quinta-feira, 26 de julho de 2012

Futebol olímpico estreia "mais ou menos"


Jogadores cumprimentam torcida em Cardiff. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra



Jogos que vi em 2012 – Londres 2012 – 1ª rodada – Grupo C - Brasil 3 x 2 Egito #96

A estreia da Seleção Brasileira em Londres esteve muito perto de ser diferente de estreias brasileiras. A segurança demonstrada no primeiro tempo contrastou com a apatia da segunda etapa e deixou algumas lições para os comandados de Mano Menezes. O placar de 3 a 2 traduziu bem o que foi a partida. Foi ruim, mas foi bom.

A parte boa foi pelo resultado e pela lição que fica sobre o miolo de zaga com Juan, o individualismo exacerbado de Neymar e a falta de competitividade em geral da equipe no segundo tempo. Se fosse um jogo eliminatório o caldo poderia azedar.

Mano Menezes mudou a forma tática da seleção jogar. Saiu do habitual 4-2-3-1 que vinha apresentando, apesar das variações no posicionamento de alguns jogadores, e encaixou um 4-4-2 atacava no 4-2-2-2 com Hulk e Oscar na armação e defendia com duas linhas de quatro jogadores com Oscar e Hulk compondo a linha com Sandro e Rômulo.

O Egito começou marcando no campo de ataque e dificultou um pouco as ações brasileiras. A dificuldade foi quebrada quando Oscar começou a cair mais por dentro e olhar as opções de forma mais ampla. No primeiro gol caiu pela direita e enfiou para Hulk, Rafael interceptou com inteligência e bateu para abrir o placar, contando com o leve desvio na defesa.

O segundo saiu com Oscar novamente que correu mais que a defesa e rolou para Damião. O último gol brasileiro saiu de uma boa e rara jogada de Neymar que iniciou pelo meio, enfiou para Hulk e completou de cabeça. Tudo no primeiro tempo. Um massacre anunciado, certo? Não foi bem assim.

A equipe brasileira foi letárgica no segundo tempo. Mole. O Egito diminuiu após cruzamento na área que Aboutrika descontou. O gol não serviu de alerta para o Brasil que seguiu mal na partida. O segundo gol egípcio nasceu de uma falha grotesca do zagueiro Juan e Salah aproveitou para fazer um gol merecido, do melhor jogador da segunda etapa.

Ganso entrou mal, Pato teve poucas chances e Danilo não teve tempo para apresentar alguma diferença em campo. A vitória serviu para os três pontos e para quebrar o gelo da estreia, mas Mano Menezes precisará corrigir a postura dos jogadores que poderiam ter goleado e feito história.

Dragão vai ganhando sobrevida no Brasileiro


Festa para o gol de Marino, 1º da vitória. Foto: Carlos Costa/Futura Press



Jogos que vi em 2012 – Série A – 12ª rodada – Atlético-GO 4 x 3 São Paulo #95

Os ingressos para ver Atlético-GO x São Paulo estavam com o preço um pouco salgado, mas quem foi ao Serra Dourada não pôde se queixar do que viu, sobretudo a parte atleticana. O pequeno público, 6.236 pagantes, viu um jogo de sete gols com muita emoção.

O Atlético-GO venceu por 4 a 3 em uma partida totalmente atípica e que dá sobrevida ao clube goiano e reforça o alerta no tricolor paulista. Na coletiva de terça-feira, Jairo Araújo disse que a equipe iria marcar muito e tentar aproveitar as chances. Dito e feito, pelo menos no primeiro tempo.

Jairo surpreendeu logo na escalação. O treinador testou uma equipe bem mais defensiva no último treino antes da partida e mandou a campo um time, digamos, mais solto. Na prática foi um 4-3-1-2, com o meio-campo formando um losango. Marino era o mais recuado, Joílson pela direita e Ernandes pela esquerda, Wesley era o meia que acelerava o jogo. Ricardo Bueno flutuava e Patric jogava mais enfiado.

Esse foi o posicionamento aliado com uma postura combativa praticada pelos dez jogadores de linha. O São Paulo veio no 3-5-2 com Douglas e Cortez nas alas e atacando muito. Willian José era a referência com o bom Ademílson caindo pelas beiradas, Jádson era responsável pela criação, mas pecava no último passe. O trio defensivo com Tolói, Edson Silva e Rhodolfo protagonizou um péssimo primeiro tempo.

O São Paulo até que começou melhor, mas o Dragão foi praticamente infalível quando teve chance. A primeira foi com Patric, mas o atacante foi pressionado pela marcação e perdeu boa oportunidade. Único erro de finalização no primeiro tempo.

O primeiro gol saiu em ótima cobrança de falta de Marcos e cabeceio desajeitado de Marino com colaboração do sistema defensivo tricolor. O segundo saiu de um pênalti mal marcado, Eron mergulhou na área e o árbitro Emerson de Almeida Ferreira viu falta. Márcio bateu no meio e fez o segundo.

O gol deu moral para o Dragão que seguiu com a mesma estratégia e após a bola sair da esquerda, passar por Bueno no meio e parar em Marcos na direita, o garçom do jogo fez cruzamento perfeito para Patric engolir a defesa são-paulina.

O terceiro relaxou o Atlético-GO que observou Ademílson diminuir a diferença. Não deu tempo da equipe sentir o golpe. A rapidez de Wesley na cobrança de falta pegou a defesa do São Paulo desarrumada e o próprio Wesley entrou na área para fazer o quarto gol.

Enredo perfeito para os atleticanos, certo? Não foi bem assim. Ney Franco arrumou o time sacando Edson Silva para a entrada de Casemiro e de Rodrigo Caio no lugar do inerte Douglas. A equipe se rearranjou em um 4-4-2 e tomou as rédeas do jogo. Diminuiu rápido com um gol de pênalti, cometido por Eron e cobrado por Jádson e chegou ao terceiro em um golaço de Tolói.

O empate parecia próximo. Mas o Atlético-GO conseguiu suportar ao ímpeto tricolor. Ney Franco ainda tirou Rafael Tolói para colocar Rafinha terminando o jogo com apenas um zagueiro, Rhodolfo, dos três que iniciaram.

Jairo teve que tirar o Marino e colocou Dodó que segurou bem, colocou Diogo Campos no lugar de Patric. O prata da casa fez o trabalho de recompor mais o meio-campo e marcou com sangue cheio. Gustavo ainda entrou no finalzinho para reforçar ainda mais a defesa. O juiz apitou o fim do jogo e o alívio atleticano foi duplo.

A vitória veio em boa hora e dá uma sobrevida ao Dragão. Equipe precisa ganhar mais pelo menos doze jogos em 26, pode ser. Precisa mostrar o espírito de luta desse primeiro tempo e junto disso o aproveitamento nas finalizações.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Goiás joga para o gasto e engata a quarta


Walter disputa a bola com marcador do ASA. Foto: Ailton Cruz/Ag.Estado



Jogos que vi em 2012 – Série B – 13ª rodada – ASA-AL 0 x 1 Goiás #94

Não foi uma exibição de encher os olhos, mas o Goiás conseguiu sua segunda vitória fora de casa, a quarta consecutiva e ampliou sua sequência invicta para oito jogos. O placar de 1 a 0 sobre o ASA de Arapiraca traduziu muito bem o que foi o jogo.

O Goiás precisou de pouco mais que sete minutos para abrir o placar e de muita marcação para conseguir a vitória. Enderson Moreira armou a equipe no tradicional 4-2-3-1 com Walter no lugar de Felipe Amorim. Na teoria seria lindo, mas na prática não funcionou muito bem.

Com Walter no time, o quarteto ofensivo teria um jogador com poder de fogo mais interessante e passaria a depender menos da chegada dos outros meias. Poderia funcionar melhor se Walter trocasse com Iarley e fosse o jogador mais avançado, com isso Iarley voltaria para flutuar por dentro e deixar Ramón apoiando pela direita e Ricardo Goulart pela esquerda, eventualmente trocando.

Funcionaria, mas Iarley não pode voltar tanto sem a bola pois a idade já não permite tamanha extravagância. Walter no meio não funcionou muito bem pois o atacante recém-chegado do Cruzeiro ainda não encontrou a melhor forma física. A fase vivida por Felipe Amorim obrigou Enderson a sacá-lo do time.

O gol esmeraldino saiu de um ótimo passe de Egídio para uma das raras escapadas de Ramón que finalizou com qualidade dentro da área. Depois disso o Goiás foi recuando, apostando na forte marcação e imaginando um bom contra-golpe. E foi isso. O ASA oferecia poucos problemas para Harlei que quando foi exigido apareceu bem.

No segundo tempo Felipe Amorim entrou no lugar de Walter, Marcos Paulo no lugar de Ramón e Renan Oliveira no lugar de Iarley. As três saídas foram causadas por desgaste físico e mudaram a cara do time. A equipe passou a atuar no 4-3-1-2, com Marcos Paulo fechando mais o meio, Felipe Amorim para puxar os contra-ataques e Renan Oliveira, último a entrar, para oxigenar um pouco mais o ataque. Felipe Amorim entrou mal e errou tudo o que tentou, Marcos Paulo deu mais segurança quando o ASA esboçou uma blitz e Renan Oliveira pouco acrescentou.

O Goiás jogou para o gasto e venceu, ainda não empolgou no campeonato. Precisa de mais, de ter mais apetite pelo jogo e parar de esperar muito o adversário. Na maioria das vezes o time tem mais bola que o adversário e pode construir a vitória com mais tranquilidade, mas prefere adotar uma postura mais cautelosa. E é bom lembrar que isso parte na maioria das vezes dos próprios jogadores em campo.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O início da decantação e a agonia do Atlético-GO


Situação da tabela aponta início de "decantação". Arte: globoesporte.com



O anunciado processo de decantação na tabela de classificação do Brasileirão da Série A começou e ampliou a agonia do Atlético-GO. Apesar do insucesso em sua segunda passagem pela equipe campineira, Hélio dos Anjos fez uma leitura muito apropriada do cenário da competição.

Dois grupos claros seriam formados: os doze grandes clubes (São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Internacional e Grêmio) de um lado brigando pelas primeiras posições e as outras oito equipe lutando para escapar do rebaixamento e quem sabe beliscar uma coisa melhor dependendo das circunstâncias.

Nas primeiras rodadas do Brasileirão tinham clubes envolvidos com Libertadores e Copa do Brasil, as equipes do grupo “inferior” tiveram tempo para acumular alguma gordura nesse momento. Era o plano do Atlético-GO. Náutico, Sport e Ponte Preta se destacaram e conseguiram pontuar mais que os outros componentes e por isso estão em situação um pouco melhor. Mas a decantação será inevitável.

Como de costume desde a instauração do formato por pontos corridos, um dos grandes deve passar sufoco e lutar para não cair. Antes da bola rolar falava-se do Cruzeiro, mas Roth engrossou a equipe que vai se firmando. Corinthians e Palmeiras habitaram a zona da degola, mas começaram a pontuar depois de guardarem os canecos e os confetes.

Sem Neymar, o Santos é a equipe que parece que vai mais sofrer nesse início, mas com a volta da joia os pontos devem voltar a ser realidade da equipe santista. A bagunça flamenguista pode ameaçar a equipe que não se reforçou e tem elenco modesto, porém a camisa é pesada e tem feito com que a equipe pontue.

Nesse cenário, atualmente (com 11 rodadas) são cinco clubes na luta para sair de uma zona de quatro lugares. Sendo que o Coritiba ainda vive a ressaca de ter sido vice-campeão da Copa do Brasil e tem um elenco recheado que pode reverter a situação incômoda.

O Dragão tem que torcer para que o processo de decantação seja acelerado e se estabilize até o fim do primeiro turno. Pois a equipe terá que brigar com essas equipes. Nesse grupo de oito equipes, o Atlético-GO já enfrentou cinco em 11 jogos e conseguiu apenas quatro pontos (empate com a Ponte Preta e vitória sobre o Figueirense).

No ano passado, o Dragão conseguiu boas vitórias sobre os clubes grandes e ali conseguiu a tranquilidade para se safar da queda. Pode ser que se repita, mas até o momento o time mostrou muito pouco e desanima a maior parte dos torcedores que sumiram ainda mais do Serra Dourada, exceto aqueles mais fiéis.

Contra o São Paulo é uma chance de medir até que ponto o Dragão poderá mesmo incomodar os grandes como fez no passado, contra o próprio São Paulo que perdeu por 3 a 0 com gols de Gilson, Felipe e Anselmo. 

sábado, 21 de julho de 2012

Goiás segue subindo


Vítor participou do 1º gol esmeraldino. Foto: Diomicio Gomes/O Popular



Jogos que vi em 2012 – Série B – 12ª rodada - Goiás 2 x 0 Avaí #93

O Goiás jogou para o gasto contra o Avai e garantiu a terceira vitória consecutiva ampliando para sete a série de jogos sem perder nesta Série B. Essa arrancada garantiu ao time esmeraldino a proximidade ao G-4 da competição, o esmeraldino está a um ponto do América-RN que é a primeira equipe na zona de acesso.

O atacante Iarley desfalcou o time com dores no tornozelo e obrigou o técnico Enderson Moreira escalar Walter. Essa mudança fez com que o time mudasse um pouco as suas características, Iarley sai mais da área e articula para os meias chegarem na área, com Walter foi diferente.

Apesar de fora de forma ainda, o recém-chegado conseguiu uma movimentação interessante e deu ponto de referência no ataque. Ricardo Goulart ora pela esquerda, ora por dentro e Felipe Amorim pela direita. Esse último vive inferno astral e saiu de campo vaiado mais uma vez.

O Goiás teve posse de bola e não deixava que o Avaí incomodasse. O limitado time catarinense dependia da criação de Cléber Santana e da presença ofensiva de Nunes. Nada funcionou no primeiro tempo.

O time de Enderson ficava com a bola, tinha volume, mas não criava chances claras e só incomodava nas bolas alçadas. Até que Vítor aos 36 minutos chutou da entrada da área e Diego, goleiro do Avaí, espalmou para frente. Ricardo Goulart estava atento e fez de cabeça por cobertura.

No segundo tempo o Goiás diminuiu o ritmo e o Avaí começou a gostar do jogo. Mesmo com um jogador a menos, o volante Bruno foi expulso, a equipe catarinense era melhor e começou a chegar mais perto do gol de Harlei.

Enderson tirou Felipe Amorim para colocar Renan Oliveira e tirou Walter para a entrada de David. O segundo gol saiu aos 35 quando Renan Oliveira pegou uma bola espirrada, progrediu, limpou a marcação e bateu na saída de Diego.

O time ficou tranquilo e só administrou o restante do tempo de jogo. O Goiás ainda reclamou de um pênalti não marcado o que poderia traduzir o resultado em um placar mais elástico. O time esmeraldino tem pela frente o ASA-AL e pode entrar no G-4 em caso de vitória.

Teste final não empolga e nem preocupa


Seleção Brasileira pronta para a estreia em Londres-12. Foto: Mowa Press



Jogos que vi em 2012 – Amistoso Olímpico – Grã-Bretanha 0 x 2 Brasil #92

O útimo teste na preparação da Seleção Brasileira Olímpica antes da estreia, mostrou que o time vai jogar um futebol de resultado. Vai priorizar isso. Talvez pela possível corda no pescoço de Mano Menezes ou, quem sabe, pela pressão histórica pelo ouro inédito.

Não foi exibição de gala, mas foi uma atuação segura contra uma Grã-Bretanha totalmente sem graça. O fato de ser um selecionado forçado transforma o time britânico em uma equipe sem muita alma, apesar da presença do lendário Ryan Giggs.

O Brasil voltou a jogar no 4-2-3-1 com a linha de três diferente do habitual. Assim como em muitos momentos da última excursão canarinha, principalmente contra a Argentina , Neymar saiu da esquerda, Hulk da direita e Neymar voltou a cair mais pela direita. Porém esse posicionamento não era rígido, havia liberdade para que eles trocassem e assim dificultasse a marcação.

Os dois volantes, Sandro e Rômulo, se adiantavam para empurrar os meias e assim fazer com que a marcação fosse pressão, embora mostrou qualidade quando o Brasil esperou para marcar na própria intermediária.

Neymar por dentro foi menos brilhante do que se esperava, Oscar também não foi tão bem quanto na última excursão e Hulk foi o mais ativo da Seleção. Damião teve poucas chances, mas se movimentou na frente para tentar abrir espaços. Os laterais subiam alternadamente, com Marcelo mais presente na frente. Thiago Silva foi o dono da zaga e Juan o mais fraco dos onze. Rafael Cabral foi bem quando solicitado.

O Brasil fez os dois gols em jogadas de bola parada. O primeiro saiu de uma cobrança perfeita de Neymar para Sandro que correu por trás da defesa, contemplativa, britânica e testou no contrapé do goleiro. Gol de treino.

O segundo gol saiu de cobrança de pênalti. Hulk fez jogada individual de força e foi derrubado. Neymar converteu. A joia brasileira foi menos decisivo do que se espera dele, não jogou bem, mas fez um gol e deu passe para outro. Mergulhou também, fato que irritou a torcida local.

No segundo tempo Mano fez várias alterações depois dos 20 minutos. Destaque para o quarteto ofensivo que foi formado. Ganso jogou com um meia mais recuado e com menos movimento com relação à formação do primeiro tempo. Lucas aberto pela direita e Neymar pela esquerda, Pato no comando. Ficou notório que o time ganhou em qualidade técnica e improviso, mas perdeu em jogo coletivo. Mesmo assim obrigou a Butland, goleiro reserva que entrou no decorrer da partida, a fazer grandes defesas e, se Pearce for sensato, tomou a titularidade.

Outro destaque foi a entrada de Danilo na partida como volante. Jogou bem melhor do que quando foi aproveitado na lateral direita. Foi uma exibição segura do time de Mano Menezes, mas nada que empolgasse. A equipe tem os jogos contra Egito, Belarus e Nova Zelândia para encontrar essa empolgação e brigar pelo ouro. A competitividade já existe.

Em tempo: O selecionado britânico não teve tempo para se formar como equipe, talvez não se forme. A equipe joga em um 4-1-4-1 e tem em Giggs e Bellamy suas grandes armas. A defesa é fraquinha principalmente Tomkins. Micah Richards tenta dar mais solidez, mas não conseguiu. Ramsey entrou no segundo tempo e mostrou que pode ser titular. Vai brigar com Senegal pela outra vaga no grupo em que o Uruguai é favorito e os Emirados Árabes Unidos candidatos a saco de pancadas.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Começo da reação?


Márcio abre caminho da primeira vitória. Foto: Carlos Costa/Futura Press



Jogos que vi em 2012 – Série A – 10ª rodada – Atlético-GO 3 x 2 Figueirense #91


A primeira vitória do Atlético nesta Série A enfim saiu. Depois do segundo tempo animador contra o Vasco da Gama na última rodada, o resultado positivo parecia certeiro contra o Figueirense, ele veio, mas o Dragão teve que penar.

O resultado serve para tirar um peso gigantesco dos ombros de todos no clube e devolver uma atmosfera mais positiva ao Urias Magalhães. A partida mostrou uma postura psicológica diferente e a sorte que estava sumida voltou a aparecer.

Com o resultado o Dragão chega a cinco pontos e está com três pontos a menos que o 16º colocado na tabela, primeiro fora da zona de rebaixamento. É uma luz que começa a brilhar novamente, mas a equipe precisa melhorar bastante.

Jairo optou pelo esquema 4-3-3 e por isso sacou Joílson da equipe titular. Abriu Felipe na esquerda, Vanderlei na direita e deixou Wesley mais solto para chegar por dentro. Bida era quem deveria fazer a transição no meio-campo e distribuir o jogo. Fez pouco.

O Dragão tinha domínio territorial nos primeiros vinte minutos, mas as chances eram poucas, até que Eron fez carga em Caio e Seneme marcou pênalti. O próprio Caio converteu. O Atlético não se abateu e buscou a reação. O empate chegou na mesma moeda, Márcio, de pênalti, exorcizou os fantasmas do Goianão.

Para o segundo tempo, Jairo sacou Bida e Vanderlei e colocou Joílson com Diogo Campos. A equipe melhorou e conseguiu a virada. Felipe fez a jogada individual na entrada da área e finalizou forte, com sorte fez o gol.

Um alívio para os pouquíssimos torcedores no Serra Dourada. Durou pouco. Marcos foi imprudente e cometeu mais um pênalti. Caio cobrou no meio e guardou. A urucubaca parecia mantida.

Mas em uma ligação direta, Márcio jogou na cabeça de Patric, que entrara no lugar de Felipe que pediu para sair, e o atacante escorou para Joílson que fintou e bateu forte da entrada da área. Novamente a sorte apareceu em forma de desvio na defesa e complicação para o goleiro Wilson que nada pôde fazer.

Restou ao Dragão se defender no maio cuidado. Feito.

A vitória chegou, mas não escondeu os defeitos do time que ainda tem as duas laterais muito frágeis. Precisa encontrar uma solução.

Pelo menos a autoestima da equipe melhorou. Ainda tem a “estreia” do Ricardo Bueno e a possível reintegração de Elias ao elenco. É esperar para ver.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Timão passeia no Engenhão


Jogadores do Timão comemoram um dos gols. Foto: Mauro Pimentel/Terra



Jogos que vi em 2012 – Série A – 10ª rodada – Flamengo 0 x 3 Corinthians #90

Quem acompanhou a vitória do Corinthians sobre o Flamengo no Engenhão por 3 a 0 viu um Corinthians organizado contra um time que não sabe muito o que fazer com a bola. Contundente, o time de Tite soube aproveitar os vacilos do time de Joel Santana e venceu mais uma no Brasileirão e vai se afastando da zona da degola.

O Flamengo vive uma situação estranha na Série A. Sem brilhar na competição e sempre à beira do precipício, o Rubro-negro tem exatamente 50% de aproveitamento no campeonato. Com um time modesto para o tamanho do orçamento, o Flamengo agoniza com um futuro incerto.

Na partida, o Flamengo entrou em campo no esquema 4-3-1-2 com Renato Abreu pela esquerda, Airton na cabeça de área e Ibson na direita, Botinelli armando para Hernane e Vágner Love. Na direita Léo Moura era quem dava mais opções no primeiro tempo.

O Corinthians atuando no 4-2-3-1 com Romarinho pela direira, Douglas por dentro e Danilo pela esquerda. Emerson Sheik era dono do comando de ataque. Apesar de criar pouco no início do jogo, o time estava mais organizado e incomodava com a velocidade de Romarinho.

Coube ao Flamengo a missão de dar mais criatividade ao time paulista. Primeiro com Botinelli errando na saída de bola possibilitando o desarme de Douglas que avançou e fez o primeiro. Depois com Renato Abreu afastando de calcanhar e colocando a bola no pé de Douglas que chegou batendo bonito para ampliar.

Golpe duro no Flamengo que pouco fazia. Na volta do intervalo Joel Santana veio com Adryan no lugar de Botinelli. Abriu o garoto pela esquerda e fez praticamente um 4-3-3. Disse que perderia de quatro ou empataria o jogo. Passou mais perto da primeira opção.

O time até que melhorou um pouco ofensivamente, mas abriu a guarda. Em uma boa jogada pela direita, Romarinho recebeu na entrada da área e passou para Danilo na esquerda. O meia chegou batendo de primeira e fez um belo gol.

Joel Santana ainda tentou Mattheus, o filho do Bebeto, no lado direito na vaga de Hernane e com isso Vágner Love passou a jogar um pouco mais por dentro, em que pese as voltas constantes para buscar a bola no meio-campo. Não deu certo.

Airton ainda fez um pênalti ridículo sobre Emerson que desperdiçou a cobrança e tirou de Joel Santana a condição de vidente. Um vitória sem sustos de um time organizado contra um Flamengo muito perto do colapso.

Ao Corinthians resta usar o Campeonato Brasileiro para chegar bem no Mundial no final do ano. Guerrero e Martínez darão qualidade para esse time. O Chelsea fez um amistoso ontem nos Estados Unidos e mostrou boas novidades como Hazard e Marín. Será interessante ver o Tite moldando a equipe para o Mundial. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Empate sem graça e sem gols na Vila Belmiro



Dimba marcado por Fábio Ferreira. Foto: Miguel Schincariol/Agência Lance



Jogos que vi em 2012 – Série A – 10ª rodada – Santos 0 x 0 Botafogo #89

Santos e Botafogo fizeram uma partida fraca na Vila Belmiro, melhor para o time carioca que beliscou um ponto fora de casa, pior para o Santos de Muricy que segue sem engrenar no Brasileirão e colecionou o seu sétimo empate em 10 jogos.

O primeiro tempo teve domínio carioca na Vila Belmiro. O time de Oswaldo de Oliveira foi armado no 4-2-3-1 e era interessante, com os três meias se alternando, Vítor Júnior, Andrezinho e Fellype Gabriel trocavam de posições e municiavam, ou pelo menos tentavam, o estreante Rafael Marques.

O novo camisa nove botafoguense não teve uma noite muito inspirada, mas mostrou claramente que o maior problema foi a falta de entrosamento com os companheiros. Apesar de não ter tanto brilho técnico poderá ser útil ao elenco. O melhor do Botafogo foi o volante Renato que jogou bem em sua antiga casa e era responsável pela boa saída de bola.

O Santos sem Neymar e Ganso era pobre. Muricy montou a equipe em um 4-3-1-2, mas deu liberdade para Arouca ajudar Felipe Anderson na criação. O jovem meia santista precisou de ajuda e cansou de ouvir os berros de Muricy insatisfeito com a apatia do jogador. Não é culpa de Felipe Anderson, é garoto e não é craque como Neymar e Ganso.

Algumas boas chances foram criadas, o Botafogo chegava tocando e acertou o travessão com Fellype Gabriel ainda no primeiro tempo, Aranha trabalhou em outros momentos, mas nada de muito contundente.

O Santos apostou na velocidade de Dimba e Miralles. O argentino recém-chegado do Grêmio teve uma atuação fraca e ficou devendo. Victor Andrade, 16 anos, entrou no fim do jogo e deu dinâmica melhor.

O Botafogo segue pontuando e com a entrada de Seedorf deve melhorar. O meia deve entrar centralizado na linha de três e dar jogo. Ao Santos fica parecendo que o sofrimento vai ser grande até quando Neymar retornar de Londres, pode não dar tempo de conseguir uma vaga na Libertadores.

sábado, 14 de julho de 2012

Goiás bate o América-MG com facilidade


Ramón comemora um dos seus dois gols. Foto: Carlos Costa/Futura Press



Jogos que vi em 2012 – Série B – 10ª rodada – Goiás 2 x 0 América-MG #88

Um pequeno reencontro com o bom futebol que animou o Goiás no início do primeiro semestre. Foi assim que o Goiás conseguiu vencer o América-MG de forma sólida no Serra Dourada por 2 a 0. O esquema ensaiado por Enderson Moreira fluiu diante de um adversário que criou poucos problemas e pouca resistência.

O lado esquerdo do Goiás voltou a funcionar com Iarley saindo da área para acionar Egídio e Ricardo Goulart. Os dois gols saíram por esse lado e aproveitando o espaço aberto por Iarley e pouco vigiado pela defesa, Ramón anotou os dois gols do time esmeraldino.

O primeiro após passe de Ricardo Goulart e finalização de Ramón com o pé esquerdo e o segundo de cabeça nas costas da defesa do América-MG que estava em noite sonolenta. Por falar em sono, o time de Givanildo Oliveira errou muitos passes e sentiu muita falta do meia Rodriguinho para acelerar o jogo. Depender de Gilberto, Fábio Jr. e Alessandro para ter movimento é muito difícil.

A peça do Goiás que voltou a destoar foi Felipe Amorim. O garoto não se encontra e a torcida não perdoa. A paciência já foi embora e Amorim ao ser substituído ficou irritado. Precisa ser punido. O banco é uma boa, talvez ficar fora dos relacionados por alguns jogos.

A estreia de Walter foi discreta, talvez nem tanto, pois o jogador ainda está visivelmente sem ritmo de jogo e com uns quilinhos a mais. Se entrar em forma vai ajudar o time. No segundo tempo o Goiás administrou o resultado e conseguiu a vitória sem ser muito incomodado. O América-MG conseguiu diminuir, mas Fábio Jr. estava um pouco adiantado, muito pouco mesmo.

Ajudada pela inércia do ataque do Coelho, a defesa esmeraldina se comportou bem. Amaral e Thiago Mendes protegeram a cabeça de área e Ernando jogando pelo setor direito se mostrou mais seguro. Ponto positivo para ele que com a saída de Tolói pode jogar onde gosta.

Ao fim do jogo, Enderson Moreira desabafou contra os críticos. Prova que se sentiu incomodado com a possibilidade de cair do comando técnico. Os rumores eram fortes e o recado do presidente João Bosco Luz não foi mera coincidência.

Uma vitória contra o Guarani na terça-feira, a primeira fora de casa, pode alavancar um momento que o Goiás ainda não teve nessa Série B.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ostentando a sua fibra !


Como prometido, Assunção dá título ao Palmeiras. Foto: Fernando Borges



Jogos que vi em 2012 – Copa do Brasil – Final – Coritiba 1 x 1 Palmeiras #87

Ostentando a sua fibra. Nos últimos anos o Palmeiras não conseguiu fazer valer um dos versos mais marcantes de seu imponente hino. O explosivo alviverde marcado por tantas crises nos últimos anos que fizeram com que seu nome fosse ridicularizado, desprezado, perdesse a imponência e o respeito sobre os adversários mostrou que pode voltar a estar grande pois gigante ele já é.

Um clube tradicional e tão acostumado às glórias viu o seu torcedor usar a camisa verde com insistência e amor incondicional, mesmo sabendo que teria que enxugar com ela as lágrimas pelas decepções das vitórias e dos títulos que não apareciam. Tão raros e tão esperados.

Foram 12 anos sem um grande título, com o inferno da Série B, vendo os rivais colecionarem títulos. Interpretando o papel de coadjuvante, que não é dele. O título de bicampeão invicto da Copa do Brasil de 2012 faz um gigante levantar o queixo e poder ver o horizonte.

Essa conquista não basta, mas serve de estalo para que os dirigentes alviverdes voltem a perceber qual é a magnitude do clube quase centenário. Falar em mudança de pensamento no Palmeiras é complicado, mas a esperança é verde.

A campanha invicta que levou o Palmeiras ao bicampeonato teve a marca de Felipão. Scolari com um time limitado tecnicamente soube extrair o máximo de cada jogador e explorar as estratégias necessárias para vencer cada duelo de 180 minutos.

Se os onze titulares eram considerados medianos, imagina o elenco. Depois de ter apostado todas as fichas em Wesley e lamentar pela séria contusão, sobrou contratações como Mazinho, Fernandinho, Artur e Betinho.

Um futebol feio, sem graça, mas lutador e vencedor. Baseado na marcação forte, no contragolpe e na bola parada de Assunção. A mistura perfeita para levar um pouco mais de alegria ao coração sofrido do palmeirense.

E tinha que ser assim, com um gol emblemático de Betinho, um Luan manquitolando pelo gramado, mas com toda raça do mundo. Um título com a cara do Felipão, com a fibra do Palmeiras.

O Coritiba é um time mais organizado, mas não teve a alma e a competência necessária para levantar o caneco e bateu na trave mais uma vez. Assim como o Palmeiras, o Coxa experimentou o inferno da Série B e está se reerguendo. Bons trabalhos sucessivos renderão um doce prêmio para a torcida do inferno verde. Em breve.

Se não teve pela frente um time tão qualificado, encontrou um treinador mais do que acostumado ser campeão. Um especialista em torneios assim e que estava precisando de uma conquista para recuperar um pouco da própria confiança, embora sempre se mostre dono da situação do seu jeitão sargentão.

O título devolve ao Palmeiras a autoestima e o amor-próprio que estavam distantes do clube enquanto instituição vitoriosa de outrora.

O JOGO

O Coritiba começou melhor e não poderia ser diferente. O time paranaense precisava dos gols e apostava em Rafinha contra Juninho. O meia ágil incomodava tanto que forçou um amarelo no melhor lateral do Palmeiras jogando e o pior marcando. Por isso, Thiago Heleno saía para a caça e Henrique fazia a cobertura.

Éverton Ribeiro aparecia um pouco mais do que fez em Barueri. Roberto não apareceu bem e os volantes não tiveram tanto espaço. Isso porque o Palmeiras encurtou mais o jogo, ficou mais compacto.

O Palmeiras não tinha boa saída de bola. Daniel Carvalho em uma noite pífia não segurava a bola nem a distribuía. Betinho servia de poste e Mazinho era só esforço, sem luz. Mesmo assim, o Palmeiras teve duas boas chances, uma com Juninho exigindo intervenção de Vanderlei e outra com Betinho desperdiçando chance incrível criada pelo ótimo Assunção.

Rafinha teve a chance de abrir o marcador para o Coxa após bobeada de Thiago Heleno mas hesitou. Aquele erro traduziu o porque o time paranaense não teve melhor sorte. Não pelo lance específico, mas pelo conjunto de chances desperdiçadas em Barueri. Thiago Heleno machucado saiu, Leandro Amaro entrou.

O segundo tempo veio e o peso do relógio forçava sobre os ombros do Coritiba, Felipão lançou Luan no lugar de Daniel Carvalho e persistiu com Betinho em campo. Aos 17 minutos o lateral Ayrton que substituiu Jonas cobrou com perfeição a falta sofrida por Lincoln que entrara no lugar de Sérgio Manoel. Gol do Coxa.

A partir desse momento o semblante do palmeirense voltou a ser de preocupação. Será que viria pela frente mais uma frustração? Será que a agonia da fila seguiria por mais tempo? O filme que passou foi o do jogo de volta da semifinal contra o Grêmio. Após sofrer o primeiro gol conseguiu o empate logo em seguida e espantou de vez qualquer tipo de fantasma.

Em uma falta discutível, mas marcável sobre Mazinho, Marcos Assunção colocou na cabeça de Betinho que como teste de seu período de experiência testou de leve e deu o título ao Palmeiras. O Palestra jogava por uma bola, Betinho não acertava uma bola, acertou.

Restou ao time de Scolari esperar o apito final, Luan machucado era um leão em campo. Márcio Araújo entrou no lugar de João Vítor e se desdobrou. O Palmeiras segurou o empate e saiu invicto. Ninguém na Copa do Brasil conseguiu ganhar do “modesto e limitado” Palmeiras, até porque em mata-mata quem sobrevive com alma e coração até o fim nunca pode morrer.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Zé do Gol dá vitória ao líder Criciúma


Zé Carlos se livra da marcação de dois. Foto: Ulisses Job/Agência Estado


Jogos que vi em 2012 – Série B – 10ª rodada – Criciúma 4 x 3 Boa Esporte #86

O Criciúma recebeu o Boa Esporte para tentar manter o aproveitamento máximo no Heriberto Hulse e assumir a ponta da tabela na Série B. O time de Paulo Comelli contava com o retorno do artilheiro Zé Carlos e não contava com o cochilo enorme no fim do jogo que quase custou dois pontos. Vitória dos catarinenses por 4 a 3 e liderança provisória até sexta-feira (13).

Em Criciúma, o Tigre é o animal mais perigoso. O time não perde para ninguém e tem em Zé Carlos, o Zé do Gol, a sua arma infalível. É nas terras frias do interior de Santa Catarina que habita o predador da Série B.

Zé Carlos é um atacante conhecido pelo seu temperamento forte, lembrado pela sua expulsão com poucos segundos de jogo em um Cruzeiro e Atlético-MG em 2009, mas tem sido a grande sensação da Série B.

No Heriberto Hulse o atacante fez seis jogos e marcou doze gols e tem a surreal média de dois por jogo em casa. O outro tento do artilheiro isolado da Série B foi marcado em Arapiraca-AL contra o ASA.

O jogo começou igual. O Criciúma com um meio-campo muito leve, com apenas um volante de contenção, com três meias, o velocista Lins e Zé. O Boa Esporte tinha um time que se movimentava bastante, apesar de não ter muita qualidade técnica.

O Criciúma abriu o placar com o zagueiro Matheus Ferraz de cabeça e o baixinho Vanger empatou na mesma moeda. O jogo foi para o intervalo empatado, Zé Carlos falou na saída que o time teria que tocar melhor a bola. Bem verdade que o gramado encharcado atrapalhou no primeiro tempo.

No segundo foi diferente, foi de Zé Carlos. Logo no primeiro minuto o atacante recebeu uma bola escorada e mantou o sapato com violência para colocar o Tigre na frente. Depois em uma jogada característica sua (Zé Carlos é grande, tem aspecto físico forte, parece lento, mas sempre chega primeiro que o zagueiro e ganha na trombada) ganhou na velocidade da zaga quando parecia que não ganharia, deixou o zagueiro na saudade e o goleiro com o bumbum na grama antes de marcar um belo gol.

Zé Carlos ainda fez a jogada do gol e Kléber, goleada e festa em casa, certo? Nem tanto. Paulo Comelli recuou o time, chamou o Boa que foi para cima e diminuiu com um gol do Jajá “seleção” e um belo gol de Pétros. No último minuto quase levou o empate. Mas no fim o placar foi justo.

EM TEMPO: O jogo foi atípico para os “militantes” do futebol goiano. Muita gente que passou por aqui esteve em campo ou entre os reservas. Destaque para o bom lateral esquerdo Marlon do Criciúma que “não serviu” para o Vila Nova.

Uma breve lista desses jogadores:

CRICIÚMA: Michel Alves (reserva) – ex- Vila Nova; Marlon – ex- Vila Nova; Lins  ex-Itumbiara e Válber – ex-quase contratado pelo Atlético-GO (aquele que acertou mas não apareceu para fazer os exames médicos e dizia que estava resolvendo problemas particulares)

BOA: Gabriel, Higo, Jajá, - ex- Vila Nova; Francismar e Welton Felipe – ex- Atlético-GO e Éverton ex-Goiás

sexta-feira, 6 de julho de 2012

No seu estilo, Palmeiras larga na frente


Valdivia comemora gol em homenagem a Barcos. Foto: Agência Estado



Jogos que vi em 2012 – Copa do Brasil – Final – Palmeiras 2 x 0 Coritiba #85

O primeiro tempo do jogo deixou bem claro que a decisão da Copa do Brasil seria muito difícil para o Palmeiras. Sem o atacante Barcos e o zagueiro/volante Henrique, o Palmeiras sofreu demais e levou um baile do Coritiba no primeiro tempo.

Mais organizado, o time de Marcelo Oliveira sobrava em campo enquanto os comandados do Felipão batiam cabeça. Sem Barcos lá na frente para segurar a bola e deixá-la longe do gol de Bruno por mais tempo, o alviverde do Parque Antarctica chutou apenas duas vezes no primeiro tempo. Fez um.

O Coritiba criou algumas chances claras no primeiro tempo, Bruno pegou duas, mas o Coxa poderia ter feito os gols, não fez e pagou a conta. O Palmeiras abriu o placar nos acréscimos com Valdívia cobrando pênalti discutível marcado por Wilton Pereira Sampaio de Jonas em Betinho.

O intervalo foi importante para o Palmeiras. Felipão deu um banho de vestiário e ajustou no papo a marcação do time em campo. Confiante com o gol, o Palmeiras melhorou e estava pronto para tentar um contra-ataque ou uma jogada de bola parada.

Marcos Assunção cobrou da intermediária, a bola desviou na barreira e na cabeça de Thiago Heleno que só raspou para matar Vanderlei. Os dois gols de vantagem deram muita moral para o Palmeiras que poderia botar a mão na taça ainda em Barueri.

Valdivia foi tolo ao ser expulso. Marcelo Oliveira errou em colocar Lincoln e Tcheco que tornaram o Coritiba muito lento quando o time precisava de velocidade para furar a retranca de nove jogadores. Maikon Leite entrou para dar gás, deu e perdeu o terceiro gol.

A partida foi ruim, a arbitragem foi ruim e o resultado péssimo para o Coritiba. No entanto a fatura não está liquidada. O caldeirão do Couto Pereira vai ferver na próxima quarta-feira. Mas com uma semana, Felipão poderá montar um time capaz de ser campeão mais uma vez.

Mesmo jogando um futebol “chiclete sem açúcar” como bem definiu PVC.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

4 de julho: O Independence day corintiano

O momento mais esperado entre os corintianos. Campeões. Foto: Reuters

Jogos que vi em 2012 – Libertadores – Final – Corinthians 2 x 0 Boca Juniors #84

O tão esperado dia chegou. Não chegou por acaso, foi construído. O 4 de julho passou a ser o dia da Independência, da Libertação de uma nação. A nação corintiana está de alma lavada e usando as palavras do regente Tite: com merecimento.

Uma equipe calejada por sofrer tanto com um título que não vinha, que seus rivais possuíam e usavam como arma. A construção do título inédito teve início no momento mais vergonhoso (dentro de campo) dos últimos anos. Um Tite separava o “Tolima” da glória.

Importante é ressaltar que depois da queda na pré-Libertadores do ano passado, a diretoria corintiana manteve o treinador que montou um time campeão. Sem estrelas, mas com ótimos jogadores e um jogo coletivo sólido e objetivo.

Soube administrar o grupo como pouco já se viu no futebol e comemorou no fim. O trabalho de Tite à frente do Corinthians é irretocável e os jogadores que acreditaram na proposta do gaúcho da fala mansa e idioma próprio ganharam a recompensa.

Mas essa relação é uma mão de via muito dupla. Sem o trabalho e dedicação dos atletas nada disso poderia estar sendo escrito. Se não há aquele craque no elenco, o grupo está repleto de jogadores decisivos.

É uma Libertadores do Ralf, do Danilo, do Paulinho, do Sheik e até do jovem Romarinho. E como explicar jogadores contestados como Alessandro, Fábio Santos e até Chicão e o sem grife Castán formarem uma defesa tão sólida? Jorge Henrique deixou a vaidade de fazer mais gols para ajudar a tampar a deficiência de Alessandro.

A postura que teve Cássio ao assumir uma posição tão pesada nos últimos anos corintianos. Substituiu Júlio César e foi muito bem. E todos os outros que fizeram parte da caminhada estão de parabéns por escrever essa história. Deram fim a uma agonia.

O jogo foi amarrado no primeiro tempo como se previa. Em um jogo tão equilibrado só o erro e a genialidade poderiam fazer a diferença. E foi assim. Em um lance de bola parada um passe de calcanhar (O Doutor agradece lá do céu) de Danilo e o gol do invocado Emerson Sheik.

Depois com Schiavi entregando a paçoca na frente de Emerson que acelerou e colocou seu nome na história. Sheik saiu da da Bombonera dizendo que não tinha medo de ninguém, mostrou que é encardido e que por isso coleciona títulos.

O mundo corintiano mudou a partir desse quatro de julho.