segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Eutanásia atleticana: Dragão precisa tirar a nuvem negra da cabeça

Adson Batista tem a missão de recolocar o Dragão na Série A.


O torcedor do Atlético se acostumou com as glórias nos últimos anos. Depois de penar na segunda divisão do Campeonato Goiano, o clube experimentou uma ascensão meteórica no cenário do futebol brasileiro. Em todas as últimas temporadas o clube alcançou um patamar mais alto do que havia chegado nos anos que se passavam.

Foi assim quando o clube saiu da Série C para a Série B e em seguida para a Série A. De escapar do rebaixamento em 2010, para a vaga na Copa Sul-Americana, feito inédito na história do clube.

Mas em um ano de erros sucessivos, o crescimento estagnou. O time terá que lidar pela primeira vez com o insucesso e retornará à Série B por onde esteve apenas de passagem. A missão do clube é trabalhar com um orçamento reduzido e tentar conquistar o acesso para estar na elite em 2014.

Em um ano cheio de erros e onde quase nada deu certo, listo sete pecados capitais que determinaram a queda atleticana para a Segundona:

Desunião: A diretoria atleticana sempre teve como marca a sua coesão, o ambiente político pacífico ajudou o time a chegar onde chegou. Nesta temporada até essa realidade foi mudada e acabou interferindo dentro das quatro linhas.

Pressa: O técnico Adílson Batista chegou ao clube e apesar de ter perdido a decisão do Campeonato Goiano, não teve tempo suficiente para implantar seu trabalho. Diretoria limou o treinador muito precocemente.

Insistência: Após demitir Adílson, o Dragão trouxe para trás o técnico Hélio dos Anjos que já tinha uma relação desgastada com o grupo de jogadores. O treinador chegou a afastar quatro jogadores do elenco. Dois deles eram as grandes apostas para o ano: Elias e William.

Lesões: O departamento médico do clube viveu cheio. A morte do Dr. Rômulo Peixoto desestruturou o DM do Dragão. A preparação física mudou de comando três vezes e prejudicou muito. O caso de doping do meia Bida foi a “cereja do bolo” para o ano infeliz.

Aperto: Com dívidas herdadas do ano de 2011 e com um contrato de direitos de transmissão mais baixo do que o imaginado, o Dragão teve muitas dificuldades financeiras no ano. Apesar disso não atrasou salários, mas também não conseguiu montar um elenco forte.

Tiro errado: A diretoria apostou suas fichas na contratação do meia Elias e do atacante William. Os dois jogadores não renderam o esperado e foram negociados. Novamente faltou paciência. Sobrou azar. Apostaram nas permanências de Rafael Cruz e de Leonardo, mas os jogadores ficaram de fora por causa de lesão.

Solidão: O time em campo reflete nas arquibancadas, mas quando mais precisou o Dragão foi abandonado pelo torcedor. Retrato disso foi o público pagante de 449 torcedores na derrota para o Sport no Serra Dourada. O pior do campeonato.

*Texto pode ser lido também na edição desta segunda-feira (05-11-12) do Diário da Manhã.

O clube em si viveu um ano trágico. Fatos extra-campo prejudicaram a tranquilidade no clube durante toda a temporada. Tudo deu errado como gosta de enfatizar Adson Batista. Se parar para pensar que aconteceu desde caso de doping, o falecimento do Dr.Rômulo, o nome do clube envolvido em escândalos. Pouca coisa de proveito aconteceu. Até o muro do CT caiu. 

Mas se puxarmos pela memória há uma luz para o torcedor rubro-negro. Não faz muito tempo que o time estava praticamente acabado na segunda divisão do Goianão. Recentemente o clube atravessou a Série B de passagem, isso pode se repetir.

É necessário que a diretoria pense mais no Dragão, esqueça outros clubes, trabalhe para devolver ao clube aquela simpatia que ele causava nos torcedores do futebol goiano. Para isso, Adson Batista deverá mostrar o que fez na maioria dos últimos anos. Precisa ser criativo e não aceitar a influência de empresários, mas se isso for inevitável, ele precisa aguçar de novo o seu olhar clínico sobre o futebol. A falta de recursos não vai permitir muitos erros.

O Estádio Antônio Accioly e o abraço do torcedor podem fazer a diferença.

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