segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O mundo enlouqueceu

Alessandro da Série B para o mundo. Foto: J.F Diorio/Agência Estado



Jogos que vi em 2012 – Mundial de Clubes – Final –  Corinthians 1 x 0 Chelsea #186

Venceu o pragmático Corinthians de Tite, o mundo enlouqueceu e está na mão do bando de loucos. Caso se confirme a profecia maia o mundo acabará preto e branco. Ao contrário da semifinal com o Al Ahly, o Timão foi impecável taticamente e bateu o Chelsea por 1 a 0 e conseguiu o título Mundial em Yokohama.

A conquista coroa o trabalho de Tite que inova o futebol brasileiro com um futebol que prima a tática, o futebol coletivo, a organização. A diretoria poderia ter limado o gaúcho na derrota mais humilhante dos últimos anos alvinegros, aquela para o Tolima, mas preferiu seguir com o trabalho e foi recompensada. Brasileiro, Libertadores e Mundial.

O bando de loucos deu show no Japão e mais uma invasão, a mais espetacular, foi vista. Muitos apaixonados atravessaram o planeta para estar ao lado do clube em seu momento mais importante da história.

O Corinthians foi pragmático e venceu pelo placar mínimo os seus dois jogos que fez no Mundial. 1 a 0. Criticado por alguns, mas aposta de Tite, o peruano Paolo Guerrero se machucou antes da viagem. O jogador se recuperou de forma incrível e foi o nome do título. Foi da cabeça guerreira de Guerrero que saíram os dois gols do título.

Há pouco tempo a Polícia Federal invadia a sede do Corinthians para investigar o clube por causa da MSI. O time foi na lama da Série B e entendeu que a imponência de um time é o seu torcedor. Usou isso para crescer e se tornou mais gigante do que nunca. Se organizou, papou títulos e ganhou o mundo. Exemplo para os demais clubes, para o rival Palmeiras, para o gigante Flamengo.

O JOGO

Em Yokohama o Corinthians foi perfeito.  Tite estudou o Chelsea e mudou o time. Saiu Douglas para a entrada de Jorge Henrique que ajudou Alessandro na marcação. O time inglês veio diferente também. Mais leve, com a proposta de ter a bola sempre, com Lampard e Ramires como volantes e a linha de três com Moses no lugar de Oscar e ao lado de Mata e Hazard.

Ao contrário do que se viu no jogo do Al Ahly, o Corinthians foi perfeito na marcação e fazia vez ou outra quase que uma segunda linha de quatro jogadores com Emerson voltando com um dos volantes. A primeira linha foi perfeita no posicionamento. Tecnicamente Paulinho e Emerson não desequilibraram como o esperado, mas o Timão tinha o conjunto.

Cássio foi gigante e fez grandes defesas, Torres ajudou no fim do jogo ao chutar em cima do bom goleiro e perder gol feito. O Chelsea criou mais, chutou mais, errou mais. O Corinthians chutou pouco, criou menos, mas foi letal com Guerrero de cabeça mais uma vez.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Chelsea passa fácil e pega Corinthians

Jogadores comemoram  gol em vitória sobre o Monterry. Foto: Reuters



Jogos que vi em 2012 – Mundial de Clubes – Semifinal –  Chelsea 3 x 1 Monterrey #185

Sem passar sustos, o Chelsea venceu a sua semifinal contra o Monterrey e vai mesmo encarar o Corinthians na final do Mundial de Clubes. A vitória tranquila dos ingleses faz com que eles sejam os favoritos no domingo. Só que a final promete ser mais competitiva do que foi a semi. O Corinthians será um adversário mais duro, mas precisará mostrar muito mais do que fez contra o Al Ahly.

O time colocado em campo por Rafa Benítez foi no mínimo diferente. David Luiz jogou mais adiantado, como um volante, ao lado de Obi Mikel. Com isso Ivanovic caiu para a zaga e Azpilicueta fez a lateral direita. Oscar pôde jogar onde gosta, na linha dos três meias e por dentro. Mata e Hazard pelos lados e Torres centralizado, mas caindo muito pela direita também.

Os Blues iam bem quando desciam pela esquerda com Hazard. E foi por ali que saiu o primeiro gol. Uma triangulação com Hazard, Oscar e Ashley Cole resultou em cruzamento na medida para Mata abrir o placar. Depois o jogo ficou sonolento. O Monterrey não conseguia agredir, chegou a cruzar algumas bolas tentando De Nigris, mas em vão.

No segundo tempo o Chelsea voltou com tudo e fez dois gols em três minutos. Torres bateu e com a bola desviada ampliou. Depois em boa trama, Mata recebeu na ponta direita e colocaria Oscar na cara do gol, mas Chávez fez contra. O Chelsea tocou bola em todo o segundo tempo e no final De Nigris foi premiado por seu esforço e fez o de honra dos mexicanos.

Agora é esperar para ver o que Benítez fará para o jogo contra o Corinthians. Será que repete David Luiz no meio? Ou vai optar por Ramires entre os titulares? Só domingo mesmo para ficar sabendo.

Confusão marca título do São Paulo

Ídolos comemoram título conturbado no Morumbi. Foto: Reprodução/ESPN



Jogos que vi em 2012 – Copa Sul-Americana – Final – Volta -  São Paulo 2 x 0 (W.O) Tigre #184

Eu nunca tinha visto isso no futebol. O São Paulo venceu o Tigre por 2 a 0 no primeiro tempo e foi campeão após a equipe argentina ter desistido de voltar para o segundo tempo. Um dos episódios mais estranhos do futebol nos últimos anos.

Em campo a vitória tricolor foi inconteste e poderia ser uma goleada se o segundo tempo existisse. Lucas e Osvaldo fizeram os gols do São Paulo em um primeiro tempo fácil, apesar da truculência de algumas jogadas e dos ânimos alterados.

Mas a parte tática e técnica foi apenas um detalhe na noite do Morumbi lotado. Na saída para o intervalo o tempo fechou. Lucas provocou os argentinos que queriam briga. O pau quebrou dentro do vestiário e um monte de histórias mal contadas começou a surgir.

A PM revelou que houve confronto pesado entre os jogadores do Tigre e os seguranças do São Paulo. Os integrantes do time argentino reclamaram de agressão de intimidação com arma de fogo por parte dos seguranças do tricolor.

Depois de muito disse que me disse, o Tigre não voltou a campo e o árbitro da partida decretou o W.O. Com isso o São Paulo foi campeão da Sul-Americana. Lucas vai para o PSG com uma taça erguida, após bonito gesto de Rogério Ceni.

Muita coisa ainda tem que ser explicada. E muito clichê teria que ser abolido. E as pessoas diferenciarem rivalidade de xenofobia. Nessa história não tem santo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Choque de realidade para o Corinthians

Peruano fez de cabeça o gol que colocou o Timão na final. Foto: Reuters



Jogos que vi em 2012 – Mundial de Clubes FIFA – semi-final -  Corinthians 1 x 0 Al Ahly #183

Foi mais difícil do que o esperado. O favoritismo que o Corinthians carregava antes da partida contra o Al Ahly não foi tão evidente em Toyota. Isso não significa que a vaga na decisão veio com tanto sofrimento. Com um primeiro tempo razoável e um segundo tempo sofrível, o Timão conseguiu o que queria e está na final e, de quebra, tomou um choque de realidade para a sequência do torneio.

O time organizado, pragmático e eficiente de Tite não esteve em campo na estreia. A marcação não foi tão forte e a criação de jogadas ofensivas não foi tão farta também. O time começou com Emerson pela esquerda e Danilo pela direita. Um convite ao bom Fathy passear pelo lado frágil do time paulista.

Tite corrigiu com a inversão entre Danilo e Emerson. Melhorou a marcação, ajustou melhor o time que passou a sair mais para o jogo. O gol saiu de um cruzamento para o centroavante. A aposta de Tite e a persistência de Guerrero para se recuperar deu certo.

No segundo tempo, com a entrada de Aboutrika, o Al Ahly ficou mais perigoso. Com a necessidade do empate teve mais posse de bola. Mas não foi eficiente. Cássio não fez grandes defesas. O “sofrimento” não foi grande, mas a expectativa de vitória tranquila passou longe de se concretizar.

Mas o Corinthians errou muitos passes, não conseguiu encaixar um contra-ataque sequer, mesmo com Jorge Henrique e Romarinho em campo. Paulinho era o responsável pela saída de bola com qualidade, mas foi incapaz de organizar. 

Agora é esperar o adversário entre Monterrey e Chelsea. Os ingleses são os favoritos e o Corinthians precisa melhorar se quiser ser campeão do mundo.

Amém, São Marcos!

Marcos comemora gol de pênalti. Foto: José Patrício/Agência Estado


A noite de despedida de Marcos foi emblemática. O ídolo se eternizou e deixará saudades aos palmeirenses e ao futebol. Poucos conseguiram ser o que Marcos foi. O que ele é. O que sempre será. Foram quase 20 anos de uma carreira recheada de talento, títulos, dificuldades, carisma. A carreira acabou, o ídolo não.

No último ato do camisa 12 nos gramados como jogador, Marcos fez mais do que a sua despedida em uma festa. Marcos resgatou o orgulho do palmeirense que está ferido por causa de tanta bagunça política no clube-bomba que é o Palestra.

Ao ver tantos craques em campo, jogadores de um passado que parece tão distante quando comparado ao momento atual do clube, o palmeirense pôde recordar o quão grande é a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Grandes craques que reverenciaram São Marcos, assim como os quase 40 mil que lotaram o Pacaembu. Está aí o único problema da festa. Quem conhece o Marcão sabe que ele amava o Palestra Itália e que gostaria de encerrar sua carreira em casa, mas as dores não deixaram que a despedida fosse lá.

Não tem problema, Marcos estará em sua casa para sempre. Imortalizado com seu busto na nova Arena Palestra, eternizado no coração dos palmeirenses que nunca se esquecerão do grande jogador e “cara” que foi o Santo enquanto jogador.

A partida sequer chegou ao seu fim, nem precisou. Tempo suficiente para ver Marcos, rever Evair e se emocionar com o Divino, Ademir da Guia, além de tantos outros grandes craques. E ouvir Marcos pedir o torcedor para que nunca esquecessem dele.

Como se fosse possível.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Goiás tem ano mágico e faz sua obrigação ao voltar à Série A

Goiás antes da partida do título contra o Figueirense. Foto: Léo Iran



2012 foi um ano importante para o Goiás Esporte Clube, o ano da dúvida se transformou no da volta por cima. Um desfecho diferente do visto no fim de novembro abriria uma crise sem precedentes pelos lados da Serrinha. O clube terminou o ano em alta e voltou a se aproximar do seu torcedor. O título do Campeonato Goiano e da Série B foram os pontos altos no ano esmeraldino, mas o acesso não passou de obrigação.

O Goiás tinha a obrigação de ser um dos quatro primeiros clubes da Série B. Pela grandeza do próprio Goiás e pelo tamanho dos concorrentes, o time esmeraldino era favoritaço ao lado de Atlético-PR e Vitória. Se a análise for feita no cenário econômico em que essas equipes estão posicionadas em relação às demais que competiram, fica mais realçada ainda a obrigação pelo acesso, não pelo título.

A política do clube foi pacificada e Hailé Pinheiro voltou a reinar sem muito incômodo, apesar da tentativa de uma oposição ser formada. A revolta foi motivada pela queda do clube em 2010 e pelo não acesso em 2011. Mas com a maestria de sempre, o bom e velho Hailé Pinheiro colocou o Goiás no eixo.

Colocou João Bosco Luz no comando, saneou parte das dívidas que travavam a saúde do clube, mesmo que custasse a sua saúde. Hailé passou por uma cirurgia cardíaca nesse processo. João Bosco assumiu o comando do clube com o apoio dos vices Sérgio Rassi e Adriano Oliveira e colocou Marcelo Segurado como o homem do futebol.

Na prática quem foi “o cara” do futebol esmeraldino foi Enderson Moreira. O técnico foi uma aposta ainda em 2011 e se consolidou nesta temporada. Enderson passou por turbulências, por desconfiança, briga de egos, mas com o pulso firme da diretoria se manteve no comando e conseguiu tudo o que o Goiás projetou no ano. Dentro de campo, o treinador apostou em um sistema de jogo e foi fiel a ele, ainda que sintonias precisaram ser feitas no decorrer da temporada.

O 4-2-3-1 proposto por Enderson Moreira foi seguido em todo o ano, mas passou por modificações. Algumas peças foram trocadas, mas uma base importante foi mantida e passou por Harlei, Ernando, Egídio, Amaral, Thiago Mendes, Ramón e Ricardo Goulart. O onze ideal e seu funcionamento foi conquistado apenas nos últimos meses do ano.

A primeira formação tinha: Harlei; Peter, Rafael Tolói, Ernando e Egídio; Amaral, Thiago Mendes, Ramón, Ricardo Goulart e Felipe Amorim; Iarley. Nessa formação o 4-2-3-1 ficava torto para o lado direito onde estava Amorim. Como Iarley não pode ser a referência, o baixinho veterano flutuava e abria espaço para Ramón entrar na área como um centroavante.

A outra grande mudança envolveu a chegada do atacante Walter. O jogador chegou acima do peso e demorou um poquinho para encaixar na equipe. A má fase de Felipe Amorim abriu brecha para Renan Oliveira e a falta de referência no comando de ataque com Iarley foi superada com a presença de Walter que correspondeu com 16 gols.

Nessa segunda formação, a ideal, o meia Ramón teve que mudar um pouco o seu jogo. Ficou menos goleador, pois não precisava fechar como centroavante, passou a ser fundamental na recomposição do sistema de marcação fechando o lado esquerdo enquanto Thiago Mendes estava na direita.

O bom rendimento em campo foi traduzido nas arquibancadas do Serra Dourada. O Goiás não perdeu diante do torcedor, mas na primeira metade da Série B fez o torcedor passar por momentos complicados com vitórias magras e empates. Só na reta final o esmeraldino conseguiu lotar o estádio, somente no jogo do acesso e do título. Mas só de ter ficado próximo do time novamente já foi um avanço.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Despedida do tamanho da campanha do Dragão

Patric em disputa com Titi. Foto: Adalberto Marques/Agif/Agência Estado



Jogos que vi em 2012 – Série A – 38ª rodada -  Atlético-GO 0 x 1 Bahia #182

A despedida do Atlético-GO da Série A em 2012 foi do tamanho de sua campanha. Pífia. Um time que não conseguiu se impor em sua casa pagou o pato e vai disputar a segunda divisão no próximo ano. É tempo de reflexão, faxina e reestruturação. Não é o fim do mundo, a não ser que seja daqui a pouco.

A partida tinha uma atmosfera extra-esportiva. Muito diz que me disse quanto a possíveis malas, brancas ou pretas. O jogo em si foi muito morno, o que indicou muitas coisas na imaginação das pessoas.

Até que o primeiro tempo foi movimentado com defesas de Marcelo Lomba e Márcio, mas chances reais de gol mesmo umas duas ou três, no máximo. No segundo tempo as duas equipes pisaram no freio, o Bahia quase parou quando veio a notícia do gol do Náutico nos Aflitos.

Quem parou mesmo foi o zagueiro Gustavo que não entrou em sintonia com Márcio e deu a vitória de bandeja para o Bahia. O atacante Rafael foi o responsável por fazer o tento e garantir a equipe baiana de uma vez por todas na Série A. Um gol que foi simbólico para o ano rubro-negro.

O Dragão fechou um ano triste, onde nada deu certo. Na próxima temporada a diretoria que já foi tão aplaudida e ganhou até bandeira dos torcedores terá que ser muito criativa.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

São Paulo passa com gol fora de casa

Luis Fabiano disputa com chileno, atacante não conseguiu marcar. VIPCOMM



Jogos que vi em 2012 – Copa Sul-Americana – Semi-final – Volta -  São Paulo 0 x 0 Universidad Católica #181


Deu para o gasto. O São Paulo teve mais volume de jogo, cansou de criar chances e de perdê-las. Esbarrou na atuação de um inspirado Toselli, mas avançou para mais uma final de campeonatos internacionais.

O Morumbi estava cheio, pois o jogo contra a Universidad Católica pode ter sido o último do São Paulo em casa neste ano e o último de Lucas com a camisa do Tricolor. A festa estava feita, o adversário não era tão forte, mas assim como a LDU Loja, só foi vencido no quesito gol feito fora de casa.

A primeira etapa foi quente, muito quente. Nervosa, parecia uma partida contra uma equipe argentina daquelas mais encardidas. Muitas faltas duras, são-paulinos nervosos, arbitragem confusa e gols desperdiçados.

O São Paulo apostava demais na velocidade dos seus pontas, Osvaldo pela esquerda, Lucas pela direita. Jadson solto encostando em Luis Fabiano e finalizando, mas mal. A Católica fazia uma partida de doação, um 4-1-4-1 compacto.

Toselli fez defesas espetaculares, Luis Fabiano perdeu gols, Jadson, Osvaldo, mas o goleiro foi importantíssimo. No fim foi para a área e quase fez o gol da classificação dos chilenos, mas não poderia fazer tudo.

Mesmo sem vencer, sem marcar gols em casa, o São Paulo avançou e espera a definição entre Tigre-ARG ou os Millionarios da Colômbia. É favorito na final, mas tem que calibrar a pontaria.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A cereja do bolo é verde

Formação do time esmeraldino no jogo do título. Foto: Léo Iran



Jogos que vi em 2012 – Série B – 38ª rodada -  Goiás 2 x 1 Joinville #180

A cereja do bolo é verde. A campanha esmeraldina foi progressiva, uma corrida de resistência, mas com fôlego de sobra para o sprint final. Os cinco pontos de diferença para o vice-campeão Criciúma indica um pouco desse panorama do Goiás nas rodadas finais.

O jogo final era com o Joinville e mesmo com o favoritismo para a conquista do título de campeão da Série B mais competitiva dos últimos tempos, o Goiás correu riscos no Serra Dourada.

A festa estava armada com os mais de 40 mil torcedores presentes no estádio. Nem mesmo a chuva que caiu no início da peleja desanimou os esmeraldinos que passaram a incentivar com mais força ainda.

O Goiás era soberano no jogo, mas o Joinville era perigoso. Foram os catarinenses que abriram o placar com Lima aproveitando o rebote de uma pancada no travessão. Se o Criciúma fizesse um golzinho na Ressacada o sonho poderia ir literalmente por água a baixo.

Mas o artilheiro apareceu. Walter, em jogada individual, acertou um chute de rara felicidade e empatou logo em seguida. Tudo certo, a tranquilidade não era plena, mas pelo menos mais perceptível. Só ficou melhor quando o Avaí marcou o primeiro.

O gol da virada esmeraldina não poderia ser mais emblemático. Identificado com o Goiás, Iarley perdeu lugar no time titular para Renan Oliveira, mas no capítulo final ele teria que carimbar seu nome. Ovacionado por 40 mil vozes, o veterano baixinho entrou e deu a vitória esmeraldina que garantiu de uma vez por todas o título da Série B.

Conquista irretocável.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Brasil do "Superclássico"

Seleção Brasileira comemora conquista na Bombonera. Foto: AP



Jogos que vi em 2012 – Superclássico das Américas – volta -  Argentina 2 x 1 (3 x 4 pen.) Brasil #179

A principal discussão é se esse Superclássico das Américas vale mesmo a pena tecnicamente ou se é apenas um caça-níquel. É inegável que é uma invenção sem propósito, mas já que está posto, é preciso verificar em que ponto o torneio amistoso pode servir para algo.

Depois do fiasco de Resistência, o jogo da “decisão” foi realizado na Bombonera, território inédito para a Seleção Brasileira. Já foi um ponto bacana. O outro foi a convocação de a observação de Fred e Diego Cavalieri, deixando de lado a questão CBF-Fluminense que foi pauta desde a convocação.

Em campo, o time armado por Mano Menezes respeitou no primeiro momento o esquema 4-2-3-1 que se tornou o padrão do Brasil. Com Arouca no meio de campo, o esquema ficou torto. Neymar mais avançado pela esquerda na linha de três, Thiago Neves por dentro de Arouca na direita, mais recuado. Fred isolado.

Sem conseguir vencer a boa marcação da Argentina que jogava com três zagueiros, Mano mudou para o 4-3-3 com Ralf plantado, Paulinho pela direita e Arouca pela esquerda, com Thiago Neves e Neymar na linha de ataque pelos lados. Não resolveu muita coisa.

No segundo tempo o jogo caiu demais e ficou mais chato do que na primeira etapa. Porém, um lance de pênalti de Jean sobre Martínez mudou o panorama. A falta foi clara, o volante calçou o corintiano, mas a dúvida é se foi na linha ou fora da área. Mandrake por mandrake, o pênalti que deu a vitória ao Brasil em Goiânia também foi.

Scocco que entrara no lugar de um apagado Barcos guardou com categoria. Fred empatou logo em seguida, apesar de ter espirrado o taco. No fim do jogo o Brasil sofreu um gol de contra-ataque com Durval e Réver batendo cabeça e Montillo aproveitando para servir Scocco que levou o jogo para a disputa por pênaltis. Diego Cavalieri pegou um e Montillo perdeu outro. Carlinhos errou a cobrança dele, mas Neymar bateu o último e dessa vez dentro do gol dando o título do torneio para o Brasil.

Durval jogou sério e foi bem. Fábio Santos e Lucas Marques jogaram mal. Cavalieri foi pouco exigido, mas apareceu bem na disputa por pênaltis. Jean entrou mal, mas acredito que por ter jogado improvisado na lateral. Neymar mais uma vez não brilhou em solo argentino e parou em Peruzzi, apesar de ter feito bela jogada no primeiro tempo. Fred aproveitou para fazer o que tinha que fazer, mas mostrou claramente que não é dono inconteste da camisa 9.

Serviu para algumas coisas esse Superclássico das Américas. Mostrou que o selecionado do Campeonato Brasileiro perdeu para um mais fraco que o dele, mais pobre também.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mais uma queda do Palmeiras

Expressão da campanha verde no Brasileiro. Foto: Mauro Pimentel/Terra

Não é normal, mas foi justo. O maior campeão do século passado coleciona fracassos no novo milênio e inova ao ser o primeiro grande a cair duas vezes para a Série B. 2012 foi um ano com um misto muito grande de emoções para o palestrino e que acabou da pior das formas, aliás, pode piorar ainda.

O ano começou com um adeus indigesto. O ídolo São Marcos deixava os gramados e um pouco do orgulho do palmeirense. Afinal de contas, a confiança de que o Santo poderia dar um jeito em qualquer situação sempre estava viva. Se apagou.

O fracasso no Paulistão e o título da Libertadores do arquirrival Corinthians fez a autoestima ir lá embaixo. A alegria era falar que eles não tinham casa e nem Libertadores. Agora tem os dois. O Palmeiras precisava ir atrás de suas próprias glórias. A resposta foi imediata.

A conquista da Copa do Brasil aos trancos e barrancos pôs fim a um jejum de títulos importantes que já durava 13 anos. Metade da vida de algumas pessoas. Muito tempo. Mas o caneco veio e a vaga na Libertadores. Faltava muito pouco para que a temporada enfim voltasse a ser positiva.

Mas o Palmeiras é mestre em se perder nas próprias pernas. Felipão, desgastado no comando, foi mantido e o time perdia pontos e tempos de reação. A missão era “apenas” se livrar do rebaixamento. Missão dada é missão...falha. O time não conseguiu. Gilson Kleina veio e não foi o suficiente, a vaca já tinha ido para o brejo, ou o porco, no caso.

Quando contrataram o meia Wesley houve elogio, apesar da vaquinha mal sucedida. Azar também, ele rompeu os ligamentos do joelho e pouco ajudou. Contrataram um tal de Barcos, que meio desajeitado mostrou ser bom de bola e fez muitos gols. Não foram suficientes.

A esperança residia nas bolas paradas de Marcos Assunção, assim como acontecia em 2002, ano da primeira queda. A verdade é que o time não era bom. Era fraco. Muito dinheiro foi mal gasto. Você sabia que o clube gastou quantia parecida para contratar Luan e Barcos? Pois é.

Além disso, o time sofreu por não ter casa. Não teve coragem de assumir o Pacaembu como ninho, jogou em Barueri, Araraquara e sei lá mais onde. O clube suplica pelo retorno ao Jardim Suspenso onde sempre fez a diferença.

2013 será um ano difícil. Cair para a Série B não é o fim do mundo, mas também não é caminho obrigatória para aprender como fazer. Está errado, um time do quilate e da tradição do Palmeiras pode se reestruturar jogando a primeira divisão.

A queda é recente e o futuro reticente. Será um time de Série B ou para disputar o título da Libertadores? Quem será o presidente? O treinador? O fato é que o torcedor fica ferido mais uma vez e o clube terá que o reconquistar, pois o palestrino é diferente, ama o Palmeiras como sua própria vida. Mas na nossa vida tomamos as rédeas da direção. Não fica a mercê de incompetentes.

O Natal ficará menos amargo em caso de insucesso do Corinthians no Mundial, melhor ainda se for no primeiro jogo. Mas o clube precisa mirar no exemplo do rival que saiu de uma bagunça maior que a verde e hoje coleciona sucessos.

Dérbi Eterno de Belgrado com emoção

Espetáculo nas arquibancadas do Marakana em Belgrado. Foto: Reuters



Jogos que vi em 2012 – Campeonato Sérvio – 13ª rodada -  Estrela Vermelha 3 x 2 Partizan Belgrado #178

O fim de semana proporcionou a quem gosta de futebol uma experiência diferente. Quem teve a oportunidade de acompanhar o Dérbi Eterno de Belgrado não se arrependeu. A rivalidade é um dos ingredientes que movem a paixão pelo futebol e em poucos lugares do mundo ela é tão exacerbada quanto na capital sérvia.

Nascidos no pós 2ª guerra, criados como vizinhos, Estrela Vermelha e Partizan Belgrado dividem a paixão do povo de Belgrado e da Sérvia que foram retalhados por tantos anos de guerras separatistas nas últimas décadas.

A a guerra sempre estará presente entre esses dois clubes que vivem como verdadeiros inimigos. A rivalidade extrapola as quatro linhas do gramado e vai para as arquibancadas. As violentas torcidas organizadas de Estrela Vermelha e Partizan Belgrado comumente protagonizam cenas de barbárie.

Toda essa tensão já chama muita a atenção para quem nunca pôde ver o clássico, mas em campo, as duas equipes fizeram com que o futebol se salientasse também nesse final de semana. Um jogo agradável e cheio de reviravoltas. O Partizan entrou como líder isolado e em boa fase, o lado vermelho atravessa mau momento e vê seu rival defender o pentacampeonato sérvio. Mas clássico é clássico, como diria o outro.

O Partizan saiu na frente aproveitando a bobeira da defesa do Estrela Vermelha que batia muita cabeça. Os donos da casa empataram em seguida. A defesa vermelha voltou a falhar e o Partizan foi para o intervaldo com a vitória e com o domínio do jogo.

Parecia que os alvinegros do Partizan comemorariam no terreno inimigo, parecia. Na segunda etapa, o Estrela Vermelha voltou organizado e partiu com tudo para cima. Empatou em um lance estranho com um gol de cobertura e depois virou com um gol de cabeça.

O futebol foi de bom nível, foi eletrizante e cada dividida era um estrondo. Muitos jogadores caíam no gramado, mas não se jogavam, aliás se jogavam para não perder e não para ludibriar. Foi um jogo intenso. Assim como a linda festa nas arquibancadas.

Essas histórias fazem com que a rivalidade perpetue a paixão pelo futebol. O Estrela Vermelha, de virada, se reabilitou sobre o maior inimigo e colocou fogo no campeonato novamente.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Colômbia valoriza teste para Brasil

Neymar tenta sair da marcação de dois colombianos. Foto: Mowa Press



Jogos que vi em 2012 – Amistoso – Brasil 1 x 1 Colômbia #177

O jogo contra a Colômbia foi o mais cascudo entre os últimos que a Seleção Brasileira realizou nos últimos meses. Jogou contra uma equipe que gosta de jogar com a bola também e que tem uma certa tradição de confronto. Com jogadores de boa técnica e em boa fase, os colombianos impuseram dificuldades ao time de Mano, mas mesmo assim dava para o Brasil ter saído com a vitória.

Mano Menezes mandou a campo um time com o zagueiro Leandro Castán como lateral pela esquerda e nem o poder defensivo do jogador foi o suficiente para segurar o bom Cuadrado, autor do gol colombiano.

Colocou pelo mesmo setor, no meio de campo, o meia Thiago Neves que jogou mais aberto pela esquerda na linha de três meias. O campeão com o Fluminense errou quase tudo que tentou e teve uma noite bastante infeliz, não pode ser titular e não está nesse momento.

Kaká se movimentou bem no primeiro tempo e mandou uma bola no travessão, no segundo tempo pregou. Oscar foi mais tímido do que se espera de um camisa 10 da Seleção Brasileira. Neymar tinha dificuldades, mas fez gol de craque. Teve em seus pés a chance de fazer o da vitória, mas bateu um pênalti de forma bisonha.

A preocupação maior era com o ótimo Radamel Falcão García, mas Thiago Silva esteve implacável e não deu chances ao cobiçado centroavante. James Rodríguez foi bem no duelo com Daniel Alves, Jackson Martínez mais discreto.

Em resumo foi um bom teste, que venham mais jogos assim, Mano Menezes precisa saber a real força do seu time. Precisa mesmo. O Superclássico das Américas fecha a história da Seleção Brasileira em 2012 que foi de altos e baixos e apesar de um norte quanto ao time ideal titular, ainda enche o torcedor de dúvidas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Drama e festa em Presidente Prudente

Festa tricolor após 3º gol sobre o Palmeiras. Foto: Fernando Borges/Terra



Jogos que vi em 2012 – Série A – 35ª rodada – Palmeiras 2 x 3 Fluminense #176


O jogo envolvia muita coisa. Um poderia ser campeão e o outro tentava enxergar uma luz no fim do túnel e evitar a própria morte. Aconteceu um pouco das duas coisas por causa do restante da rodada. Mas quem viu esse Palmeiras e Fluminense viu um jogo de altíssima tensão, melhor para o Flu que joga gelado e esteve sem pressão.

Gilson Kleina armou uma equipe no primeiro tempo com dois jogadores de área, com Barcos saindo mais da área. O time é fraco tecnicamente e enfrentava um dos melhores times do Brasil. Fora isso, a fase não ajuda. O time teve chance de abrir o placar em duas cabeçadas e perdeu.

O Flu foi lá e marcou duas vezes. Primeiro com Fred aproveitando rebote depois da primeira chance criada pelo meio. No segundo tempo, Maurício Ramos jogou contra o próprio patrimônio, a fase do zagueiro é péssima. E olha que ele é um dos que mais estão sentindo com a queda.

Kleina teve que colocar Román após Henrique sair contundido com uma pancada na costela. Depois colocou Maikon Leite e Luan nos lugares de Obina e Marcos Assunção. A intenção era dar mais velocidade e ofensividade, embora com pouca técnica.

A pressão pela sobrevida no campeonato chegou a surtir efeito com Barcos e o bom Patrick Vieira marcando os gols do empate. O Palmeiras foi para cima e ia chegar à virada, mas Diego Cavalieri, cria verde, evitou o gol de Maurício Ramos com uma bela defesa.

Ali o ímpeto do Palmeiras morria, os jogadores não acreditaram no que viram. Era a chance de dar vida ao time, a rodada ajudou. Mas o Flu era forte e frio. Aproveitou o adversário esfacelado com Correa mancando, Patrick Vieira com o tornozelo torcido e João Denoni com problemas na clavícula.

O terceiro gol saiu com Fred. O dono do jogo, o cara do título. O Flu se sagrou campeão com uma campanha irretocável, pode e deve fazer história. O Palmeiras não caiu ainda, mas nem San Gennaro dará jeito nessa.


A vitória tardia

Dodó marcando o craque Neymar de perto. Foto: Ed Ferreira/Agência Estado



Jogos que vi em 2012 – Série A – 35ª rodada – Atlético-GO 2 x 1 Santos #175

A vitória de virada do Dragão sobre o Santos de Neymar é daqueles resultados que colocam o torcedor em confusão. Várias perguntas surgiram nas redes sociais depois do gol de Márcio. Por que o time não jogou assim antes? Por que? Não há resposta. O grupo rubro-negro se mostrou instável emocionalmente e por isso não foi consistente.

Foi o fim de uma sequência de quatro derrotas consecutivas, essa que derrubou o Dragão no último fim de semana. Com o time rebaixado e com Neymar em campo, a expectativa era de vitória paulista, mas o Santos não conseguiu bater o Atlético-GO. Aliás, a última vitória do Peixe sobre o time goiano foi em 2010, de lá para cá dois empates e duas vitórias do Dragão.

Jairo Araújo montou um esquema para marcar Neymar e tentar fazer um gol nos contra-ataques. Ernandes, Pituca e Dodó conseguiram impedir que o craque causasse muito perigo ao gol de Márcio. O primeiro tempo foi bastante equilibrado e muito morno. O gol santista só saiu aos 45 minutos quando a defesa rubro-negra contemplou André ajeitando para o zagueiro Bruno Rodrigo marcar de cabeça.

No segundo tempo o Dragão melhorou a marcação e passou a jogar um pouco mais com a bola também. Diogo Campos passou a incomodar um pouco mais a defesa paulista, Ernandes ganhava todas de Neymar e ainda aparecia para o jogo.

Quando o Santos parecia cozinhar o jogo e administrar a magra vitória na esperança que em um lance fortuito Neymar liquidasse a fatura, o Dragão virou com justiça. Marino ultrapassou pela direita e passou para Diogo Campos bater entre as pernas do goleiro Rafael. O time continuou no ataque e virou. Ernandes foi derrubado pelo goleiro e colocou na marca da cal. Márcio bateu e se isolou na artilharia do time com quatro gols.

A vitória foi tardia, mas não deixa de ser importante. Um alento para um fim de semana que começou com o maior rival comemorando, um certo alento para o rubro-negro que viu que podia ter sido um pouco diferente o campeonato. 

domingo, 11 de novembro de 2012

A tarde do dia do acesso esmeraldino

Crucial na campanha, Egídio abriu o placar. Foto: Carlos Costa/Lancepress!



Jogos que vi em 2012 – Série B – 36ª rodada – Goiás 3 x 0 Grêmio Barueri #174

A forma que a vitória foi construída foi o de menos no Serra Dourada. A festa feita pela massa esmeraldina foi o ponto alto para um time que mereceu cada um dos incentivos dos quase 40 mil que lotaram o estádio. Após quase dois anos de agonia, o Goiás voltou, está novamente na Série A, entre os 20 melhores do futebol brasileiro no momento.

Um clube que apostou em um treinador, um Enderson Moreira que apostou no seu esquema tático, no sistema de jogo e que encontrou as peças corretas para fazer a engrenagem idealizada funcionar e conduzir o Goiás de volta à elite.

No sábado nublado, o Sol deu o ar da graça algumas vezes para fazer brilhar o verde que tomou conta do Serra Dourada. Depois de duas rodadas de ansiedade podendo decretar de uma vez por todas o acesso, os deuses do futebol guardaram a festa para o quintal esmeraldino, onde é imbatível.

O Onze perfeito na cabeça de Enderson Moreira e o da ponta da língua do torcedor estava à disposição e entrou em campo para mostrar  o motivo de ser a base da arrancada. O jogo era estranho e aos poucos foi se tornando à feição do que o Goiás mostrou no campeonato.

O 4-2-3-1 torto não é capaz de sufocar tanto o adversário, mas o poder de transição é absurda. Ramón com Egídio pela esquerda, Vítor e Renan Oliveira um pouco menos e Ricardo Goulart à vontade para encostar no Walter. Thiago Mendes e Amaral plantados para dar segurança aos dois zagueiros, Valmir Lucas e Ernando.

O primeiro saiu em contragolpe com Egídio fechando no segundo poste. Depois foi a vez de Walter dar tranquilidade com o gol de cabeça. Dudu Cearense entrou em campo e ainda conseguiu fazer o primeiro dele com a camisa esmeraldina. 3 a 0. Festa verde merecida. Falta o título para coroar o belíssimo trabalho, ninguém duvida que ele possa vir.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A noite que não foi do acesso

Time fica ansioso e cede empate. Foto: Pakito Varginha/Futura Press



Jogos que vi em 2012 – Série B – 35ª rodada – Boa Esporte 2 x 2 Goiás #173

A vitória do São Caetano mais cedo obrigava o Goiás a vencer o Boa Esporte para selar seu retorno à Série A. O time ficou no empate, foi ansioso, esteve muito perto de chegar onde tanto espera e se fosse em anos anteriores já estaria.

Nunca um acesso foi disputado com uma pontuação tão alta na Série B, tanto que com incríveis 71 pontos o time não está garantido ainda. Chegou a estar por cerca de 20 minutos, pisou na elite, mas não se segurou.

O time saiu perdendo e teve forças para virar a partida ainda no primeiro tempo. Novamente o atacante Walter foi o destaque com um gol e uma assistência para Ricardo Goulart. O Goiás começou estudando o adversário e fazendo um jogo morno, mas depois que sofreu o gol teve que sair e mostrou que era mais forte.

Mais forte mesmo foi a cautela do time e a ansiedade dos jogadores no segundo tempo. Com a vaga garantida com o 2 a 1 no placar, a equipe recuou naturalmente e permitiu que o Boa Esporte pressionasse e chegasse ao empate. É bom ressaltar que a equipe mineira ainda luta para somar alguns pontos e espantar de vez o fantasma do rebaixamento.

Para o Goiás ficou melhor ainda, vai subir diante do seu torcedor que deve lotar o Serra Dourada no sábado, mas depois de tanta gente garantindo o jogo do acesso, não é demais ser precavido e esperar o desenrolar dos fatos. Não é mesmo?

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Eutanásia atleticana: Dragão precisa tirar a nuvem negra da cabeça

Adson Batista tem a missão de recolocar o Dragão na Série A.


O torcedor do Atlético se acostumou com as glórias nos últimos anos. Depois de penar na segunda divisão do Campeonato Goiano, o clube experimentou uma ascensão meteórica no cenário do futebol brasileiro. Em todas as últimas temporadas o clube alcançou um patamar mais alto do que havia chegado nos anos que se passavam.

Foi assim quando o clube saiu da Série C para a Série B e em seguida para a Série A. De escapar do rebaixamento em 2010, para a vaga na Copa Sul-Americana, feito inédito na história do clube.

Mas em um ano de erros sucessivos, o crescimento estagnou. O time terá que lidar pela primeira vez com o insucesso e retornará à Série B por onde esteve apenas de passagem. A missão do clube é trabalhar com um orçamento reduzido e tentar conquistar o acesso para estar na elite em 2014.

Em um ano cheio de erros e onde quase nada deu certo, listo sete pecados capitais que determinaram a queda atleticana para a Segundona:

Desunião: A diretoria atleticana sempre teve como marca a sua coesão, o ambiente político pacífico ajudou o time a chegar onde chegou. Nesta temporada até essa realidade foi mudada e acabou interferindo dentro das quatro linhas.

Pressa: O técnico Adílson Batista chegou ao clube e apesar de ter perdido a decisão do Campeonato Goiano, não teve tempo suficiente para implantar seu trabalho. Diretoria limou o treinador muito precocemente.

Insistência: Após demitir Adílson, o Dragão trouxe para trás o técnico Hélio dos Anjos que já tinha uma relação desgastada com o grupo de jogadores. O treinador chegou a afastar quatro jogadores do elenco. Dois deles eram as grandes apostas para o ano: Elias e William.

Lesões: O departamento médico do clube viveu cheio. A morte do Dr. Rômulo Peixoto desestruturou o DM do Dragão. A preparação física mudou de comando três vezes e prejudicou muito. O caso de doping do meia Bida foi a “cereja do bolo” para o ano infeliz.

Aperto: Com dívidas herdadas do ano de 2011 e com um contrato de direitos de transmissão mais baixo do que o imaginado, o Dragão teve muitas dificuldades financeiras no ano. Apesar disso não atrasou salários, mas também não conseguiu montar um elenco forte.

Tiro errado: A diretoria apostou suas fichas na contratação do meia Elias e do atacante William. Os dois jogadores não renderam o esperado e foram negociados. Novamente faltou paciência. Sobrou azar. Apostaram nas permanências de Rafael Cruz e de Leonardo, mas os jogadores ficaram de fora por causa de lesão.

Solidão: O time em campo reflete nas arquibancadas, mas quando mais precisou o Dragão foi abandonado pelo torcedor. Retrato disso foi o público pagante de 449 torcedores na derrota para o Sport no Serra Dourada. O pior do campeonato.

*Texto pode ser lido também na edição desta segunda-feira (05-11-12) do Diário da Manhã.

O clube em si viveu um ano trágico. Fatos extra-campo prejudicaram a tranquilidade no clube durante toda a temporada. Tudo deu errado como gosta de enfatizar Adson Batista. Se parar para pensar que aconteceu desde caso de doping, o falecimento do Dr.Rômulo, o nome do clube envolvido em escândalos. Pouca coisa de proveito aconteceu. Até o muro do CT caiu. 

Mas se puxarmos pela memória há uma luz para o torcedor rubro-negro. Não faz muito tempo que o time estava praticamente acabado na segunda divisão do Goianão. Recentemente o clube atravessou a Série B de passagem, isso pode se repetir.

É necessário que a diretoria pense mais no Dragão, esqueça outros clubes, trabalhe para devolver ao clube aquela simpatia que ele causava nos torcedores do futebol goiano. Para isso, Adson Batista deverá mostrar o que fez na maioria dos últimos anos. Precisa ser criativo e não aceitar a influência de empresários, mas se isso for inevitável, ele precisa aguçar de novo o seu olhar clínico sobre o futebol. A falta de recursos não vai permitir muitos erros.

O Estádio Antônio Accioly e o abraço do torcedor podem fazer a diferença.