segunda-feira, 30 de abril de 2012

Citizens na ponta

Kompany sobe mais que todo mundo e faz o único do jogo. Foto: EFE



Jogos que vi em 2012 – Inglês – 36ª rodada – Manchester City 1 x 0 Manchester United #39

As duas equipes de Manchester protagonizaram um jogo duro no City of Manchester, casa dos citizens. Em uma espécie de final antecipada, o City mostrou que não se pode amolecer na Premier League e ultrapassou o rival na tabela.

As duas equipes possuem os mesmos 83 pontos na tábua de classificação, porém a equipe de Roberto Mancini tem um saldo de gols melhor, o que coloca o time na primeira colocação. Na Inglaterra o saldo de gols é o primeiro critério de desempate, mas mesmo se fosse nos moldes do Brasileirão, o desempate teria que ser no saldo, já que a campanha é idêntica 26-5-5.

O Manchester City com a vitória por 1 a 0 com gol de Kompany nos minutos finais da primeira etapa com um belo cabeceio após cobrança perfeita de escanteio executada por David Silva, chegou aos 83 pontos e ao seu gol de número 88. Como sofreu 27, melhor defesa, tem um saldo positivo de 61 gols, oito a mais que os Red Devils. O detalhe é que desses oito, seis foram conseguidos sobre o próprio United.

No primeiro turno em partida histórica, os citizens fizeram 6 a 1 em Old Trafford. Com isso o clube ainda não depende só de si nas últimas duas partidas. Caso a equipe vença o Newcastle e o Queens Park Rangers torcerá para que o United mesmo que vença seus compromissos não tire a vantagem confortável de oito gols.

Na partida desta segunda-feira, o City só não foi melhor nos 15 minutos iniciais depois disso foi melhor e mereceu a vitória. O gol veio em jogada de bola parada e em cruzamento para jogada aérea. O time alçou muitas bolas na área mas os pequeninos Tevez e Aguero ficavam na área, mas a baixa estatura fazia da bola aérea uma jogada inofensiva. Mas o grandalhão Kompany testou firme com raiva e fez o único da partida.

O United na segunda etapa até que tentou o empate, mas estava em uma tarde pouco inspirada e encontrou um time muito valente pela frente com o símbolo na figura de Yaya Touré que correu e marcou muito. Caso seja campeão, o City chegaria ao terceiro título inglês da história, depois de vencer em 1936-37 e 1967-68.

Goiás ratifica favoritismo

Rafael Tolói comemora o terceiro gol. Foto: Carlos Costa/Lancepress!


Jogos que vi em 2012 – Goianão – Semi – Goiás 3 x 0 Vila Nova #38

O Goiás tinha uma vantagem muito confortável para o jogo de volta contra o Vila Nova, descartou a vantagem e deu uma resposta ao Atlético que havia assombrado o futebol goiano com a impiedosa goleada por 8 a 0 sobre o Crac na outra semifinal. O time esmeraldino ratificou a primeira posição geral na tabela de classificação e jogará a final com a vantagem de dois empates.

O resultado foi construído todo no segundo tempo e poderia ter sido um pouco mais elástico. Na primeira etapa as duas equipes fizeram uma partida equilibrada e de muita marcação com chances de gols para os dois lados. O Goiás abusava em jogar pelo lado esquerdo com Egídio, o Vila Nova por sua vez foi inteligente ao colocar Rondinelly caindo mais pelo lado direito às costas de Egídio.

O primeiro tempo terminou com o placar inalterado graças à defesa de Júlio César no último minuto. Egídio cobrou falta com violência e o goleiro deu um leve desvio antes que a bola explodisse no travessão. O atacante Patric torceu o tornozelo e atuou mais uma vez meio baleado no clássico.

Não estava dando certo pelos lados de campo e o Goiás resolveu jogar por dentro. Deu certo. Aos sete minutos o meia Ramón lançou Ricardo Goulart na ponta esquerda e o camisa 9 mandou fora do alcance de Júlio César. O gol desarticulou o Vila Nova que teria que fazer três gols para chegar à decisão.

Aproveitando a fragilidade emocional do adversário o Goiás construiu uma vitória sólida. O segundo gol veio após cruzamento perfeito de Ricardo Goulart para o cabeceio de Amaral. O tiro de misericórdia veio após contra-ataque com Felipe Amorim cruzando para Rafael Tolói finalizar. Podia ter sido melhor caso Reis tivesse encontrado as redes em vez do travessão.

Agora o Goiás tem pela frente dois Atléticos e a vantagem no bolso contra os dois. Enderson Moreira já disse que não vai mudar o seu jeito de jogar e não deve. Pode perder para o Mineiro e deve fazer uma final equilibradíssima com o Dragão. Só um insano apontaria um favorito para esse confronto.

domingo, 29 de abril de 2012

Massacre atleticano

Elias comemora um de seus quatro gols na goleada. Foto: Joelton Godoy



Jogos que vi em 2012 – Goianão – Semi – Atlético 8 x 0 Crac #37

Um atropelo. O Atlético foi profissional e levou a sério o jogo de volta contra o Crac no Serra Dourada e como recompensa entrou para a história com a goleada por 8 a 0. O técnico Adílson Batista poupou os jogadores amarelados e o atacante Marcão, mesmo assim a equipe esteve muito bem em campo e acompanhou a tarde inspirada do meia Elias.

O Atlético jogou em um 4-3-2-1 com Elias tendo liberdade para atacar e encostar no único atacante de ofício, Felipe. O Crac jogou com dois meias e dois atacantes e teoricamente viria mais solto para tentar um resultado que lhe garantisse na Copa do Brasil em 2013. Mas tudo foi embora com um minuto.

Elias sofreu pênalti e converteu abrindo passagem para o caminhão sem freio vermelho e preto. Esse caminhão demorou um pouco para ajustar sua engrenagem a sorte é que a estrada não tinha obstáculo.
O Atlético só foi acordar para o jogo novamente aos 40 minutos, durante os outros 39 até a charanga pagodeira-sambista que (des)animava a torcida do Dragão se calou. Mas o tempo  de folga foi o suficiente para acumular fôlego para suportar a avalanche que viria.

Ernandes recebeu de Elias e fuzilou o goleiro Fernando, 2 a 0 e ainda deu tempo de Elias fazer o terceiro após passe de Felipe antes do intervalo. O resultado já dificultou muito o trabalho do Leão do Sul, mas o quarto gol atleticano mandou o oponente para as cordas e depois com mais quatro golpes o levou à lona. Gilson, Felipe duas vezes e Elias outras duas vezes foram responsáveis pelo massacre no Serra Dourada.

A goleada imposta pelo Atlético mostra que o time cresceu bastante desde a derrota para o Goiás no segundo turno. Mas mostra também a fragilidade técnica deste Campeonato Goiano que se resumiu a Goiás e Atlético durante a fase de classificação e promete ser decidido pelos dois mais uma vez.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Serra Dourada, em Goiânia(GO)

Arbitragem: Eduardo Tomaz (GO)

Assistentes: Marco Antônio Moreira (GO)  e Leone Carvalho (GO)

Atlético: Márcio; Rafael Cruz, Gilson, Paulo Henrique e Paulinho; Pituca (Dodó), Marino (Juninho), Ernandes e Bida (Gabriel); Elias e Felipe. TÉC: Adílson Batista

CRAC: Fernando; Dida, Luciano, João Paulo e Alex Gaibú; João Victor, Mário César (Leão), Pablo Munhoz e Cleitinho (Rogério Paulista); Danilinho (Toninho) e André Leonel. TÉC: Evair Paulino

Gols: Elias a 1’ e 43’ do 1º T aos 4’ e aos 25’ do 2º T, Ernandes aos 40’ do 1º T, Felipe aos 6’ e aos 43’ do 2ºT;  Gilson aos 13’ do 2º T (Atlético)

Cartões Amarelos: Alex Gaibú, João Paulo (Crac); Paulinho (Atlético)

Público Pagante: 3.899

Renda: R$ 66.013,00

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Passo importante para o Goiás


Rafael Tolói comemora primeiro gol do Goiás. Foto: Rosiron Rodrigues


Jogos que vi em 2012 – Copa do Brasil – Oitavas – Goiás 2 x 0 Atlético-MG #36

O Goiás fez bem seu dever de casa e encaminhou sua classificação à próxima fase da Copa do Brasil, no entanto o placar de 2 a 0 foi pequeno pelas circunstâncias da partida e não liquida a fatura. Neste ponto eu lembro da decisão da Sulamericana quando o Goiás levou a mesma vantagem para a Argentina e não foi campeão.

O jogo era difícil antes da bola rolar e continuou no decorrer da partida, o Goiás mostrou muito empenho em todas as jogadas e isso fez a diferença. Os gols feitos nos primeiros minutos de cada tempo deram ao time esmeraldino um poder de controle das ações e empurrou para o adversário o dever de atacar.

Porém, apesar de corrido, o jogo não foi tão bom tecnicamente. Muita marcação e muitos, mas muitos passes errados pelos dois lados. O Atlético-MG não estava em noite inspirada, e quando criava algumas chances esbarrava em Harlei e na atuação destacada dos dois zagueiros verdes.

Quem chamou a atenção também foi a arbitragem, um pênalti não marcado à favor do Goiás e um impedimento mal assinalado. Dois lances que poderiam dar ao Goiás uma vantagem mais elástica e uma segurança maior para o jogo de volta.

Os dois clubes decidem a vaga na próxima quinta-feira com o Goiás podendo perder por um gol de diferença. Se fizer um gol, o esmeraldino fica muito perto da vaga já que o Galo teria que fazer quatro gols. O histórico do Goiás recentemente mostra que o time tem que ter cautela, mas é muito possível que o time esteja entre os oito melhores da Copa do Brasil.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO)

Arbitragem: Cláudio Francisco Lima e Silva (SE)
Assistentes: Cleriston Clay Barreto Rios (SE) e Ivaney Alves de Lima (SE)

Goiás: Harlei; Peter, Rafael Tolói, Valmir Lucas e Egídio; Amaral, Thiago Mendes, Ramón (Marcos Paulo), Ricardo Goulart e Thiago Humberto (Vítor); Iarley (Felipe Amorim). TÉC: Enderson Moreira

Atlético (MG): Giovanni; Marcos Rocha (Neto Berola), Réver, Luiz Eduardo e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete, Fillipe Soutto (Bernard), Danilinho e Escudero (Mancini); André. TÉC: Cuca

Cartões Amarelos: Ramón, Amaral (Goiás); Richarlyson, Danilinho, Bernard  (Atlético-MG)
Cartão Vermelho: Bernard (Atlético-MG)

Gols: Rafael Tolói aos 11’ do 1º T e Ricardo Goulart aos 5’ do 2º T(Goiás)

Público Pagante: 12.762
Renda: R$ 84.735,00

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Bayern e a classificação real


Schweinsteiger, autor da cobrança decisiva comemora. Foto: Getty Images


Jogos que vi em 2012 – Champions – Semi – Real Madrid 2 (1) x 1 (3) Bayern de Munique #35

Um jogaço de futebol. A partida que definiu o adversário do Chelsea na edição da UEFA Champions League 2011/2012 foi épica. O Bayern de Munique foi a Madri com a vantagem do empate e com o sonho de decidir em casa o torneio interclubes mais importante do mundo. O Real Madrid precisava da vitória e chegava embalado pela vitória sobre o rival Barcelona na Liga das Estrelas e da recente eliminação dos catalães da Champions. Ingredientes que fizeram do jogo um espetáculo.

Dois times excelentes em campo, grandes craques dos dois lados e um só objetivo em jogo. O equilíbrio sumiu nos minutos iniciais e o Real Madrid sufocou. Conseguiu abrir o placar aos cinco minutos após pênalti discutível assinalado pelo húngaro Viktor Sakai. A bola bateu mesmo no braço de Alaba, mas muito longe de ser intencional. Cristiano Ronaldo deslocou Neuer e fez.

Robben teve a chance de empatar, a bola puniu o holandês, pelo menos por ora. Em jogada bem trabalhada pelo meio, o alemão Mesut Özil deu belo passe para CR7 que bateu sem chances para o goleiro bávaro. Em 13 minutos o Real Madrid vencia por 2 a 0 e parecia que a vitória seria tranquila.

Mas o 2 a 0 é um placar perigoso, pelo menos é o que reza uma das máximas do futebol. Ela se aplicou novamante no Santiago Bernabéu. A vantagem durou apenas 13 minutos e Kassai voltou a aparecer assinalando pênalti de Pepe em cima de Mário Gomez, lei da compensação.

O holandês Robben voltou a cobrar um pênalti decisivo, antes havia desperdiçado contra o Dortmund pela Bundesliga,  e dessa vez mandou no cantinho direito (estrela da noite) de Casillas que se esticou todo, chegou a tocar a bola mas mandou para fora.

A partir daí o jogo ganhou um ritmo ainda mais alucinante e o Bayern tinha o domínio maior da partida até o fim do primeiro tempo. O resultado levava a partida para os penais. Na segunda etapa, o Real Madrid voltou ligeiramente melhor, mas o cansaço foi batendo nas duas equipes. Mourinho ainda colocou Kaká no lugar de Di María mas o brasileiro pouco fez.

A partida foi para a prorrogação e o medo-cansaço fez com que as duas equipes não se arriscassem em demasia, jogo foi para os pênaltis. Foi aí que brilhou a estrela de Manuel Neuer que parou as cobranças de Cristiano Ronaldo e Kaká, ambos no canto inferior direito. Casillas respondeu à altura e parou Kroos e Lahm, mas Sérgio Ramos jogou na lua a chance do Real Madrid ir para a final.

Os bávaros vão abarrotar a Allianz Arena para tentar chegar ao seu quinto título da Liga dos Campeões, enquanto o Chelsea tenta fazer história ao chegar a seu primeiro título. O gozado é que a Liga dos Campeões não terá nenhum campeão na decisão. United e Dortmund ganharam os nacionais.

FICHA TÉCNICA:
 
REAL MADRID-ESP (1) 2 x 1 (3) BAYERN DE MUNIQUE-ALE

Loca
l: Santiago Bernabéu, em Madri (Espanha)
Data: 24 de abril de 2012, quarta-feira
Horário: 15h45 (de Brasília)
Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)
Assistentes: Gabor Eros e Gyorgy Ring (Ambos da Hungria)
Assistentes adicionais: István Vad e Tamás Bognar (Ambos da Hungria)
Cartões amarelos: Arbeloa, Pepe e Granero (Real Madrid); Badstuber, Alaba, Luiz Gustavo e Robben (Bayern de Munique)
Gols:
REAL MADRID: Cristiano Ronaldo, aos seis e 14 minutos do primeiro tempo
BAYERN DE MUNIQUE: Arjen Robben, aos 26 minutos do primeiro tempo
Pênaltis:
REAL MADRID: Converteu Xabi Alonso e perderam Cristiano Ronaldo, Kaká e Sergio Ramos
BAYERN DE MUNIQUE: Converteram Alaba, Mario Gómez e Schweinsteiger e perderam Kroos e Lahm

REAL MADRID: Casillas; Arbeloa, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Khedira, Xabi Alonso, Ozil (Granero), Di María (Kaká) e Cristiano Ronaldo; Benzema (Higuaín)
Técnico: José Mourinho

BAYERN DE MUNIQUE: Neuer; Lahm, Boateng, Badstuber e Alaba; Luiz Gustavo, Schweinsteiger, Kroos, Robben e Ribéry (Thomas Muller): Mario Gómez
Técnico: Jupp Heynckes