sábado, 4 de fevereiro de 2012

O clássico das quatro linhas

O clássico entre Atlético e Goiás vive um momento especial em sua história. Nos últimos anos a rivalidade entre as duas equipes tem se acirrado de maneira progressiva. Isso é bom para o futebol goiano e já torna o confronto o mais disputado da nossa região.

No entanto isso ainda não garante que a repercussão entre os torcedores seja maior que o clássico entre Goiás e Vila Nova, por tudo que foi construído ao longo de décadas. Isso não diminui o confronto, que neste domingo, promete parar a cidade. Aliás, é um combustível a mais.

Eu não me canso de dizer que o Atlético vem atravessando a melhor fase da sua história. Apesar de ter vivido apenas um quarto dessa história, os resultados obtidos nos últimos cinco anos me dão toda segurança para afirmar isso.

Na década de 1990 e até a metade da década passada o Goiás era o grande time do futebol goiano a ser batido. Por anos seguidos o esmeraldino foi o único clube do Estado na elite do futebol brasileiro e isso o forçava a montar bons times fazendo com que naturalmente fosse favorito no terreiro goiano.

Só que esse panorama mudou. A ascensão do Atlético a partir de 2006  quando regressou para a primeira divisão do Goiano até a chegada e permanência do clube na Série A, fez com que o quadro mudasse. A queda do Goiás reforçou.

O Dragão usa hoje a receita que foi por tanto tempo usada pelo rival e que chamava a atenção do Brasil. O time oferece uma boa estrutura, está na 1ª Divisão e paga os jogadores em dia, fatores que atraem bons jogadores para um cenário ainda desvalorizado. Tem dado certo e o time já vai para a terceira temporada seguida na elite e disputará seu primeiro torneio continental.

O Goiás por sua vez está em baixa, caiu para a Série B e pela primeira vez não conseguiu subir na sequência. A diretoria mudou e a expectativa é de um ano mais promissor, a começar pela conquista do Goianão.

O torcedor do Atlético não precisa e nem pode ficar bravo quando se diz que o maior clássico ainda é Goiás e Vila Nova, isso acontece pela rivalidade histórica entre os dois clubes e, sobretudo as duas torcidas. Não foi sempre assim e nem necessariamente será.

No final dos anos 1960 a grande rivalidade do futebol goiano era entre Atlético e Vila Nova, e também a que mais levava público ao finado Estádio Olímpico, não por acaso era conhecido como o Clássico dos Milhões. O enfraquecimento técnico do Atlético e o crescimento esmeraldino fizeram com que o quadro mudasse na época.

O Goiás naquele período era um time com pouca torcida e com a sua entrada na Primeira Divisão do Nacional foi ganhando adeptos até formar a grande torcida que tem hoje, porém esse crescimento foi ao longo dos anos. Vislumbro que com o Dragão aconteça o mesmo. E pode ser, e tende a isso, que pela primeira vez o grande clássico do nosso futebol goiano seja Atlético x Goiás. Assim como: Goiânia e Atlético na era amadora, Vila Nova e Atlético, e hoje Goiás e Vila Nova.

O torcedor brasileiro tem amor ao resultado e isso o Dragão tem proporcionado. Falta um pouco mais de presença da torcida lá no Serra Dourada e uma boa chance de começar a mudar isso é neste domingo.

O JOGO

Será uma partida interessante acima de tudo. O Goiás no esquema 4-2-2-2 que vem dando certo, com a dúvida ainda entre Ramón ou David e com Alan Bahia provavelmente na vaga de Marcos Paulo se tornou um time equilibrado e de bom toque de bola e movimentação, resgatando um pouco da escola esmeraldina.

Já o Atlético ainda é um mistério, apesar de Hélio já ter em sua cabeça o time que vai mandar a campo e acredito que acerta na formação proposta. O time deve ir com William e Elias no ataque, Bida como meia, Pituca como primeiro volante tendo ao lado direito Joílson e do outro lado Marino ou ainda Bob.

Os dois times têm feito nos últimos anos confrontos de muito equilíbrio. Na temporada passada decidiram o Goianão e tudo leva a crer que podem fazer isso de novo. Acredito que a disputa será acirrada na mesma medida, no entanto com um salto de qualidade pois os dois times melhoraram seus elencos.

É esperar para ver, e que seja no Serra Dourada né moçada?

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