quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Futebol de segunda, diversão de primeira

Santa Helena (vermelho) e Aparecida em ação pela Divisão de Acesso



Jogos que vi em 2012 – Divisão de Acesso do Campeonato Goiano – 15ª rodada – 
Aparecida 1 x 2 Santa Helena #101

Tinha tudo para ser uma tarde chata, afinal de contas era um jogo em um estádio vazio, entre duas equipes da segunda divisão do futebol goiano, uma que podia se despedir das chances de classificação para a segunda fase e a outra brigando para não ir para a terceirona. Mas a tarde foi mais do que legal, teve futebol, em sua essência.

As atenções estavam voltadas para o técnico Júnior Baiano, aquele mesmo, ex-zagueiro da Seleção Brasileira e que agora se aventura como dono do boné. Fui lá para ver o trabalho dele, para falar com ele. Mas o treinador foi apenas um dos detalhes do jogo.

Logo no aquecimento das equipes vi que o meia Jackson, ex-Palmeiras, Cruzeiro e até Seleção Brasileira estava no Santa Helena. O Lúcio Bala também. Teria mais coisas para observar. Assim como fiz quando cheguei ao estádio e fui conferir o gramado, as dimensões, já acanhadas por natureza, haviam sido reduzidas em três metros de cada lado!

Achei que o jogo seria cheio de chutões e bolas alçadas na área. Não foi bem assim. Pensei que teríamos uma partida sem público pagante, me enganei, foram 13. Mas tinha um que valia por mil.

O cidadão era uma corneta personificada. Passou boa parte do jogo cornetando. Torcia para o Aparecida pelo jeito, pois pegava demais no pé do pessoal visitante e da arbitragem e eram boas as tiradas. Morri de rir por muitas vezes.

O jogo foi legal, mas demorou para começar. Faltou ambulância e médico no estádio. Todos esperaram por cerca de 20 minutos, fui averiguar qual era o motivo da demora e flagrei um dos dirigentes apressando os atrasados.

Com a bola rolando o Aparecida, time bem mais fraquinho, saiu na frente. O zagueiro Raphael Andrade deu uma entregada e o atacante Rivaldo não perdoou. O Santa Helena, de Júnior Baiano, estava sendo eliminado.

Mas a equipe virou. Primeiro com o bom volante Nick infiltrando na área e depois com Éder. O de Éder nasceu de jogada ensaiada e regida por um dirigente. Isso mesmo. Para quem não conhece o Estádio Aníbal Batista de Toledo, lá os bancos de reservas ficam atrás dos gols. A jogada era no lado oposto e coube ao cartola cantar a pedra.

Ele estava ao meu lado vendo o jogo de pé e procurando saber o resultado do jogo entre Iporá e Trindade, o último é concorrente pela última vaga para a semifinal. Como não tinha barulho de torcida, exceto do corneta, o dirigente mandou jogar no primeiro pau. O cobrador da falta fez isso, a bola foi desviada e ficou limpa para Éder fazer o da vitória.

Os minutos finais foram de sufoco do time da casa. Júnior Baiano ficou louco na beira do gramado com os erros da sua equipe. Pagou geral, não queria sair do campeonato. Não saiu, depende só de si contra o Goiânia na última rodada em Santa Helena. Tem tudo para passar.

Só será difícil se tiver que tirar um peixe de 19 kilos na pescaria, segundo o ex-zagueiro foi isso que deu sorte para sua equipe. Pesca Baiano!

Em tempo: O corneta figura da arquibancada vai dormir sossegado, mesmo com a derrota o Aparecida garantiu a permanência na Segundona. A Jataiense foi goleada em casa pelo Anápolis e caiu.

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