Valdívia ressurge e garante Verdão.(Foto:Rahel Patrasso/Agência Estado) |
Jogos que vi em
2012 – Copa do Brasil – Semi – Palmeiras 1 x 1 Grêmio #74
Brigada. Essa é a definição mais real possível da classificação do
Palmeiras para a final da Copa do Brasil onde vai tentar o caneco contra o
Coritiba. O embate entre o time de Felipão e o Grêmio de Luxemburgo teve um
capítulo importante em Porto Alegre, mas não seria tão definitivo. Debaixo de
muita água, o Palmeiras buscou o empate com o Grêmio por 1 a 1 na Arena Barueri
e volta a uma decisão de título nacional desde a conquista da Copa dos Campeões
em 2000.
Com a vantagem construída no Olímpico, o Palmeiras pôde repetir a
estratégia em casa. Para o duelo com o Grêmio, Felipão montou um time para
marcar, marcar e marcar. Antes do primeiro jogo os gaúchos eram favoritos, mas
esse panorama foi revertindo com muita marcação.
O sistema com Artur como um lateral-zagueiro pela direita e Henrique como
um cabeça de área deu um equilíbrio muito grande ao sistema de marcação. Sem
Luan contundido, o bom Mazinho incorporou a consciência tática pedida por
Felipão e voltava bloqueando o lateral-direito gremista. Cada um palmeirense
sabia o que tinha que fazer para não deixar o Grêmio jogar.
O Grêmio repetiu a forma do time, mas entrou com Marcelo Moreno e Edílson
entre os titulares. Jogava com Fernando, Souza, Léo Gago e Marco Antônio no
meio, Kléber e Moreno na frente. Kléber caindo mais pela esquerda para ser
engolido por Artur.
O time do Palmeiras é limitado tecnicamente, mas superou isso na tática e
na raça. Jogou para se defender e soube ser letal quando atacou, tanto em
Barueri como no Rio Grande do Sul.
O alviverde começou melhor e criou duas chances boas: com Mazinho
pela esquerda passando para Daniel Carvalho que chegou atrasado e Maurício
Ramos de cabeça. Mas os palmeirenses não conseguiam segurar a posse de bola e
passou a ser apenas uma parede que rifava as possibilidades gremistas. No fim do
primeiro tempo o time de Luxa chegou a pressionar e por pouco não abriu o
placar.
Na segunda etapa Luxa voltou com Rondinelly e André Lima nos lugares de
Souza e Marco Antônio respectivamente, depois tirou Moreno e colocou Miralles.
O Grêmio foi em busca dos gols que precisava.
Como o campo estava pesado, o gol saiu de uma jogada de bola parada. Aos
21 minutos, Edílson levantou na área e Bruno bateu roupa, o volante Fernando
finalizou livre de marcação e abriu o placar. O Grêmio estava a um gol de levar
o jogo para os pênaltis. Começava a rondar em Barueri o fantasma que acompanha
o Palmeiras nos últimos anos. Faltava muito tempo para o apito final.
Felipão, tradicionalmente de bigode, lançou mão de um outro bigodudo para espantar de vez
esse fantasma que atormenta os palmeirenses e garantir a classificação à final.
Valdivia, o mesmo que passa por um momento complicado após ter sofrido um
sequestro-relâmpago em São Paulo, entrou no jogo e incendiou.
Além de dar mais qualidade ao meio, no lugar do mais uma vez apagado
Daniel Carvalho, Valdivia entrou no tipo de jogo que gosta. O chileno é
marrento e chamou a responsabilidade. O Mago
voltou a decidir. Prendia a bola, segurava o jogo, irritava o adversário em
um ambiente de extremo nervosismo para os dois lados.
O sofrimento
alviverde durou sete minutos. Valdivia puxou o contra-ataque, driblou a
marcação e passou para Juninho na esquerda. O lateral devolveu para Valdivia
chegar batendo de primeira dentro da área e empatar a partida. O chileno
extravazou e deu um abraço efusivo em Felipão.
Restou ao
Palmeiras esperar o fim do jogo. Valdivia abusou e fez embaixadinhas no meio
dos gremistas. Os ânimos ficaram exaltados e o clima esquentou após a expulsão
de Rondinelly que fez falta por trás em Barcos. Uma confusão foi iniciada e
Henrique, capitão do Palmeiras, levou um soco de Edílson e um cartão vermelho
do juiz. O zagueiro-volante fica fora do primeiro jogo do time na decisão.
O apito
final trouxe um alívio enorme ao torcedor palmeirense que carece tanto de
conquistas importantes, tão comuns no passado. A partida foi emblemática para
Valdívia que pode deixar o Palmeiras com um título de expressão.
Do outro lado
estará o Coritiba. O time de Marcelo Oliveira é menos brilhante do que aquele
que decidiu com o Vasco no ano passado, mas é muito arrumadinho. Serão jogos
onde o coração dos jogadores darão o tom. Os melhores elencos ficaram para
trás, mas os dois finalistas farão uma final emocionante. O número seis
atormenta a equipe paulista.
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