Romarinho bate no peito e mostra estrela em final. Foto: Reuters |
Jogos que vi em 2012 – Libertadores – Final – Boca Juniors 1 x 1 Corinthians #79
O título está maduro. Apesar da definição ficar para
a próxima quarta-feira, o Corinthians tomou das mãos do Corinthians a condição de
favorito e decidirá a sonhada Libertadores em “seu” Pacaembu. O time organizado
pelo ótimo Tite suportou a Bombonera de um Boca Juniors menos inspirado que
outrora, mas com uma camisa de chumbo. Brilhou a estrela de Tite e de Romarinho
que pode ficar eternizado nos lados de Parque São Jorge. É esperar para ver.
Credenciados com estilos de jogos parecidos e
voltados para a consistência defensiva, Boca e Corinthians fizeram um primeiro
tempo de muita paciência e tensão. O erro não era permitido e isso deixou o
jogo duro. Tite mandou o Corinthians com Emerson aberto na esquerda, Jorge
Henrique na direita, Alex e Danilo por dentro se revezando na projeção. Atrás,
Paulinho e Ralf vigiando Riquelme, Erviti e Ledesma batendo com Alessandro e
Fábio Santos. Mouche mais solto e Santiago Silva à espreita.
Muitos passes errados, muita marcação, muita ligação
direta e poucas chances reais de gol. A rigor, uma para cada lado. Paulinho de
fora da área para o time brasileiro e Santiago Silva de bicicleta para os
xeneizes. Mas o Corinthians teve um problema, perdeu Jorge Henrique lesionado.
É nesse momento que vemos o quanto o futebol é
sensacional. O primeiro a aparecer se aquecendo para tomar a vaga do colega
contundido foi justamente Romarinho. Analisando as características dos dois
seria o mais sensato a se fazer. Foi aí que Tite apareceu bem. Colocou Liédson,
que apesar de todas as limitações físicas visíveis, entrou em campo e lutou
entre os zagueiros. Alex fechou pela direita e foi perigoso.
Na segunda etapa as coisas melhoraram para o Boca
que dominou na posse de bola e territorialmente os dez primeiros minutos. O
Corinthians estava acuado e não conseguia segurar a bola. A posse dela deve ter
beirado uns 85% com os xeneizes nesse período. Mas o gol mesmo foi sair apenas
com 28 minutos. Após cobrança de escanteio e dividida na primeira bola,
Santiago Silva cabeceou para a defesa
(com a mão) de Chicão em cima da linha. Caprichosamente ela tocou a trave e
Roncaglia estufou as redes no rebote.
O gol deu segurança ao Boca que passou a instigar o
Corinthians em busca de uma brecha para matar a partida e quiçá a fatura. Tite
resolveu mexer tirando o apagado Danilo para a entrada do estrelado Romarinho.
O garoto vindo do Bragantino e que estreara com dois gols na vitória de virada
contra o maior rival, o Palmeiras, era o predestinado.
Paulinho recuperou uma bola no meio-campo e passou
para Emerson que usou a sorte para dar um passe para Romarinho que com toda a
irresponsabilidade e técnica do mundo deu uma cavadinha e deixou o Timão mais
perto de tornar seu sonho uma realidade.
O corintiano ainda tomou um susto com o cabeceio
fulminante de Viatri que bateu na trave com violência, força que impediu que
Cvitanich conseguisse aproveitar o rebote e dar a vitória aos argentinos. Se o
Boca, por tudo, tinha 51% de favortismo pelo título, essa condição passou ao
Corinthians após o empate heroico.
Apesar do resultado bom conseguido pelo Timão, a
atuação não foi tão boa. O time apresentou pouca coisa ofensivamente falando e
jogou por uma bola. Perigoso. O Boca Juniors não apresentou muita coisa também,
mas Riquelme mostrou que não teme nenhum pouco jogos desse tamanho. De Mouche e
Santiago Silva não se pode dizer o mesmo. Final imprevisível.
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