sábado, 30 de junho de 2012

Atlético Goianiense em: Mantenha o respeito


Hélio teme que os adversários percam o respeito com o Dragão. Foto:ACG



O projeto para o Atlético mudar de cara da temporada para a atual já naufragou. Em 2011, o time tinha consistência defensiva e saía rápido para o contra-ataque. Com a fórmula de sucesso e com confiança, o Dragão passou a controlar mais a posse de bola a ponto de ser chamado de Barceloninha pelo Galvão Bueno.

Apesar de uma depressão no fim da Série A, o time conseguiu manter a curva de crescimento em ascendência e papou a sua primeira classificação para a Sul-Americana. Mas o sucesso teve um preço muito alto: a debandada.

Quatro jogadores muito importantes para o time saíram e fazem falta. Na zaga, Anderson foi para o Fluminense e assumiu logo de cara a condição de titular. Thiago Feltri foi para o Vasco da Gama e também é titular na maioria dos jogos, tanto que o clube desistiu de contratar um jogador de mais renomado para a posição.

Vítor Júnior “saiu” do time com a bola rolando ainda com a cabeça no Corinthians onde não teve espaço e foi parar no Botafogo onde faz um campenato interessante. A ausência mais sentida, no entanto, é a de Anselmo. O atacante que pensava, definia, jogava e fazia jogar pediu alto para ficar e teve que sair.

A diretoria agiu e trabalhou nomes interessantes. Fechou com William e Elias. Os dois eram as principais esperanças do time para a temporada, embora a diretoria e Hélio dos Anjos soubessem que a forma de jogar teria que mudar. Essa transição foi tão problemática que chegou à desistência.

Nos últimos dias o goleiro Márcio declarou que o time do Atlético não conseguiu formar uma identidade quanto equipe de futebol. Hélio dos Anjos chancelou a declaração e diz que espera dar uma nova cara ao time, mas não a pensada no início da temporada.

O Atlético de hoje consegue ter a posse de bola, mas não sabe o que fazer com ela. É um time pouco agressivo, que marca menos e que finaliza menos. Hélio falou em “ter raiva”, jogar mais “dolorido”, mais profundidade e etc. É isso que pretende com a chegada de Vanderlei e talvez até do Patric.

Mas uma declaração do treinador rubro-negro que tem 0% de aproveitamento desde que voltou ao clube chamou mais atenção. Para Hélio o time do Atlético está perdendo o respeito que tinha conquistado.

Em 2010 ninguém sabia quem era o Atlético a não ser pela campanha na Copa do Brasil, que desculpe a comparação, mas o XV de Novembro de Campo Bom já conseguiu. O time conseguiu a permanência e em 2011 ratificou. As grandes vitórias contra São Paulo, Flamengo, Palmeiras, Corinthians, Botafogo fizeram com que o Dragão fosse mais respeitado, apesar de ser apontado sempre como um dos postulantes ao rebaixamento, o que é natural para um clube com pouca tradição neste tipo de competição.

O Atlético superou a falta de tradição com um bom futebol e boa organização administrativa. Essas duas coisas estão faltando dentro do clube em 2012. Se o time não conseguir as primeiras vitórias, pode sim perder o respeito e todos os adversários jogarem sem medo e contando com os três pontos.
O Atlético precisa de reação imediata.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A mística italiana


Azurra comemora classificação sobre fregueses alemães. Foto: AP



Jogos que vi em 2012 – Eurocopa – Semi  – Itália 2 x 1 Alemanha #80

Se tem uma coisa que aprendi a respeitar e admirar no futebol é a mística. A vitória da Azurra sobre os alemães deixou isso ainda mais claro. Antes da bola rolar, a Alemanha era apontada como favorita, aliás, antes mesmo da Eurocopa começar os alemães eram os mais cotados ao título ao lado da Espanha.

Mas a semifinal guardava para os alemães um destino cruel. Pela frente estava a Itália, desacreditada, conturbada com escândalos de manipulação de resultados. Uai! Parecido com 1982 então. A Alemanha nunca venceu os italianos em Copas do Mundo e nem em UEFA Euro. Os mais céticos não levam isso em conta. Eu levo.

Na análise fria os alemães são melhores, mas o futebol é mais do que isso. Por isso apaixonante. Quando a bola rolou em Varsóvia, cidade que sofreu nas mãos de tiranos alemães e italianos no passado, a previsão parecia que iria tomar forma. A Alemanha começou muito bem e sufocou no início.

Joachim Löw fez uma mudança três mudanças na equipe com relação às quartas-de-final. Podolski voltou para a esquerda no lugar de Schürrle, Klose saiu para a volta de Gomez e a mais tática mudança com a entrada de Kroos no lugar de Reus. Löw queria um meio-campo mais forte com Kroos para cercar melhor Pirlo. Não surtiu efeito.

A Itália jogou no 4-4-2 com Pirlo na cabeça da área auxiliado por De Rossi e Marchisio nos corredores com os laterais mais marcadores. Montolivo fazendo a ligação para Cassano e Balotelli.

Mudanças de Löw não foram o suficiente. Arte: Soccerway


A Alemanha pressionou nos minutos iniciais, mas esbarrou em Buffon. O melhor goleiro desde Sepp Maier, segurou o ímpeto alemão. Quando a Itália começou a sair para o jogo conseguiu marcar duas vezes.

Aos 21 minutos, Cassano recebeu na esquerda, contou com a falha do ótimo Hummels e cruzou no primeiro poste. Balotelli aproveitou o vacilo de Badstuber para abrir o placar. O invocado atacante italiano voltaria a brilhar. Aos 36, Montolivo acertou um primoroso lançamento para Balotelli que contou com a bobeada do experiente Lahm saiu na cara de Neuer e mandou um balaço na gaveta.

Na comemoração, o italiano, negro, tirou a camisa em um gesto simbólico por tudo o que o jogador sofreu com o racismo. É claro que é uma suposição, mas a feição do imprevisível atacante conotou isso.

A Alemanha tinha muito tempo para reverter o quadro, pena para eles que o dono do tempo e da bola em Varsóvia era um tal de Pirlo. O “volante”, assim como faz na sua Juventus, ditou o ritmo do jogo e deu aula de futebol. O seu oponente, Schweinsteiger não teve a mesma atuação, ao contrário, esteve apagado.

Com Buffon se virando lá atrás, Pirlo mandando no jogo e os gols de Balotelli, a Itália manteve a escrita e despachou a favorita Alemanha. Özil ainda diminuiu em cobrança de pênalti e reforçou a máxima sobre a persistência alemã. 

Aos germânicos fica a lição e começa a cair sobre os ombros o peso da pressão. Um camisa tão pesada quanto a alemã não sobrevive só de bom futebol. Agora a Itália enfrenta a Espanha no domingo. Só de pensar que os espanhóis “classificaram” os italianos ao não empatarem por 2 a 2 com a Croácia no encerramento da primeira fase, faz nos lembrar novamente da mística do futebol e da força do destino que nem sempre é tão aleatória.

Em tempo: A atuação de Neuer nos minutos finais do jogo foi algo de sensacional !

Timão sai na frente com Romarinho


Romarinho bate no peito e mostra estrela em final. Foto: Reuters



Jogos que vi em 2012 – Libertadores – Final  – Boca Juniors 1 x 1 Corinthians #79

O título está maduro. Apesar da definição ficar para a próxima quarta-feira, o Corinthians tomou das mãos do Corinthians a condição de favorito e decidirá a sonhada Libertadores em “seu” Pacaembu. O time organizado pelo ótimo Tite suportou a Bombonera de um Boca Juniors menos inspirado que outrora, mas com uma camisa de chumbo. Brilhou a estrela de Tite e de Romarinho que pode ficar eternizado nos lados de Parque São Jorge. É esperar para ver.

Credenciados com estilos de jogos parecidos e voltados para a consistência defensiva, Boca e Corinthians fizeram um primeiro tempo de muita paciência e tensão. O erro não era permitido e isso deixou o jogo duro. Tite mandou o Corinthians com Emerson aberto na esquerda, Jorge Henrique na direita, Alex e Danilo por dentro se revezando na projeção. Atrás, Paulinho e Ralf vigiando Riquelme, Erviti e Ledesma batendo com Alessandro e Fábio Santos. Mouche mais solto e Santiago Silva à espreita.

Muitos passes errados, muita marcação, muita ligação direta e poucas chances reais de gol. A rigor, uma para cada lado. Paulinho de fora da área para o time brasileiro e Santiago Silva de bicicleta para os xeneizes. Mas o Corinthians teve um problema, perdeu Jorge Henrique lesionado.

É nesse momento que vemos o quanto o futebol é sensacional. O primeiro a aparecer se aquecendo para tomar a vaga do colega contundido foi justamente Romarinho. Analisando as características dos dois seria o mais sensato a se fazer. Foi aí que Tite apareceu bem. Colocou Liédson, que apesar de todas as limitações físicas visíveis, entrou em campo e lutou entre os zagueiros. Alex fechou pela direita e foi perigoso.

Na segunda etapa as coisas melhoraram para o Boca que dominou na posse de bola e territorialmente os dez primeiros minutos. O Corinthians estava acuado e não conseguia segurar a bola. A posse dela deve ter beirado uns 85% com os xeneizes nesse período. Mas o gol mesmo foi sair apenas com 28 minutos. Após cobrança de escanteio e dividida na primeira bola, Santiago Silva cabeceou  para a defesa (com a mão) de Chicão em cima da linha. Caprichosamente ela tocou a trave e Roncaglia estufou as redes no rebote.

O gol deu segurança ao Boca que passou a instigar o Corinthians em busca de uma brecha para matar a partida e quiçá a fatura. Tite resolveu mexer tirando o apagado Danilo para a entrada do estrelado Romarinho. O garoto vindo do Bragantino e que estreara com dois gols na vitória de virada contra o maior rival, o Palmeiras, era o predestinado.

Paulinho recuperou uma bola no meio-campo e passou para Emerson que usou a sorte para dar um passe para Romarinho que com toda a irresponsabilidade e técnica do mundo deu uma cavadinha e deixou o Timão mais perto de tornar seu sonho uma realidade.

O corintiano ainda tomou um susto com o cabeceio fulminante de Viatri que bateu na trave com violência, força que impediu que Cvitanich conseguisse aproveitar o rebote e dar a vitória aos argentinos. Se o Boca, por tudo, tinha 51% de favortismo pelo título, essa condição passou ao Corinthians após o empate heroico.

Apesar do resultado bom conseguido pelo Timão, a atuação não foi tão boa. O time apresentou pouca coisa ofensivamente falando e jogou por uma bola. Perigoso. O Boca Juniors não apresentou muita coisa também, mas Riquelme mostrou que não teme nenhum pouco jogos desse tamanho. De Mouche e Santiago Silva não se pode dizer o mesmo. Final imprevisível.

Confirmação do favoritismo espanhol foi sofrida


Festa espanhola para a conquista da vaga na final. Foto: Reuters


Jogos que vi em 2012 – Eurocopa – Semi – Espanha (4) 0 x 0 (2) Portugal #78

Eles estão lá mais uma vez. Desta vez a Fúria foi mais opaca, mas ao seu estilo chega a mais uma decisão. Nos últimos quatro anos são três finais das competições mais importantes que a Espanha pode disputar, dois canecos e mais um na mira. Os portugueses foram longe empurrados pelo seu craque.

Vicente Del Bosque mandou a campo uma Espanha um pouco diferente, escalou Negredo no comando de ataque. Com isso atuou em um 4-2-3-1 claríssimo, com Busquets e Xabi Alonso como volantes, David Silva na direita, Iniesta na esquerda e Xavi por dentro. Portugal estava no habitual 4-3-3 com Hugo Almeida no comando de ataque com Nani e CR7 abertos.

O futebol espanhol tem se caracterizado por uma posse de bola massacrante e muitas trocas de passes. Com isso a Espanha costuma ocupar o campo adversário e marcar pressão a saída de bola. Não deixa o adversário respirar. Dessa vez foi um pouco diferente.

Com uma marcação muito forte e aplicação dos onze jogadores, os portugueses dificultaram demais o jogo dos espanhóis e a partida não teve grandes chances de gol. Foi um jogo disputado com muita transpiração.

A Espanha só foi visivelmente superior no fim da segunda etapa e na prorrogação quando os patrícios colocaram a língua para fora. Nesse momento a Fúria descia pela esquerda com o oxigênio de Pedro que entrou no lugar de um discreto Xavi.

O gol não saiu. Isso porque Rui Patrício fez uma senhora defesa em finalização de Iniesta dentro da área. O jogo foi para a disputa por pênaltis. Melhor para os espanhóis. No começo tudo igual, Xabi Alonso e João Moutinho tiveram as cobranças defendidas pelos goleiros. Iniesta e Piqué marcaram, assim como Pepe e Nani. Sérgio Ramos deu uma cavadinha e Bruno Alves parou no travessão. Fábregas colocou a Espanha na final com uma cobrança perfeita e Cristiano Ronaldo nada pôde fazer.

O português começou a Euro muito mal e conseguiu ressurgir dentro do grupo da morte e conduziu Portugal à semifinal contra a Espanha. No entanto, não foi tão brilhante em Donetsk e acabou tendo o sonho de ser campeão e muito provavelmente o melhor do mundo na temporada.

A Espanha espera agora Itália ou Alemanha na final e saberá com quem viajará ao Brasil no ano que vem para disputar a Copa das Confederações. 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O tropeço infeliz do Goiás


Iarley disputa bola com a marcação Foto: André Costa/Agência Estado


Jogos que vi em 2012 – Série B – 8ª rodada – Goiás 1 x 4 Guaratinguetá #77

Era para ser aquela chamada atuação de segurança, conseguir os três pontos em casa, entrar no G-4 e começar a se consolidar dentro da competição, mas deu tudo errado. Com um futebol amarrado, lento e sem imaginação, o Goiás ficou no empate com o Guaratinguetá no Serra Dourada por 1 a 1. O resultado quebrou o aproveitamento de 100% em casa.

Para curar uma possível acomodação ou má fase de alguns jogadores, o técnico Enderson Moreira resolveu mexer com o elenco tirando alguns jogadores do time titular. Começou com Thiago Humberto, passou por Iarley e Ramón e agora com Egídio. O time teve Bruno Collaço na esquerda e Iarley de volta ao time.

Em campo o Goiás repetiu o 4-2-3-1 que o caracterizou desde o início do ano. Goulart pela esquerda, David por dentro e Felipe Amorim pela direita. Ainda estava na retina do torcedor aquele segundo tempo da virada contra o Vitória no último sábado. Estava, mas o Goiás conseguiu apagar.

O início do jogo contra o Guará foi até animador. Uma jogada trabalhada por dentro resultou em um lançamento para Vítor que fez boa jogada e cruzou rasteiro para Goulart abrir o placar aos 11 minutos. A fragilidade do time paulista dava mostras que o Goiás poderia vencer bem em casa.

Depois do gol o time parou. Não conseguia articular boas jogadas e o Guaratinguetá passava a chegar mais perto do gol de Harlei. Individualmente, Felipe Amorim não acertava nenhuma jogada e ficou pior com o torcedor pegando em seu pé o tempo todo. Na esquerda, Bruno Collaço não comprometeu, mas também não acrescentou.

O fim do primeiro tempo do Goiás foi arrastado o que deve ter gerado uma bronca de Enderson no intervalo. Além da bronca, Ramón voltou no lugar de Amorim. O time até que melhorou nos minutos inicias da segunda etapa, mas não conseguiu o tiro de misericórdia para matar o jogo.

O Guaratinguetá começou a ser mais ousado e conseguiu empatar duas vezes, porém de forma ilegal com jogadas pela esquerda. O gol saiu dali aos 33 minutos. Renato Peixe fez grande jogada pela esquerda e cruzou para a área, a bola sobrou para Danilo Gomes que arrematou sem chance para Harlei.

O Goiás tinha em campo Renan Oliveira no lugar de David e Rychely no lugar de Collaço. Enderson Moreira tentou empurrar o time para a vitória. No entanto, Renan Oliveira entrou mal na partida e fez apenas um bom lance com um passe por elevação para Goulart que foi desarmado.

Rychely também não acrescentou muita coisa e o Goiás acabou sem conseguir o segundo gol perdendo a chance de entrar no G-4 e se consolidar como um postulante ao acesso, sem ser só no discurso.

O Goiás ainda não se encontrou nessa Série B. Isso não quer dizer que o trabalho do Enderson Moreira seja uma porcaria e que tenha que ser limado do clube. No entanto, o método de oxigenação que está aplicando no elenco parece não surtir muito efeito. É necessário algo mais, os jogadores precisam acordar. Reforços virão e alguns dos intocáveis podem cair do time titular.

Em tempo: O torcedor esmeraldino que foi ao Serra Dourada tem razão de ficar na bronca com o time, mas precisa aprender que a vaia tem que vir só no fim do jogo, no meio atrapalha o time. Não pense no jogador, pense no clube. Antes de reclamar, incentive seu time com presença no estádio e com barulho. O Serra Dourada esteve silencioso demais na noite da terça-feira.

domingo, 24 de junho de 2012

Amarga rotina do Dragão


Bida ganha pelo alto, mas jogada foi ponto fraco. Foto: Cristiano Borges


Jogos que vi em 2012 – Série A – 6ª rodada – Atlético-GO 1 x 4 Fluminense #76

Era para ser o início de uma virada na rotina atleticana, mas com muitos erros, o Dragão voltou a decepcionar e adiou a sua reação no Campeonato Brasileiro da Série A. O pior é que a goleada por 4 a 1 para o Fluminense no Serra Dourada levou a equipe para a lanterna. 

Sem poder contar com Bob e Pituca, Hélio dos Anjos mexeu no meio-campo recuando Bida e colocando Joílson e Ernandes à frente dos volantes com capacidade para formar a segunda linha de quatro homens. Com isso Wesley flutuava às costas dos volantes do Flu e Marcão “fazia” a função de referência no comando de ataque.

Os dez minutos iniciais não revelaram jogadas de muito perigo aos goleiros, mas evidenciava alguma dificuldade de marcação do Dragão. Joílson batia com Deco, Bida e Marino estavam confusos quanto a marcação de Wagner que se movimentava e trocava com o veloz Wellington Nem, o que dificultava o encaixe.

Apesar disso, o Atlético foi quem abriu o placar. Aos 12 minutos Wesley fez boa jogada e deu a bola para Ernandes que bateu cruzado da intermediária e acertou um belo chute no canto esquerdo de Cavalieri. Mas não deu tempo nem do Atlético comemorar. Seis minutos depois Jean cruzou e achou Wellington Nem no segundo poste nas costas da zaga e cabeceou para a intervenção de Márcio, no entanto, ninguém cuidava de Samuel que pegou o rebote para conferir.

A virada nascer de uma falta totalmente desnecessária do zagueiro Gilson perto da bandeirinha combinada com uma falha grotesca de Márcio e gol de Gum. O sonho da reação estava escapando entre os dedos.

Hélio voltou para o segundo tempo com Ricardo Bueno, esperança de gols do treinador e da diretoria, exageradamente eu diria. Em sua primeira chance o jogador até que chegou em condições de fazer o gol, mas mandou para fora a bola e para o espaço a musculatura da coxa, teve que sair. Com isso Elias entrou, o time ficou sem centroavante e não incomodou mais praticamente.

O terceiro do Fluminense nasceu de um escanteio, mais uma vez bola parada, a defesa deixou o Anderson cabecear e ainda contou com o desvio de Gilson para marcar contra. Isso aos seis minutos do segundo tempo. Depois disso, o Flu soube controlar o jogo e era mais perigoso. Nos acréscimos, Lanzini fez o que quis na ponta esquerda e rolou para Marcos Junior que foi derrubado dentro da área. Paulo César Oliveira deu pênalti que Deco converteu.

O Atlético mereceu a derrota, falhou demais em jogadas de bola aérea e olha que treinou bastante durante a semana. O estalo ainda não aconteceu, no ano passado foi contra o Flamengo, no Rio de Janeiro.

As perspectivas  do Atlético para a temporada são bem piores do que se imaginava, o contexto é mais complicado e o time não parece ter forças nesse momento. Quatro derrotas consecutivas passam a colocar em xeque o trabalho de Hélio, acredito que a paciência acaba com mais três partidas, se os resultados não aparecerem.

sábado, 23 de junho de 2012

Favorita, Alemanha mostra força


Reus surfa em Gdansk e pode ficar no time titular. Foto: Getty Images


Jogos que vi em 2012 – Eurocopa – Quartas – Alemanha 4 x 2 Grécia #75

Uma decisão de Joachim Löw surpreendeu a todos antes do jogo contra os gregos, três mudanças no setor ofensivo, para jogar na fragilidade do time de Fernando dos Santos. Deu certo, passou um pequeno susto, mas passageiro e a Alemanha chegou às semifinais. A aplicada Grécia vai embora tendo feito um bom papel na competição, mas com o 4 a 2 na bagagem.

Muito se falou sobre o jogo da zona do Euro, por causa do momento econômico distintos, a Alemanha como a economia mais forte e o momento difícil dos gregos. Deu a lógica e com isso os alemães chegaram a uma sequência inédita de 15 vitórias consecutivas em jogos oficiais.

A Alemanha chegou nas quartas de final credenciada como a única seleção com 100%¨de aproveitamento entre as 16 presentes na Eurocopa. Isso não foi o suficiente para que Löw mantivesse a formação que vinha dando certo. Fez três mudanças, todas no setor ofensivo, o treinador observou que a retranca que teria pela frente necessitava de jogadores mais acostumados a jogar em espaço reduzidos e mais força na bola aérea.

Reus pela direita no lugar de Müller, Schürrle na esquerda a vaga de Podolski e Miroslav Klose no lugar do artilheiro Mário Gomez. Joachim Löw arriscou, se desse errado iria ser crucificado, mas o treinador alemão sabe o elenco que tem nas mãos.
 
As mudanças surtiram efeito e a Alemanha começou bem principalmente quando jogava pela direita com Marco Reus, o novo garoto do Dortmund. A tônica da partida era ataque contra defesa. Os gregos se seguravam e esperavam, quem sabe, um contra-golpe.

O primeiro gol alemão saiu de uma jogada individual de Lahm, aos 38 minutos o capitão cortou para dentro e fuzilou para colocar a Alemanha em vantagem. Na segunda etapa a Grécia deu um susto. Em uma arrancada fulminante de Salpingidis pela direita, Samaras concluiu na saída de Neuer e saiu o empate, aos nove minutos.

Um zebra pintando em Gdansk? Longe disso. Os alemães foram para cima e construíram a goleada. Aos 15, Boateng apareceu na linha de fundo e cruzou na medida para Khedira aparecer na área com um sem-pulo colocar o time na frente. Sete minutos mais tarde Özil cruzou e Klose fez seu gol de número 60 na seleção. Está a quatro do recorde de Gerd Müller.

Aos 28 minutos, Reus pegou a sobra dentro da área e com um chute potente estufou as redes e coroou sua boa participação na partida. A Grécia ainda descontou com um gol de pênalti  de Salpingidis.

A Alemanha mostrou que além de uma grande equipe, tem um bom elenco e vai mais forte para a semifinal esperando por Inglaterra ou Itália. Será favorita, apesar de historicamente amarelar contra os italianos, assim como contra o Brasil.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Na marcação e na emoção: Palmeiras na final da Copa do Brasil


Valdívia ressurge e garante Verdão.(Foto:Rahel Patrasso/Agência Estado)


Jogos que vi em 2012 – Copa do Brasil – Semi – Palmeiras 1 x 1 Grêmio #74

Brigada. Essa é a definição mais real possível da classificação do Palmeiras para a final da Copa do Brasil onde vai tentar o caneco contra o Coritiba. O embate entre o time de Felipão e o Grêmio de Luxemburgo teve um capítulo importante em Porto Alegre, mas não seria tão definitivo. Debaixo de muita água, o Palmeiras buscou o empate com o Grêmio por 1 a 1 na Arena Barueri e volta a uma decisão de título nacional desde a conquista da Copa dos Campeões em 2000.

Com a vantagem construída no Olímpico, o Palmeiras pôde repetir a estratégia em casa. Para o duelo com o Grêmio, Felipão montou um time para marcar, marcar e marcar. Antes do primeiro jogo os gaúchos eram favoritos, mas esse panorama foi revertindo com muita marcação.

O sistema com Artur como um lateral-zagueiro pela direita e Henrique como um cabeça de área deu um equilíbrio muito grande ao sistema de marcação. Sem Luan contundido, o bom Mazinho incorporou a consciência tática pedida por Felipão e voltava bloqueando o lateral-direito gremista. Cada um palmeirense sabia o que tinha que fazer para não deixar o Grêmio jogar.

O Grêmio repetiu a forma do time, mas entrou com Marcelo Moreno e Edílson entre os titulares. Jogava com Fernando, Souza, Léo Gago e Marco Antônio no meio, Kléber e Moreno na frente. Kléber caindo mais pela esquerda para ser engolido por Artur.

O time do Palmeiras é limitado tecnicamente, mas superou isso na tática e na raça. Jogou para se defender e soube ser letal quando atacou, tanto em Barueri como no Rio Grande do Sul.

O alviverde começou melhor e criou duas chances boas: com Mazinho pela esquerda passando para Daniel Carvalho que chegou atrasado e Maurício Ramos de cabeça. Mas os palmeirenses não conseguiam segurar a posse de bola e passou a ser apenas uma parede que rifava as possibilidades gremistas. No fim do primeiro tempo o time de Luxa chegou a pressionar e por pouco não abriu o placar.

Na segunda etapa Luxa voltou com Rondinelly e André Lima nos lugares de Souza e Marco Antônio respectivamente, depois tirou Moreno e colocou Miralles. O Grêmio foi em busca dos gols que precisava.

Como o campo estava pesado, o gol saiu de uma jogada de bola parada. Aos 21 minutos, Edílson levantou na área e Bruno bateu roupa, o volante Fernando finalizou livre de marcação e abriu o placar. O Grêmio estava a um gol de levar o jogo para os pênaltis. Começava a rondar em Barueri o fantasma que acompanha o Palmeiras nos últimos anos. Faltava muito tempo para o apito final.

Felipão, tradicionalmente de bigode, lançou mão de um outro bigodudo para espantar de vez esse fantasma que atormenta os palmeirenses e garantir a classificação à final. Valdivia, o mesmo que passa por um momento complicado após ter sofrido um sequestro-relâmpago em São Paulo, entrou no jogo e incendiou.

Além de dar mais qualidade ao meio, no lugar do mais uma vez apagado Daniel Carvalho, Valdivia entrou no tipo de jogo que gosta. O chileno é marrento e chamou a responsabilidade. O Mago voltou a decidir. Prendia a bola, segurava o jogo, irritava o adversário em um ambiente de extremo nervosismo para os dois lados.

O sofrimento alviverde durou sete minutos. Valdivia puxou o contra-ataque, driblou a marcação e passou para Juninho na esquerda. O lateral devolveu para Valdivia chegar batendo de primeira dentro da área e empatar a partida. O chileno extravazou e deu um abraço efusivo em Felipão.

Restou ao Palmeiras esperar o fim do jogo. Valdivia abusou e fez embaixadinhas no meio dos gremistas. Os ânimos ficaram exaltados e o clima esquentou após a expulsão de Rondinelly que fez falta por trás em Barcos. Uma confusão foi iniciada e Henrique, capitão do Palmeiras, levou um soco de Edílson e um cartão vermelho do juiz. O zagueiro-volante fica fora do primeiro jogo do time na decisão.

O apito final trouxe um alívio enorme ao torcedor palmeirense que carece tanto de conquistas importantes, tão comuns no passado. A partida foi emblemática para Valdívia que pode deixar o Palmeiras com um título de expressão.

Do outro lado estará o Coritiba. O time de Marcelo Oliveira é menos brilhante do que aquele que decidiu com o Vasco no ano passado, mas é muito arrumadinho. Serão jogos onde o coração dos jogadores darão o tom. Os melhores elencos ficaram para trás, mas os dois finalistas farão uma final emocionante. O número seis atormenta a equipe paulista.