Brasil evolui, mas para em Messi

Argentino melhor do mundo brilha em virada sobre o Brasil. Foto: EFE

Jogos que vi em 2012 – Amistoso – Brasil 3 x 4 Argentina #62

O grande teste da Seleção Brasileira nesta excursão de quatro jogos ficou guardado para o último confronto. Se a partida contra o México serviu de lição o que dizer de uma partida contra a Argentina? Maior rival do futebol brasileiro? Apesar da derrota o saldo foi positivo e a Seleção de Mano Menezes saiu do marasmo após essas quatro partidas.

O placar de 4 a 3 foi a ilustração perfeita do que foi o jogo. Dois monstros do futebol mundial se enfrentando de forma absolutamente franca. O Brasil não foi de Neymar, foi do Brasil. Jogou mais coletivamente, muito fruto da mão do treinador. Mano sabia que a Argentina preparava um esquema para conter Neymar pela esquerda. Sabella colocou Clemente Rodríguez na direita e passou Zabaleta para a esquerda, por causa do poder de marcação do lateral do Boca Juniors.

Porém, Mano trouxe a equipe de forma diferente, com Hulk na esquerda, Neymar por dentro e Oscar na direita. Em alguns momentos o Brasil jogava em um 4-4-1-1 com duas linhas de quatro jogadores, a linha do meio com Rômulo e Sandro pelo meio e Hulk e Oscar abertos, Neymar flutuando e Damião no comando de ataque.

As duas equipes estavam jogando bem criando chances, a Argentina sempre com a possibilidade de um lampejo genial de Messi. A defesa brasileira era muito jovem, inexperiente e isso deixou a partida um pouco mais desequilibrada a favor dos portenhos.

Até os 20 minutos do primeiro tempo o Brasil era melhor, criava boas chances de abrir o placar, tanto que abriu aos 22 minutos. Neymar cobrou falta na medida para Rómulo marcar. Messi ainda era tímido, ainda. Neymar teve duas chances de ampliar, mas em ambas foi derrubado na área, os dois foram lances difíceis e a arbitragem nada deu.

Messi acordou. Aos 30 recebeu passe de Higuaín após a falha de Sandro, se desvencilhou da zaga e só tirou o goleiro Rafael da jogada. Empate. Quatro minutos depois foi Dí Maria quem encontrou um buraco na defesa brasileira e lançou Messi. O melhor do mundo disparou em velocidade driblou o goleiro e virou o jogo. A primeira de muitas.

O Brasil seguiu criando as melhores chances e por pouco não empatou ainda no primeiro tempo. No segundo, a Seleção Brasileira foi buscar a virada. Primeiro com a dupla colorada funcionando. Oscar deu passe para Damião que fez a parede de forma perfeita para o camisa 10 empatar. Depois Neymar cobrou o escanteio, Romero saiu mal e Hulk virou, aos 26 minutos.

A alegria brasileira durou pouco. Quatro minutos depois Sérgio Agüero cobrou escanteio na medida para o zagueiro Fernandez marcar de cabeça. Aos 38 foi a vez do gênio aparecer novamente, dessa vez não precisou de ninguém achar o buraco na defesa. Messi arrancou a la Messi, limpou a marcação e de canhota mandou no ângulo de Rafael.

A Seleção Brasileira mostrou evolução e sobretudo variação, coisa que precisava mostrar após as enfadonhas atuações de Neymar encaixotado na esquerda. Oscar se afirmando, Hulk crescendo foram bons frutos desta excursão. O ouro em Londres começa a ficar mais tangível, sem dúvidas.