quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Goiás tem ano mágico e faz sua obrigação ao voltar à Série A

Goiás antes da partida do título contra o Figueirense. Foto: Léo Iran



2012 foi um ano importante para o Goiás Esporte Clube, o ano da dúvida se transformou no da volta por cima. Um desfecho diferente do visto no fim de novembro abriria uma crise sem precedentes pelos lados da Serrinha. O clube terminou o ano em alta e voltou a se aproximar do seu torcedor. O título do Campeonato Goiano e da Série B foram os pontos altos no ano esmeraldino, mas o acesso não passou de obrigação.

O Goiás tinha a obrigação de ser um dos quatro primeiros clubes da Série B. Pela grandeza do próprio Goiás e pelo tamanho dos concorrentes, o time esmeraldino era favoritaço ao lado de Atlético-PR e Vitória. Se a análise for feita no cenário econômico em que essas equipes estão posicionadas em relação às demais que competiram, fica mais realçada ainda a obrigação pelo acesso, não pelo título.

A política do clube foi pacificada e Hailé Pinheiro voltou a reinar sem muito incômodo, apesar da tentativa de uma oposição ser formada. A revolta foi motivada pela queda do clube em 2010 e pelo não acesso em 2011. Mas com a maestria de sempre, o bom e velho Hailé Pinheiro colocou o Goiás no eixo.

Colocou João Bosco Luz no comando, saneou parte das dívidas que travavam a saúde do clube, mesmo que custasse a sua saúde. Hailé passou por uma cirurgia cardíaca nesse processo. João Bosco assumiu o comando do clube com o apoio dos vices Sérgio Rassi e Adriano Oliveira e colocou Marcelo Segurado como o homem do futebol.

Na prática quem foi “o cara” do futebol esmeraldino foi Enderson Moreira. O técnico foi uma aposta ainda em 2011 e se consolidou nesta temporada. Enderson passou por turbulências, por desconfiança, briga de egos, mas com o pulso firme da diretoria se manteve no comando e conseguiu tudo o que o Goiás projetou no ano. Dentro de campo, o treinador apostou em um sistema de jogo e foi fiel a ele, ainda que sintonias precisaram ser feitas no decorrer da temporada.

O 4-2-3-1 proposto por Enderson Moreira foi seguido em todo o ano, mas passou por modificações. Algumas peças foram trocadas, mas uma base importante foi mantida e passou por Harlei, Ernando, Egídio, Amaral, Thiago Mendes, Ramón e Ricardo Goulart. O onze ideal e seu funcionamento foi conquistado apenas nos últimos meses do ano.

A primeira formação tinha: Harlei; Peter, Rafael Tolói, Ernando e Egídio; Amaral, Thiago Mendes, Ramón, Ricardo Goulart e Felipe Amorim; Iarley. Nessa formação o 4-2-3-1 ficava torto para o lado direito onde estava Amorim. Como Iarley não pode ser a referência, o baixinho veterano flutuava e abria espaço para Ramón entrar na área como um centroavante.

A outra grande mudança envolveu a chegada do atacante Walter. O jogador chegou acima do peso e demorou um poquinho para encaixar na equipe. A má fase de Felipe Amorim abriu brecha para Renan Oliveira e a falta de referência no comando de ataque com Iarley foi superada com a presença de Walter que correspondeu com 16 gols.

Nessa segunda formação, a ideal, o meia Ramón teve que mudar um pouco o seu jogo. Ficou menos goleador, pois não precisava fechar como centroavante, passou a ser fundamental na recomposição do sistema de marcação fechando o lado esquerdo enquanto Thiago Mendes estava na direita.

O bom rendimento em campo foi traduzido nas arquibancadas do Serra Dourada. O Goiás não perdeu diante do torcedor, mas na primeira metade da Série B fez o torcedor passar por momentos complicados com vitórias magras e empates. Só na reta final o esmeraldino conseguiu lotar o estádio, somente no jogo do acesso e do título. Mas só de ter ficado próximo do time novamente já foi um avanço.

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