sexta-feira, 22 de junho de 2012

Na marcação e na emoção: Palmeiras na final da Copa do Brasil


Valdívia ressurge e garante Verdão.(Foto:Rahel Patrasso/Agência Estado)


Jogos que vi em 2012 – Copa do Brasil – Semi – Palmeiras 1 x 1 Grêmio #74

Brigada. Essa é a definição mais real possível da classificação do Palmeiras para a final da Copa do Brasil onde vai tentar o caneco contra o Coritiba. O embate entre o time de Felipão e o Grêmio de Luxemburgo teve um capítulo importante em Porto Alegre, mas não seria tão definitivo. Debaixo de muita água, o Palmeiras buscou o empate com o Grêmio por 1 a 1 na Arena Barueri e volta a uma decisão de título nacional desde a conquista da Copa dos Campeões em 2000.

Com a vantagem construída no Olímpico, o Palmeiras pôde repetir a estratégia em casa. Para o duelo com o Grêmio, Felipão montou um time para marcar, marcar e marcar. Antes do primeiro jogo os gaúchos eram favoritos, mas esse panorama foi revertindo com muita marcação.

O sistema com Artur como um lateral-zagueiro pela direita e Henrique como um cabeça de área deu um equilíbrio muito grande ao sistema de marcação. Sem Luan contundido, o bom Mazinho incorporou a consciência tática pedida por Felipão e voltava bloqueando o lateral-direito gremista. Cada um palmeirense sabia o que tinha que fazer para não deixar o Grêmio jogar.

O Grêmio repetiu a forma do time, mas entrou com Marcelo Moreno e Edílson entre os titulares. Jogava com Fernando, Souza, Léo Gago e Marco Antônio no meio, Kléber e Moreno na frente. Kléber caindo mais pela esquerda para ser engolido por Artur.

O time do Palmeiras é limitado tecnicamente, mas superou isso na tática e na raça. Jogou para se defender e soube ser letal quando atacou, tanto em Barueri como no Rio Grande do Sul.

O alviverde começou melhor e criou duas chances boas: com Mazinho pela esquerda passando para Daniel Carvalho que chegou atrasado e Maurício Ramos de cabeça. Mas os palmeirenses não conseguiam segurar a posse de bola e passou a ser apenas uma parede que rifava as possibilidades gremistas. No fim do primeiro tempo o time de Luxa chegou a pressionar e por pouco não abriu o placar.

Na segunda etapa Luxa voltou com Rondinelly e André Lima nos lugares de Souza e Marco Antônio respectivamente, depois tirou Moreno e colocou Miralles. O Grêmio foi em busca dos gols que precisava.

Como o campo estava pesado, o gol saiu de uma jogada de bola parada. Aos 21 minutos, Edílson levantou na área e Bruno bateu roupa, o volante Fernando finalizou livre de marcação e abriu o placar. O Grêmio estava a um gol de levar o jogo para os pênaltis. Começava a rondar em Barueri o fantasma que acompanha o Palmeiras nos últimos anos. Faltava muito tempo para o apito final.

Felipão, tradicionalmente de bigode, lançou mão de um outro bigodudo para espantar de vez esse fantasma que atormenta os palmeirenses e garantir a classificação à final. Valdivia, o mesmo que passa por um momento complicado após ter sofrido um sequestro-relâmpago em São Paulo, entrou no jogo e incendiou.

Além de dar mais qualidade ao meio, no lugar do mais uma vez apagado Daniel Carvalho, Valdivia entrou no tipo de jogo que gosta. O chileno é marrento e chamou a responsabilidade. O Mago voltou a decidir. Prendia a bola, segurava o jogo, irritava o adversário em um ambiente de extremo nervosismo para os dois lados.

O sofrimento alviverde durou sete minutos. Valdivia puxou o contra-ataque, driblou a marcação e passou para Juninho na esquerda. O lateral devolveu para Valdivia chegar batendo de primeira dentro da área e empatar a partida. O chileno extravazou e deu um abraço efusivo em Felipão.

Restou ao Palmeiras esperar o fim do jogo. Valdivia abusou e fez embaixadinhas no meio dos gremistas. Os ânimos ficaram exaltados e o clima esquentou após a expulsão de Rondinelly que fez falta por trás em Barcos. Uma confusão foi iniciada e Henrique, capitão do Palmeiras, levou um soco de Edílson e um cartão vermelho do juiz. O zagueiro-volante fica fora do primeiro jogo do time na decisão.

O apito final trouxe um alívio enorme ao torcedor palmeirense que carece tanto de conquistas importantes, tão comuns no passado. A partida foi emblemática para Valdívia que pode deixar o Palmeiras com um título de expressão.

Do outro lado estará o Coritiba. O time de Marcelo Oliveira é menos brilhante do que aquele que decidiu com o Vasco no ano passado, mas é muito arrumadinho. Serão jogos onde o coração dos jogadores darão o tom. Os melhores elencos ficaram para trás, mas os dois finalistas farão uma final emocionante. O número seis atormenta a equipe paulista.

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