Herói chora após fazer história, Chelsea campeão pela 1ª vez. Foto: AFP |
Jogos que vi em 2012 – UEFA
Champions League – Final – Bayern Munich (3) 1 x 1 (4) Chelsea #51
A UEFA Champions League é o maior
espetáculo de futebol de clubes em todo o mundo, só perde para a magia da Copa
do Mundo. É uma dádiva do futebol e por isso os deuses do esporte não
abandonaram os fãs apaixonados pela futebol. A história desta edição da UCL
mostrou o porque o futebol é fascinante e o epílogo dessa história foi
triunfal, cheio de significados. Mítico.
Quando o chaveamento dos play-offs foram
definidos restaram dezesseis clubes com Barcelona e Real Madri de lados opostos
se enfrentando somente na final, e essa hipotética decisão foi muito
aguardada. Só esqueceram de avisar para
o Chelsea.
O time azul de Londres e do ricaço russo
Abramovich e sua obsessão pela Champions entrou na fase final como azarão.
Apesar de ter se tornado um clube mais cascudo com a injeção do dinheiro do
russo, o Chelsea fazia uma temporada conturbada que inclusive culminou na demissão
de mais um técnico, desta vez o português André Villas-Boas. Sempre na base da
vontade os Blues foram avançando e
deixando para trás Napoli e Benfica até chegar no confronto com o Barcelona.
Di Matteo montou um esquema super
defensivo com uma linha de quatro na defesa e outra de cinco no meio-campo,
esperando um fortuito contra-ataque para tentar um gol. Segurou com bravura o
super esquadrão de Messi e cia em casa e ainda venceu com Lampard-Ramires-Drogba.
No Camp Nou propôs o mesmo jogo e executou com eficiência, Ramires voltou a
brlhar.
O descreditado Chelsea eliminava o super
favorito jogando um futebol ultra-defensivo, mas inteligente. Di Matteo sabia
que aquela era a única chance de chegar em Munique e manter vivo o sonho do
clube e do chefe. Deu certo.
Do outro lado o Bayern Munich tinha como
estímulo a conquista da Champions em casa pela primeira vez, já que a final
seria em Munique. Os bávaros passaram pelo Basel da Suíça e pelo Olympique de
Marselha até chegar ao confronto com o Real Madrid. Após dois jogos
emocionantes o goleiro Neuer garantiu time alemão na final contra o Chelsea.
Apesar do tamanho dos times a final da UCL foi uma zebra.
Na decisão o futebol pregou mais uma vez
suas peças, estas que o tornam fascinante. O Chelsea manteve sua forma de jogar
e formou um paredão na frente de Cech. O Bayern martelava, mas não conseguia
criar chances claras de gol. O domínio do time da Baviera no primeiro tempo foi
mais territorial do que efetivo. O Chelsea jogava no erro do adversário.
No segundo tempo era evidente que a
emoção da partida desarrumaria um pouco mais as duas equipes ao passo que o
tempo andasse. O Bayern pressionou por boa parte da segunda etapa, tanto que o
Chelsea chegou a se postar em um 5-5-0 com Drogba plantado na segunda linha
pela esquerda. Surreal.
A infiltração na barreira azul era muito
complicada e o Bayern tentava por dentro e por baixo. Aos 38 minutos, o ótimo
Schweinsteiger cruzou com perfeição para Müller que no segundo pau testou de “boa
tarde”, como no manual de cabeceio, a bola quicou no chão e ficou mais difícil
para Cech que não impediu o gol alemão. Festa na Allianz Arena, o Bayern ia
levando o quinto caneco na história. Ia.
Os deuses do futebol vestiam azul no 19
de maio mais importante da história do futebol de Londres. Quatro minutos
depois Drogba seria decisivo pela primeira vez. Após cobrança de escanteio, o
marfinense voou e mandou uma bomba de cabeça, Neuer mal posicionado não fez a
defesa e o empate estava escrito no placar. O drama estava só começando.
Na prorrogação, Drogba foi infantil ao
cometer um pênalti em Ribéry e dar a chance ao rival de passar à frente no
placar e fazer o gol do título. Aí novamentes os deuses do futebol mostraram a
cor da camisa. Robben que havia errado um pênalti na partida decisiva da
Bundesliga contra o Dortmund pegou a bola, com confiança, e bateu para a defesa
de Cech. Assim como acontecera no jogo contra o Barcelona, Drogba se safou de
pênalti cometido.
O jogo ficou aberto e as duas equipes se
seguraram para a decisão nos pênaltis. Antes da primeira cobrança, o
retrospecto era o seguinte: Bayern avançara nas quatro vezes que decidiu nos
penais em competições europeias, o Chelsea havia perdido as duas, sendo que uma
delas na decisão da Champions contra o Manchester United.
E coube ao Chelsea ter que sair de mais
uma adversidade. Neuer defendeu a primeira cobrança e Lahm converteu, assim
como Mario Gomez e o próprio Neuer. Os alemães estavam muito perto do título,
mas Petr Cech apareceu. O goleiro tcheco defendeu a cobrança de Olic e viu seus
companheiros Lampard, Cole e David Luiz converterem as cobranças.
Na quinta cobranças os quatro jogadores
mais importantes, dois de cada clube. Na primeira cobrança Schweinsteiger
enfrentou Cech, o goleiro tcheco encostou na bola que depois da intervenção
beijou a trave e saiu. Coube a Drogba deslocar Manuel Neuer na última e
decisiva cobrança. Dessa vez não houve escorregão, dessa vez deu Chelsea. Vida
longa ao craque marfinense dos Blues,
título inédito para Londres. E os deuses do futebol vestiam azul !
Como é bom o tal do futebol.
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