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Do banco de reservas para a eternidade

O dia quatro de janeiro de 2012 reservou aos palmeirenses e amantes do futebol uma ingrata surpresa. O anunciado se concretizou. Aos 38 anos de idade, 20 de Palmeiras, o goleiro Marcos anunciou a sua aposentadoria. Isso mesmo, São Marcos pendurou as luvas.

Tipo de jogador escasso nos últimos tempos, Marcão, como é conhecido entre os boleiros, talvez seja um dos últimos remanescentes que traduza tão perfeitamente o futebol jogado com amor à camisa.

Marcos foi mais que um goleiro, foi um ídolo. É digno de estátua na porta do Palestra Itália e no coração de cada palmeirense. Apesar de ter dado grandes tristezas aos adversários com suas implacáveis defesas, Marcos foi querido por todas as torcidas enquanto jogador de futebol.

Apesar de ser um dos maiores goleiros brasileiros nos últimos anos, Marcos nunca abandonou a simplicidade trazida do interior de São Paulo, da pequena Oriente, e com isso conquistou quem o cercou.

Chegou ainda garoto à Academia de Futebol e teve paciência para agarrar a oportunidade que apareceu a ele. Substituiu seu ídolo Velloso em 1999 para não sair mais. Como era reserva usou a camisa 12 que posteriormente virou marca registrada. Contribuiu com generosa parcela para que o Palmeiras levantasse seu título mais importante, a Taça Libertadores. No mesmo ano, Marcos falhava na decisão do Mundial Interclubes.

No ano seguinte brilhou na decisão por pênaltis nas quartas-de-final da Libertadores ao defender cobrança realizada por Marcelinho Carioca e adiar mais uma vez o sonho do arqui-rival Corinthians da conquista da América. Por isso ganhou o apelido de santo.

Em 2002 foi o goleiro titular na campanha do pentacampeonato da Copa do Mundo na Coreia e no Japão, sendo importantíssimo na partida da oitava-de-final contra a Bélgica. Além de grande defesa na decisão contra Alemanha quando evitou um gol de falta cobrada por Neuville.

Em 2003 arrebatou de vez os incrédulos em sua santidade. Com o Palmeiras rebaixado à Série B, Marcos recusou uma proposta milionária para jogar no Arsenal da Inglaterra.

Marcos fez 530 jogos com a camisa do alviverde, seu único clube como profissional. Poderia ter feito muito mais se não tivesse sofrido tanto com lesões. Aos 38 anos, Marcos não suportava mais as dores com que convive há tanto tempo, por isso parou.

O Palmeiras clube tão grandioso foi pequeno. Sabendo da proximidade do fim da carreira de seu maior ídolo recente, não conseguiu montar times fortes para dar a Marcos um título de despedida.
São Marcos ainda concederá uma entrevista coletiva para dizer adeus e não descartou um jogo de despedida. Nem precisa, ele nunca sairá da mente dos palmeirenses. Deixará os campos de futebol na saudade.

EU E MARCOS

Tenho Marcos como um ídolo. O jornalismo me proporcionou um contato com o jogador que me deixou mais apaixonado pelo futebol, e por isso sou grato à minha escolha profissional.

No ano de 2009 ainda era estudante, estava apenas no segundo ano da graduação, mas já trabalhava pela Rádio Universitária da UFG com transmissões esportivas. Em partida válida pelo Brasileirão o Palmeiras visitou o Goiás no Serra Dourada. Era a minha chance.

Não consegui entrevistá-lo antes da partida, pois Marcos estava no aquecimento e depois no cara-ou-coroa. Passei o primeiro tempo planejando a abordagem. Ao fim do primeiro tempo atravessei o campo correndo. Quando cheguei ao gol defendido pelo “santo”, ele ainda estava fazendo sua oração, momento característico dele.

Quando abriu os olhos se deparou com um repórter jovem e tremendo na base. Fiz duas perguntas a ele, uma delas um pouco mais ríspida. Mas Marcos me atendeu com a maior presteza e ao término do papo me deu dois tapinhas nas costas com as mãos santas. Foi minha primeira conquista como jornalista.