quarta-feira, 30 de maio de 2012

Seleção Brasileira começa a engrenar


Brasileiros comemoram gol sobre os EUA com dancinha. Foto: Reuters


Jogos que vi em 2012 – Amistoso – Estados Unidos 1 x 4 Brasil #55

A Seleção Brasileira conseguiu mais uma boa apresentação com a vitória sobre os EUA por 4 a 1. A equipe de Mano Menezes jogou com autoridade e chegou ao resultado de forma segura. O conjunto teve uma atuação boa, em geral, e alguns jogadores se destacaram individualmente. Um fio de luz na esperança de medalha dourada em Londres.

O gol marcado logo no início do primeiro tempo facilitou o trabalho da equipe canarinho, mas não foi o único fator que levou o time a ir bem. Mano Menezes voltou a escalar o time com três atacantes, todos eles conscientes da importância da marcação. Hulk aberto pela direita, Neymar pela esquerda e Damião por dentro.

Os três municiados pelo meia Oscar que foi o responsável por trabalhar a bola no meio-campo e fazer o time rodar mais. A joia do Internacional não ficava plantado no centro, ora caía pela direita para jogar com Hulk, ora caía pela esquerda para jogar com Neymar e Marcelo. Oscar tem uma facilidade muito grande no passe e enxerga muito bem o jogo.

O lado esquerdo da Seleção voltou a ser o mais forte na parte ofensiva. Marcelo jogou bem, fazendo ultrapassagem, gol e dando passe. Ter Neymar jogando no mesmo setor auxilia o lateral do Real Madrid a brilhar. Foi por esse lado que os gols “construídos” saíram. O primeiro com Oscar enfiando a bola para Neymar ir ao fundo e rolar para trás e Marcelo chegar dentro da área para fazer o gol.

O outro foi uma troca de passe que resultou em um belo lançamento de Marcelo para Alexandre Pato dominar no peito e voltar a fazer gol com a camisa da Seleção. Pato entrou no lugar de Leandro Damião e teve duas chances, uma ele guardou e a outra mandou na trave.

Damião foi mais apagado, perdeu um gol cara a cara com o goleiro, mas foi dele o lance que originou o pênalti do primeiro gol. Pênalti esse mal marcado pela arbitragem, a bola tocou no braço do defensor norte-americano, mas não foi de forma deliberada, o pior foi que o árbitro demorou muito a marcar, só depois do grito.

Neymar não foi o destaque da partida desta vez, mas mostrou espírito de equipe e eficiência. Fez o primeiro de pênalti, deu a assistência para Thiago Silva fazer de cabeça após cobrança de escanteio do camisa 11. Foi de Neymar também a bola do gol de Marcelo, o terceiro do Brasil.

Os volantes apareceram pouco para o jogo, mas não comprometeram. Rômulo ainda conseguiu salvar uma bola quase em cima  da linha, a princípio merecem seguir como a dupla na cabeça da área. O zagueiro Juan e o lateral-direito Danilo foram os mais discretos. Danilo falhou no único gol dos EUA.

E por último, Rafael. O jovem goleito santista apareceu muito bem quando foi exigido fazendo grandes defesas no segundo tempo. E ainda passou sustos com as bolas aéreas sempre perigosas sobre a cozinha brasileira. Precisa melhorar.

Até o momento a equipe “olímpica” do Brasil está encaixando a melhor sequência de atuações nas mãos de Mano Menezes, contra Dinamarca e EUA. Só que os adversários mais difíceis ficaram para o final, México e Argentina na sequência. Mas parece que está engrenando.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Goiás vai mal em sua "2ª estreia"


Jogo muito disputado em Fortaleza. Foto: Natinho Rodrigues/Ag. Diário)


Jogos que vi em 2012 – Série B – 3ª rodada – Ceará 2 x 2 Goiás #54

O discurso do Goiás é que o jogo da estreia contra o América-RN havia sido um acidente de percurso e que o jogo contra o Ceará marcaria a “estreia” do time na Série B, uma espécie de início de caminhada rumo à Série A. O torcedor esmeraldino ficou preocupado com o que viu.

Em um jogo movimentado e franco, pela necessidade das duas equipes, o Goiás até que começou a partida muito bem, com uma marcação encaixada e com mobilidade entre os quatro homens mais ofensivos. O Ceará se apresentou muito nervoso no início do jogo e isso acabou facilitando o trabalho esmeraldino.

Richely abria pelos dois lados, Iarley saía da área e dava espaço para Ramón se espetar como um centroavante com Ramón por trás armando as jogadas. A correria da partida não deixava que essa postura do Goiás frutificasse naturalmente. No entanto levava perigo no erro dos cearenses.

O primeiro gol saiu da pela esquerda em uma desatenção da zaga do Ceará. Egídio cobrou lateral para Richely na entrada da área, o atacante passou para Ramón que deu de primeira para Iarley, o atacante bateu cruzado e Ramón abriu o placar.

O Ceará foi para cima em busca do empate e o Goiás teve mais espaços, tanto que Ramón teve toda a liberdade do mundo para chutar da intermediária, a bola saiu rasteira e Iarley com oportunismo desviou matando o goleiro Fernando Henrique e colocando 2 a 0 no placar.

A vantagem era muito boa, mas ainda restavam 75 minutos de jogo e o Ceará não estava entregue. O Ceará seguiu atacando pela direita às costas de Egídio e o gol saiu por ali. Lima recebeu na ponta direita e mesmo com toda lentidão driblou Peter e bateu cruzado, a bola tocou em Ernando e Tolói de forma bisonha mandou para o próprio gol.

O gol deixou o Ceará vivo no jogo. No segundo tempo a equipe de PC Gusmão, pressionada por duas derrotas no começo do campeonato, foi para cima do Goiás. Enderson Moreira teve que colocar Pedro Henrique no lugar de Harlei que saiu machucado.

O ímpeto do time cearense empurrava o Goiás para seu campo de defesa e o técnico esmeraldino trocou o meia David pelo zagueiro Wallinson. Enderson estava preocupado com as bolas alçadas na área e o jovem zagueiro é muito alto e poderia ajudar nesse quesito. O Ceará tanto incomodou que chegou ao empate. O gol não foi pelo alto, mas foi por dentro, com Régis recebendo e batendo na saída de Pedro Henrique que foi mal no lance. O empate foi aos 25 minutos e o Ceará esteve perto de conseguir a virada, mas o jogo terminou no empate.

O Goiás “estreou” de fato na Série B e viu que vai ter que trabalhar muito para chegar na primeira divisão em 2013. O time não consegue ser sólido defensivamente, mesmo problema apresentado no ano passado. Outro problema é não conseguir vencer fora de casa. Se quiser ter sucesso terá que começar a conseguir os resultados longe de Goiânia, na próxima sexta-feira enfrenta o CRB no Serra Dourada e a comissão técnica não conta com outro resultado que não seja uma vitória. Caso contrário os argumentos de Enderson Moreira vão começar a ficar mais raros.

O problema de Adílson era maior que a retranca


Passagem de Adílson no Atlético não durou dois meses. Foto: Divulgação


O anúncio do nome de Adílson Batista para comandar o Atlético-GO foi recebido com bons olhos, porém, cercado por dúvidas ao mesmo tempo. Adílson estava parado desde o ano passado quando fracassou no comando do São Paulo. Além da fama de “Professor Pardal”, havia uma conversa que dava conta que as saídas de Adílson do Santos, do Corinthians e do São Paulo foram frutos de problemas no relacionamento com atletas.

Mesmo assim, Adílson recebeu o apoio da diretoria e dos torcedores do Atlético-GO que acreditavam que no Dragão o treinador podia reviver seu bom trabalho que teve à frente do Cruzeiro. As missões de Adílson em Goiânia eram quatro: ser campeão do estadual, fazer uma boa campanha na Copa do Brasil, conduzir o Atlético na Série A e dar padrão ao time.

Perdeu a final do Goiano para o rival Goiás deixando escapar o tricampeonato inédito para o clube rubro-negro. Caiu na logo na segunda fase da Copa do Brasil ao ser eliminado nos pênaltis pela Ponte Preta. O treinador testou várias formações e conseguiu dar um padrão de atuação ao time. E foi esse padrão que irritou a diretoria atleticana, por sinal muito atuante, apaixonada e impaciente. É incrível como a diretoria trabalha a fritura de treinadores no Atlético-GO.

Em declarações, quase sempre exaltadas, dirigentes deixavam claro a insatisfação na forma que Adílson Batista armava o Atlético-GO. Depois de conhecer melhor o elenco, Adílson instalou o 4-3-2-1 no Dragão, com três volantes, Pituca, Marino e Fernando Bob, os meias Bida e Elias e apenas um atacante, primeiro Felipe e depois o jovem Diogo Campos. Outra queixa era a não utilização do atacante William no time titular, já que o jogador foi a contratação mais cara feita pela diretoria.

Dentro do clube se cultiva uma ideia de que o Atlético-GO é um clube que tem a ofensividade como filosofia, ou DNA, e querem que o time seja como foi na Série C quando atropelava todos os adversários. Esse é outro assunto para se abordar, em outra oportunidade, mas se for parar para olhar, o time joga com três volantes desde a Série B em 2009.

A formação encontrada por Adílson é sem dúvida alguma a mais equilibrada para o Atlético-GO conseguir a permanência na Série A por mais uma temporada e acredito que será usada pelo próximo treinador. O que é necessário é mais treino, mais trabalho, maior sequência nos jogos e que as peças importantes do elenco sejam mais eficientes.

Como o treinador perdeu apenas uma partida e deixou o clube com 63% de aproveitamento, deixa aberta a porta para outras análises. Um grupo de jogadores com liderança e influência dentro do elenco já não queria mais Adílson como treinador. A diretoria estava insatisfeita com a característica defensiva do treinador e por isso o mandou embora, mas acredito que haja mais ingredientes nessa fritura.

O fato é que Adílson Batista mais uma vez fracassou em sua carreira. Em sua chegada, Adílson me respondeu que o tempo longe dos gramados tinha sido importante para que ele reavalisse a sua forma de encarar o futebol e suas condutas na condição de treinador de futebol. Pela sua passagem no Atlético-GO parece que sua reciclagem não foi eficaz. 

O treinador tomou a decisão correta em recusar a proposta do Cruzeiro há duas semanas, pois foi o Atlético-GO quem lhe deu uma oportunidade de voltar ao cenário do futebol brasileiro. Apesar que a sua não ida ao time mineiro não ficou bem explicada e que outros fatores, como problemas de relacionamento com jogadores, tiveram peso.

O nome de Hélio dos Anjos é o mais forte, o primeiro da lista, para reassumir o comando técnico do Atlético-GO.

JOGOS DE ADÍLSON BATISTA NO COMANDO DO ATLÉTICO-GO
05/04 – Copa do Brasil – Atlético-GO 2 x 1 Ponte Preta
08/04 – Goiano – Anapolina 0 x 2 Atlético-GO
15/04 – Goiano – Atlético-GO 3 x  0 Rio Verde
18/04 – Copa do Brasil – Ponte Preta 2 x 1 Atlético-GO (Ponte classificada nos pênaltis)
22/04 – Goiano – CRAC 1 x 4 Atlético-GO
28/04 – Goiano – Atlético-GO 8 x 0 CRAC
06/05 – Goiano – Atlético-GO 2 x 2 Goiás
13/05 – Goiano – Goiás 1 x 1 Atlético-GO
20/05 – Série A – Cruzeiro 0 x 0 Atlético-GO
26/05 – Série A – Atlético-GO 1 x 1 Ponte Preta

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Grêmio bate rival Palmeiras em jogo fraco


André Lima comemora único gol do jogo. Foto:Edu Andrade/Gazeta Press


Jogos que vi em 2012 – Série A – 2ª rodada – Grêmio 1 x 0 Palmeiras #53

Na prévia da semifinal na Copa do Brasil, Grêmio e Palmeiras se enfrentaram no Olímpico e fizeram um jogo muito fraco tecnicamente, muito mesmo. Duas equipes que priorizam a marcação forte e com o meio muito mais pegador do que criativo. O resultado foi uma partida com poucas emoções, fato que deve mudar quando a competição for outra.

O Grêmio de Luxemburgo joga no 4-4-2, com Souza, Fernando, Léo Gago e Marco Antônio, nenhum deles tem características muito ofensivas. Marco Antônio se destacou na Lusa como terceiro homem de meio-campo, essa formação deixa uma distância entre o setor e o ataque. Marcelo Moreno e Miralles são jogadores que são bons jogando mais próximos do gol, sem muita vocação para buscar jogo fora da área, falta ao tricolor um jogador mais imaginativo, por isso melhorou com a entrada do garoto Rondinelly.

O Palmeiras jogou em um 4-3-1-2 na teoria, mas como Luan recua demais e João Vítor abre muito pela direita, o atacante Barcos voltou a ficar isolado no setor ofensivo. O meia Felipe mostrou qualidade, mas ainda está tímido com a camisa do time principal do Palmeiras.

Felipão disse depois da partida que teve que poupar fisicamente o meia Valdivia e o argentino Barcos. Só assim para justificar as alterações do treinador. O chileno começou entre os reservas e entou no lugar de Felipe, depois tirou Barcos para colocar Maikon Leite e em seguida tirou Marcos Assunção e voltou a colocar uma “referência” no ataque, Betinho.

Valdivia muito mal, Barcos muito distante, mas com muita luta, Assunção sem chances reais na bola parada, minaram as principais esperanças do torcedor verde. As inexpressivas presenças dos novos “reforços” Fernandinho e Betinho mostram que o Palmeiras terá dificuldades com as peças de reposição, assim como aconteceu no ano passado.

O Grêmio por sua vez, melhorou com as alterações processadas por Luxa. Com o dever de ganhar em casa, o treinador colocou Rondinelly na vaga de Marco Antônio, André Lima no lugar do machucado Miralles e ainda mandou Vilson no lugar de Moreno para segurar o jogo. O gol saiu em um lance de bola parada, o ótimo volante Fernando levantou na área para a casquinha de André Lima e a falha de Marcos Assunção.

Antes disso Léo Gago desperdiçou um pênalti mandando a bola no travessão. A origem do lance foi fruto de uma infantilidade de João Víitor derrubando o lateral esquerdo Pará. O Grêmio jogou melhor que o Palmeiras, missão nem tanto complicada por causa da péssima atuação da equipe paulista.

Por motivos óbvios, as duas partidas da semifinal da Copa do Brasil devem ser melhores na técnica e na emoção, além do fato das duas equipes terem dez dias de treinamentos antes de voltar a atuar pelo Brasileiro. Tempo para dois dos mais vencedores treinadores do futebol brasileiro ajustarem suas equipes e fazerem jus à sua história.