segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Clima de velório em jogo do Atlético-GO

Com Serra vazio, Atlético apenas empata. Foto: Carlos Costa/Futura Press



Jogos que vi em 2012 – Série A – 23ª rodada – Atlético-GO 1 x 1 Portuguesa #136

O Atlético-GO depositava as últimas esperanças na sequência de dois jogos no Serra Dourada contra a Portuguesa e o Coritiba. No primeiro confronto, contra os paulistas, o Dragão sucumbiu e ficou apenas com o empate. Abandonado pelo seu torcedor, que passou vergonha no clube em rede nacional, o Dragão não fez valer o mando de campo e se complicou na competição.

Vamos primeiramente à parte mais saliente, o pífio público no Serra Dourada. É inadmissível que um clube que esteja na Série A leve ao estádio menos de mil torcedores, 891 para ser mais preciso.

Nesse momento catastrófico para a história e a imagem do clube, pipocam desculpas, muitas delas esfarrapadas, para a ausência no estádio. Fala-se do preço alto, concordo que R$ 40 é salgado, mas com a promoção fica mais acessível. Acho que R$ 10 seria um valor legal, atrativo, mas a diretoria do clube acha que bilheteria ainda paga alguma coisa no futebol.

Falta sensibilidade da diretoria que está desesperada com a falta de dinheiro do clube. Mas o engraçado é que quase nunca é alvo de crítica dos torcedores. A não ser naquela pichação no muro do CT, ninguém critica os diretores. Pelo contrário, até uma bandeira com a figura dos cartolas ostentam.

O momento do clube é outro ponto reclamado, mas aí é que está o “x” da questão. Em momentos difíceis é que o torcedor precisa apoiar o seu clube do coração. Mas não é só nesse momento que os rubro-negros não têm comparecido, perdi as contas de quantas vezes os jogadores dão entrevistas pedindo presença do torcedor no estádio. Mesmo quando o clube atravessa boa fase.

Todos os 891 torcedores que foram ao estádio são especiais, não desistiram até então. Mas esse nº 1 que compôs o público junto com os outros 890 é especial, aliás, são dois. Matheus Ramos, tetraplégico, foi ao estádio ver seu time do coração. Graças ao seu pai, Silvio Santana Tolentino, que proporcionou isso para o seu filho levando uma UTI móvel para o estádio.

Mire nesse exemplo torcedor, olhe para as suas pernas que se movem com perfeição, graças a Deus, e vá para o estádio apoiar o seu time, faça você a sua parte.

O JOGO

Jairo Araújo arrumou o time contra o Grêmio jogando no esquema 3-6-1, a equipe aumentou o volume de jogo e fez jogo de igual para igual com um time que está entre os quatro primeiros colocados do Brasileiro em um estádio com quase 50 mil torcedores.

Para o jogo contra a Lusa preferiu mexer no time. Entrou com uma linha de quatro na defesa, três volantes, dois meias e um atacante. Carlos ganhou uma chance no meio, Alexandre Oliveira fez dupla de armação com Danilinho e Patric ganhou a vaga de Ricardo Bueno.

O time não foi intenso como foi em Porto Alegre, mas a Portuguesa não era tão perigosa, a não ser quando o bom Ananias escapava. O jogo era morno e monótono durante os trinta primeiros minutos.

Até que em uma boa trama, Eron cruzou no segundo poste onde Marcos fechou de cabeça para abrir o placar. Minutos depois, o Dragão escapou em contra-ataque com Dodó puxando pela direita, passando para Alexandre Oliveira que deu ótimo passe para Patric ampliar. Mas a arbitragem errou feio, a assistente Nadine Câmara marcou impedimento inexistente e prejudicou o Atlético-GO.

No segundo tempo, logo no início, Márcio saiu muito mal em cobrança de escanteio e Valdomiro se antecipou para empatar o jogo. Depois disso a Lusa se fechou e esperou um contra-ataque para matar o jogo e sair com a vitória. O Dragão pouco criou e quando chegou com perigo Danilinho desperdiçou grande chance.

Um milagre será preciso para o Atlético-GO ficar na Série A em 2013. E se cair, vai chorar por não ter assinado o contrato com a Globo por três anos. 

2 comentários:

  1. João Paulo, mesmo quando o Atlético-GO marcou o gol, o grito da torcida foi modesto. Será o triste fim do Dragão?

    ResponderExcluir
  2. Pelo menos o fim do sonho da Série A, parece que sim. Mas enquanto a matemática não decreta o rebaixamento, é papel do torcedor acreditar.

    ResponderExcluir