Passagem de Adílson no Atlético não durou dois meses. Foto: Divulgação |
O anúncio do nome de Adílson Batista
para comandar o Atlético-GO foi recebido com bons olhos, porém, cercado por
dúvidas ao mesmo tempo. Adílson estava parado desde o ano passado quando
fracassou no comando do São Paulo. Além da fama de “Professor Pardal”, havia
uma conversa que dava conta que as saídas de Adílson do Santos, do Corinthians
e do São Paulo foram frutos de problemas no relacionamento com atletas.
Mesmo assim, Adílson recebeu o apoio da
diretoria e dos torcedores do Atlético-GO que acreditavam que no Dragão o
treinador podia reviver seu bom trabalho que teve à frente do Cruzeiro. As
missões de Adílson em Goiânia eram quatro: ser campeão do estadual, fazer uma
boa campanha na Copa do Brasil, conduzir o Atlético na Série A e dar padrão ao
time.
Perdeu a final do Goiano para o rival
Goiás deixando escapar o tricampeonato inédito para o clube rubro-negro. Caiu
na logo na segunda fase da Copa do Brasil ao ser eliminado nos pênaltis pela
Ponte Preta. O treinador testou várias formações e conseguiu dar um padrão de
atuação ao time. E foi esse padrão que irritou a diretoria atleticana, por
sinal muito atuante, apaixonada e impaciente. É incrível como a diretoria
trabalha a fritura de treinadores no Atlético-GO.
Em declarações, quase sempre exaltadas,
dirigentes deixavam claro a insatisfação na forma que Adílson Batista armava o
Atlético-GO. Depois de conhecer melhor o elenco, Adílson instalou o 4-3-2-1 no
Dragão, com três volantes, Pituca, Marino e Fernando Bob, os meias Bida e Elias
e apenas um atacante, primeiro Felipe e depois o jovem Diogo Campos. Outra
queixa era a não utilização do atacante William no time titular, já que o
jogador foi a contratação mais cara feita pela diretoria.
Dentro do clube se cultiva uma ideia de
que o Atlético-GO é um clube que tem a ofensividade como filosofia, ou DNA, e
querem que o time seja como foi na Série C quando atropelava todos os adversários.
Esse é outro assunto para se abordar, em outra oportunidade, mas se for parar
para olhar, o time joga com três volantes desde a Série B em 2009.
A formação encontrada por Adílson é sem
dúvida alguma a mais equilibrada para o Atlético-GO conseguir a permanência na
Série A por mais uma temporada e acredito que será usada pelo próximo
treinador. O que é necessário é mais treino, mais trabalho, maior sequência nos
jogos e que as peças importantes do elenco sejam mais eficientes.
Como o treinador perdeu apenas uma
partida e deixou o clube com 63% de aproveitamento, deixa aberta a porta para
outras análises. Um grupo de jogadores com liderança e influência dentro do
elenco já não queria mais Adílson como treinador. A diretoria estava
insatisfeita com a característica defensiva do treinador e por isso o mandou
embora, mas acredito que haja mais ingredientes nessa fritura.
O fato é que Adílson Batista mais uma
vez fracassou em sua carreira. Em sua chegada, Adílson me respondeu que o tempo
longe dos gramados tinha sido importante para que ele reavalisse a sua forma de
encarar o futebol e suas condutas na condição de treinador de futebol. Pela sua
passagem no Atlético-GO parece que sua reciclagem não foi eficaz.
O treinador tomou a decisão correta em recusar a proposta do Cruzeiro há duas semanas, pois foi o Atlético-GO quem lhe deu uma oportunidade de voltar ao cenário do futebol brasileiro. Apesar que a sua não ida ao time mineiro não ficou bem explicada e que outros fatores, como problemas de relacionamento com jogadores, tiveram peso.
O nome de Hélio dos Anjos é o mais
forte, o primeiro da lista, para reassumir o comando técnico do Atlético-GO.
JOGOS DE ADÍLSON BATISTA NO
COMANDO DO ATLÉTICO-GO
05/04 – Copa do Brasil – Atlético-GO 2 x
1 Ponte Preta
08/04 – Goiano – Anapolina 0 x 2
Atlético-GO
15/04 – Goiano – Atlético-GO 3 x 0 Rio Verde
18/04 – Copa do Brasil – Ponte Preta 2 x
1 Atlético-GO (Ponte classificada nos pênaltis)
22/04 – Goiano – CRAC 1 x 4 Atlético-GO
28/04 – Goiano – Atlético-GO 8 x 0 CRAC
06/05 – Goiano – Atlético-GO 2 x 2 Goiás
13/05 – Goiano – Goiás 1 x 1 Atlético-GO
20/05 – Série A – Cruzeiro 0 x 0
Atlético-GO
26/05 – Série A – Atlético-GO 1 x 1
Ponte Preta
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